
Publicada em 26/04/2025 às 11h18
Rondônia elegeu e reelegeu 52 prefeitos, vices e vereadores nas eleições municipais de outubro de 2024. Houve segundo turno somente em Porto Velho, que tem eleitorado superior a 200 mil eleitores, quando foi eleito o ex-deputado federal, Leo Moraes, que preside o Podemos no Estado.
Em 2026 teremos eleições gerais (presidente da República, governadores e vices; duas das três vagas ao Senado de cada Estado e no Distrito Federal, além da Câmara Federal e Assembleias Legislativas). Dos 52 prefeitos de Rondônia, 27 foram reeleitos e reúnem condições de concorrer a cargos eletivos em outubro do próximo ano, missão que seria mais difícil para os que estão no primeiro mandato.
Ocorre que, para poder se candidatar em 2026, o prefeito terá que renunciar em abril do próximo ano, ou seja, terá somente 16 meses de governo, prazo muito curto para apresentar um bom trabalho que justifique a renúncia. Neste primeiro ano de governo, os prefeitos estão trabalhando com orçamentos de gestões anteriores e, somente a partir do próximo ano, poderão administrar com orçamento de acordo com seus planejamentos.
Prefeitos reeleitos de municípios com maior densidade eleitoral já estariam trabalhando candidaturas a deputado (federal e estadual), senador, vice ou governador. Adailton Fúria (PSD), de Cacoal, por exemplo, terceiro mais bem votado do Estado (83,16% dos votos válidos), é nome citado em todas as rodas políticas que debatem as Eleições 2026. Fúria é nome expressivo para disputar, inclusive, a sucessão estadual, seja a governador ou vice, com plenas condições de sucesso, porque já provou que é bom de voto.
A votação do prefeito reeleito de Alto Alegre dos Parecis, Denair Pedro da Silva, o Dena, mais bem votado do Estado com 95,13% dos votos válidos, o coloca entre os cotados para concorrer a cargos eletivos no próximo ano. O problema é que seu município não tem base eleitoral suficiente para formatar uma candidatura a deputado estadual, por exemplo. Caso opte por disputar a Ale-RO no próximo ano, terá que contar com apoio de eleitores e lideranças políticas de municípios vizinhos. Mas é um político bom de urna e, caso não seja candidato, quem receber seu apoio certamente terá um bom número de votos no município.
O segundo prefeito reeleito mais bem votado em Rondônia em 2024, Jurandir de Oliveira (União), de Santa Luzia d'Oeste, com 88,61% dos votos válidos, também tem condições de concorrer ao Legislativo estadual em 2026. A 19ª Zona Eleitoral, que reúne os municípios de Santa Luzia D’Oeste, São Felipe D’Oeste, Parecis e Alto Alegre dos Parecis, soma mais de 21 mil eleitores. Mesmo com votos nulos, brancos e abstenções, é possível eleger um deputado regional.
Porto Velho é o município com maior número de eleitores em Rondônia (mais de 362 mil em 2024 estavam aptos a votar), seguido de Ji-Paraná (mais de 96 mil), Ariquemes (69.390), Cacoal (66.059), Vilhena (64.281), Rolim de Moura (40.383) e Jaru (37.403). O prefeito eleito em 2024, Leo Moraes (Podemos), certamente não irá arriscar uma candidatura a governador ou senador em 2026 com somente 16 meses de governo. Seria um risco muito grande, pois foi eleito em condições excepcionais. A ex-deputada federal, Mariana Carvalho (União), era apontada como favorita, inclusive com chances de vencer no primeiro turno, e Leo obteve uma vitória histórica.
O prefeito eleito de Ji-Paraná, ex-deputado estadual Affonso Cândido (PL), a exemplo de Leo Moraes, se elegeu quando o favorito era o ex-prefeito Isaú Fonseca (União), apontado como favorito à reeleição. Dificilmente Affonso irá renunciar em abril do próximo ano para uma candidatura a governador, vice, senador ou deputado federal. A exemplo de Moraes, estaria fora das Eleições 2026.
