Deputado do PL por Rondônia afirma que Brasil “quer saber” o que o comandante pensa sobre detenção de oficiais e do ex-presidente
Por Redação | Rondônia Dinâmica
Publicada em 26/11/2025 às 11h14
Porto Velho, RO – Em intervenção registrada em sessão, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) usou a palavra para se manifestar sobre a prisão do general da reserva Augusto Heleno e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dirigindo-se ao Presidente da sessão e aos demais Parlamentares, o deputado afirmou estar indignado com a situação e cobrou publicamente uma posição do comandante do Exército sobre as detenções.
Logo no início de sua fala, Chrisóstomo saudou o público ao dizer: “Olá, Rondônia! Olá, Brasil!”, e explicou o motivo de sua manifestação. Segundo o parlamentar, a prisão de Augusto Heleno, a quem se referiu como “um general 4 estrelas, o mais alto posto do Exército Brasileiro”, motivou sua indignação naquele momento.
Ao descrever o general, o deputado destacou o histórico profissional e acadêmico do militar. Ele afirmou que se trata de “um homem que fez muito pelo Exército por mais de 40 anos, um homem de sabedoria extrema”. Na sequência, acrescentou que, “em todos os cursos de que ele participou — e não foram poucos —, foi o primeiro colocado”, mencionando tanto atividades “dentro do Exército” quanto “fora do Exército”, e o classificou como “uma sumidade de inteligência”.
Em tom de apoio, Chrisóstomo dirigiu-se diretamente ao general: “General Heleno, o Brasil está com o senhor! É muito triste que o senhor esteja sendo preso”. Na mesma linha, ampliou o escopo de sua fala para abranger também a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem se referiu como “Capitão Bolsonaro”.
O ponto central da intervenção foi o apelo ao comandante do Exército. “Comandante do Exército, o senhor tem uma missão: dizer alguma coisa sobre a prisão de generais 4 estrelas e até sobre a prisão do Capitão Bolsonaro”, declarou. Dirigindo-se ao comandante, acrescentou: “Comandante do Exército, o senhor tem essa missão! O Brasil quer saber do senhor o que o senhor pensa disso, Comandante. É importante. São os seus soldados que estão sendo presos”.
Ao salientar que a prisão atinge “um general 4 estrelas, o mais alto grau das Forças Armadas”, o deputado reiterou o currículo de Heleno, reforçando que ele teria sido “o primeiro colocado em todos os cursos de que participou” e “um homem que fez muito pelo Brasil”, agora “sendo preso”, conforme suas palavras.
Na parte final do pronunciamento, Chrisóstomo avaliou o quadro político e jurídico atual em termos de sua própria percepção, declarando: “É muito triste nós vivenciarmos estes momentos em que impera a injustiça neste País”. Em seguida, fez um pedido formal ao comando da sessão: “Excelência, solicito que a minha voz seja divulgada pelo programa A Voz do Brasil e pelo meios de comunicação da Casa”.
O registro da fala encerra-se com o agradecimento do parlamentar, que concluiu a manifestação com um “Obrigado”, após reforçar o pedido para que sua posição fosse amplamente divulgada pelos canais institucionais de comunicação.
Chrisóstomo está mais manso
As prisões de Bolsonaro e de Augusto Heleno parecem ter “amansado” Chrisóstomo. Na segunda quinzena de julho, o deputado de Rondônia exaltou o golpe de 1964 e praticamente pediu intervenção das Forças Armadas no Brasil logo após Moraes determinar o uso de tornozeleira a Bolsonaro. Agora, mais comedido, pede, educadamente, uma posição do comandante das Forças Armadas.
Em 18 de julho de 2025, durante coletiva da oposição no Senado, Coronel Chrisóstomo reagiu às medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro citando diretamente o golpe de 1964 e fazendo um apelo às Forças Armadas, o que gerou desconforto entre colegas e jornalistas. Na ocasião, afirmou que “na década de 60 e 64, a imprensa agiu em favor do povo” e declarou ter “orgulho das Forças Armadas em 64”, enquanto pedia que os militares se posicionassem após a determinação do uso de tornozeleira eletrônica pelo ministro Alexandre de Moraes.
A fala motivou questionamentos imediatos da imprensa, sobretudo quando voltou a mencionar “as Forças Armadas” como destinatárias de seu pedido. Senadores da oposição tentaram desviar o foco, mas precisaram responder sobre a possibilidade de defesa de intervenção militar. O episódio ocorreu logo após a imposição das medidas contra Bolsonaro — entre elas a tornozeleira, a entrega do passaporte e a restrição de contato com investigados — e expôs a tensão interna no grupo naquele momento.
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