Publicada em 02/12/2025 às 14h50
PORTO VELHO (RO) – O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) levou oito dias para se manifestar publicamente sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A detenção foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no sábado, 22 de novembro, em decisão que substituiu a prisão domiciliar imposta anteriormente. Bagattoli só publicou seu posicionamento no domingo, 30 de novembro.
No texto divulgado nas redes sociais, o senador afirmou que “a prisão do presidente Bolsonaro é uma perseguição não só à direita brasileira, mas uma afronta à Constituição e aos valores do nosso país”. Ele também declarou que, em sua avaliação, o país “só avança quando respeitamos o direito, a Constituição e a vontade do povo”.
O parlamentar defendeu a continuidade das articulações ligadas ao projeto de anistia: “Por isso, não vamos recuar um centímetro sequer do projeto da Anistia e vamos seguir lutando para que haja paz, reconciliação e justiça de verdade.” A publicação conclui: “Jamais vamos desistir do nosso Brasil. Com fé em Deus, seguimos lutando por um futuro mais justo, mais livre e mais digno a todos.”
Além do texto, Bagattoli divulgou um vídeo no qual associa o quadro político à sua percepção de injustiça. Logo no início, disse: “O senador Jair Barreto tá triste, tá amargurado com o que tá acontecendo com o nosso Brasil.” Em seguida, afirmou: “A injustiça que tá acontecendo com o nosso Brasil.”
Ao longo da gravação, Bagattoli relatou seu descontentamento com as decisões judiciais relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023. “Principalmente naquelas condenações absurdas que aconteceram no dia 8 de janeiro de 2023”, afirmou, acrescentando depois: “Então eu fico muito triste com isso, aborrecido com isso, com essa arbitrariedade absurda jamais vista na história pelo Supremo Tribunal Federal.”
Bagattoli também relacionou o cenário político à expectativa para o próximo ciclo eleitoral. “E vamos esperar um 2026 com mais luz, com mais esperança, com mais amor, que as pessoas consigam entender melhor as coisas que estão acontecendo no nosso país”, declarou.
O senador ainda citou condenações de participantes dos atos do dia 8. “Um cidadão que não cometeu nenhum crime, não fez nenhuma quebradeira, não fez nada, e uma pessoa que foi condenada a 14 a 17 anos em cadeia. É um absurdo. É o maior absurdo que eu vejo na história do Brasil.” Ele encerrou defendendo anistia: “Nós estamos lutando pela sua amnistia e pela amnistia de todos. Os presos. Injustiçados no dia 8 de janeiro.”
O pronunciamento ocorreu após uma semana marcada por novos desdobramentos no Supremo Tribunal Federal. Em 25 de novembro, o STF declarou o trânsito em julgado do processo em que Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma entendeu que não cabiam mais recursos, após concluir que os embargos infringentes não eram aplicáveis por ausência de votos pela absolvição.
Com o trânsito em julgado, o ministro Alexandre de Moraes ordenou a execução da pena. Bolsonaro havia sido condenado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime inicial fechado por liderar uma organização criminosa destinada a impedir a posse do presidente Lula e subverter o Estado democrático de Direito. Também tiveram prisões determinadas Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Augusto Heleno, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Parte deles já estava presa desde decisões anteriores.
Antes disso, em 22 de novembro, Moraes havia decretado a prisão preventiva do ex-presidente após apontamentos feitos pela Polícia Federal sobre risco concreto de fuga. Segundo a decisão, houve violação ao monitoramento eletrônico às 0h08 daquela data, além de indícios de possível deslocamento para representações diplomáticas e da convocação pública de uma vigília na porta da residência de Bolsonaro, o que poderia dificultar ações policiais.
A decisão destacou ainda registros de violações anteriores às regras da prisão domiciliar e considerou que, diante da proximidade do trânsito em julgado, a custódia preventiva era necessária. A Primeira Turma do STF, em sessão extraordinária convocada para 24 de novembro, manteve a prisão por unanimidade.



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