Além de Fúria, que busca um degrau maior na política (governador ou vice), temos prefeitos reeleitos e ex-prefeitos em condições de buscar espaço maior na política regional. Os ex-prefeitos Hildon Chaves (PSDB), de Porto Velho, e João Gonçalves Jr. (União), de Jaru, estão na lista de nomes em potencial para as eleições gerais.
Hildon deixou a prefeitura da capital com mais de 80% de aprovação e formata uma candidatura a governador. Numa segunda hipótese, ao Senado. Tem enormes chances de sucesso em ambos, pois é um político carismático, além de ficha limpa e transparente em seus dois mandatos seguidos na prefeitura da capital.
Joãozinho também passou ileso pela Prefeitura de Jaru em dois mandatos seguidos. Deixou o cargo, porém, pela vontade da população poderia permanecer, mas a Lei Eleitoral não permite. Ele elegeu o vice, Jeverson Lima (MDB), com mais de 55% dos votos válidos. É nome em condições de disputar com muitas chances de vitória uma das oito vagas a deputado federal.
O ex-prefeito de Ji-Paraná, segundo maior colégio eleitoral do Estado, Isaú Fonseca (União), está entre os nomes que provavelmente comporão a lista de candidatos a deputado estadual no próximo ano. Não conseguiu se reeleger em 2024, mas está entre os favoritos para ocupar uma das 24 cadeiras do Legislativo Estadual a partir de 2027.
A disputa pela Câmara Federal promete ser das mais acirradas. O prefeito reeleito de Vilhena, Flori Cordeiro (Podemos), está na lista de candidatáveis em condições de sucesso. Realiza uma administração eficiente, por isso foi reeleito com mais de 74% dos votos válidos em 2024 e está entre os nomes expressivos para o Parlamento Federal nas próximas eleições.
Carla Redano (União) se reelegeu com dificuldades à Prefeitura de Ariquemes, mas tem um currículo eleitoral invejável. Foi vereadora em mais de um mandato, presidente da Câmara e prefeita pelo segundo mandato consecutivo. O marido, Alex Redano (Republicanos), é o atual presidente do Legislativo Estadual. O futuro político de Carla seria a Câmara Federal.
O ex-prefeito de Pimenta Bueno, em dois mandatos consecutivos, delegado Arismar Araújo de Lima, elegeu a sucessora em 2024, a professora Marcilene Rodrigues (Podemos), com mais de 61% dos votos válidos. O próximo passo político do delegado Araújo provavelmente será a Câmara Federal.
Reeleito com 54,35% dos votos válidos, Aldo Júlio, prefeito de Rolim de Moura (União), trabalha uma candidatura a deputado estadual. Rolim de Moura, hoje, não tem nenhum representante no Congresso Nacional nem na Ale-RO. O município já teve deputados (estadual e federal), senadores e governadores. Aldo Júlio é nome para o Parlamento Estadual em 2026.
O experiente prefeito de Ouro Preto do Oeste, Alex Testoni (União), que está no quarto mandato, já passou pela Ale-RO. Não pretende concorrer a cargos eletivos no próximo ano, mas trabalha a candidatura do filho, Juan Alex Testoni Filho, que foi o coordenador da campanha vitoriosa do pai na reeleição em 2024.
Possivelmente nomes ficaram fora da lista de prováveis candidatos a cargos eletivos em 2026, mas a lista publicada é composta de políticos expressivos e com muitas chances de sucesso.
Dos 24 deputados que compõem a Ale-RO, somente o delegado Rodrigo Camargo (Republicanos–Ariquemes) teria se manifestado que disputará uma das vagas à Câmara Federal e não à reeleição. As 24 cadeiras da Ale-RO terão disputa das mais acirradas.
As Eleições Gerais de 2026 prometem...