Publicada em 06/12/2025 às 11h17
PORTO VELHO (RO) - O quadro político em Rondônia relacionado à sucessão estadual já esteve maior do que o atual, quando estamos a pouco mais de dez meses das Eleições Gerais de 2026. Em outubro do próximo ano, só não teremos eleições para prefeito, vice e vereadores, que foram realizadas em 2024.
As eleições de 2026, provavelmente, serão as últimas com mandatos de 4 anos e direito à reeleição. As próximas terão mandatos de 5 anos para cargos executivos (presidente da República, governadores e prefeitos), mas sem direito à reeleição.
Desde o início do ano, após deixar o cargo de prefeito de Porto Velho, que ocupou em duas vezes consecutivas, o prefeito Hildon Chaves, presidente do PSDB no Estado, trabalha uma candidatura à sucessão estadual. Porém, nas últimas semanas, além de aparecer com menor intensidade na mídia regional, surgiram comentários de bastidores, inclusive de pessoas ligadas a ele, sobre planos futuros diferentes.
É importante destacar que Hildon deixou a prefeitura da Capital, após dois mandatos, com popularidade, segundo institutos de pesquisa, superior a 70%. Como presidente do diretório regional do PSDB e da Associação Rondoniense dos Municípios (Arom), mesmo não sendo mais prefeito, mas com mandato até o final do próximo ano, Hildon iniciou um trabalho de proximidade com as lideranças do interior.
Trabalhando de forma inteligente, não se reuniu em suas andanças pelo interior somente com prefeitos e vereadores, mas também com os secretários das prefeituras e câmaras — pessoas que estão em constante contato com a população, que têm informações reais das necessidades das famílias —, além de presidentes de associações e entidades.
O PSDB, a exemplo do MDB e do PT, que já foram partidos predominantes no Estado, precisa de maior interatividade com a população. O PT tem somente uma deputada estadual, Cláudia de Jesus, de Ji-Paraná, e nenhum representante no Congresso Nacional (Senado e Câmara). No maior colégio eleitoral do Estado, Porto Velho, que elegeu em 2024 vinte e três vereadores, nenhum é do PT.
O PSDB também perdeu muito de sua força política nacional e regional. Não tem nenhum representante na Assembleia Legislativa (Ale) e tampouco entre os três senadores ou os oito deputados federais.
Em Porto Velho, provavelmente com influência de Hildon quando prefeito, o PSDB elegeu três vereadores: um deles o presidente do Legislativo municipal, Gedeão Negreiros, além de Nilton Souza. Elegeu também Thiago Tezzari, que está afastado temporariamente do cargo pela Justiça após denúncias de irregularidades conhecidas como “rachadinhas”.
Se nos primeiros meses do ano era possível notar uma ampla pré-campanha de Hildon visando à sucessão estadual, hoje não se nota a mesma intensidade, apesar de as festas de final de ano (Natal e Ano Novo) mobilizarem a população e a política ficar um pouco esquecida.
O questionamento não é tanto pela desaceleração na busca de lideranças para concorrer aos diversos cargos eletivos em 2026, com ênfase no Estado — pela governadoria, nas duas vagas ao Senado, nas oito cadeiras da Câmara Federal e nas disputadíssimas 24 vagas da Ale-RO — onde a expectativa é de renovação em cerca de 70%.
Dos 24 deputados integrantes da legislatura atual, somente dois estarão dispostos a disputar outros cargos eletivos em 2026: Delegado Rodrigo Camargo (Republicanos–Ariquemes), que trabalha a pré-candidatura ao Senado, e Ezequiel Neiva (UB–Cerejeiras), à Câmara Federal.
A esposa de Hildon é deputada estadual. Em 2022, foi a segunda mais bem votada, somando 24.667 votos. Elegeu-se pelo União Brasil e continua filiada ao partido. A expectativa é que concorrerá à reeleição e, segundo analistas mais atentos, não terá dificuldades — inclusive podendo ampliar a votação anterior devido ao bom trabalho que realiza, principalmente na periferia da Capital.
O União Brasil, partido de Ieda, é de direita. O PSDB, que Hildon preside no Estado, é de centro-esquerda. Muitos questionam por que a deputada não se filia ao PSDB, que precisa de maior representatividade eleitoral, como já teve em passado recente.
Qual seria a estratégia de Hildon para as eleições do próximo ano? Há comentários diversos sobre o objetivo do ex-prefeito de Porto Velho em 2026: até a possibilidade de concorrer a uma das duas vagas ao Senado, ou mesmo à Câmara Federal.
É importante destacar que, no período da Janela Partidária (7 de março a 5 de abril) do próximo ano, quando os deputados poderão mudar de sigla partidária sem a possibilidade de perder o mandato — que pertence aos partidos — teremos uma reformulação considerável na composição partidária atual da Câmara Federal e das Assembleias Legislativas. Até lá, teremos muitas especulações.
Os adversários diretos de Hildon na disputa pela sucessão estadual estão ansiosos. Sem o ex-prefeito na disputa, os pré-candidatos da Capital — o deputado federal Fernando Máximo (UB), o mais bem votado em 2022, com 85.596 votos, que deverá mudar de partido na Janela Partidária, e o vice-governador Sérgio Gonçalves (UB) — ganham espaço. Ele espera a renúncia do governador Marcos Rocha, que preside o União Brasil no Estado, pretende concorrer ao Senado, assumir o governo e disputar a reeleição.
Além de Máximo e Sérgio, o presidente da Rede em Rondônia, advogado Samuel Costa, também se declarou pré-candidato. É mais um nome que busca maior espaço junto ao eleitorado estadual, mas com base em Porto Velho, onde cerca de 360 mil eleitores estavam aptos a votar em 2024, dentro de um universo aproximado de 1,2 milhão de eleitores.
Recentemente, surgiu mais um nome com condições de concorrer à sucessão estadual com domicílio eleitoral em Porto Velho: o coronel Régis Braguin. O partido Novo formalizou durante a semana um convite de filiação a Braguin, com o compromisso de ser o candidato do partido a governador nas eleições gerais do próximo ano.
Não há como negar que Hildon, Máximo e Sérgio têm mais chances de sucesso nas urnas que os demais, porque já disputaram eleições. O desafio é, caso confirmem as candidaturas, conseguir um vice “bom de voto” do interior, para formatar uma chapa forte e competitiva. Braguin, caso seja candidato, será uma opção diferenciada ao eleitorado, pois o povo clama muito por mais segurança pública.
Alguém se arrisca a apontar um favorito?!



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