Publicada em 20/11/2025 às 10h50
Porto Velho, RO — No estúdio da CES Brasil, durante participação no podcast Resenha Política, apresentado por Robson Oliveira em parceria exclusiva com o Rondônia Dinâmica, o vereador de Porto Velho doutor Santana passou boa parte da entrevista explicando episódios considerados mais sensíveis de sua trajetória recente: a relação com o prefeito Léo Moraes, boatos de que teria articulado a cassação do gestor, a crise com médicos em uma unidade de saúde da capital e o processo eleitoral em que é investigado por suposta troca de unidades habitacionais por votos. Ao longo da conversa, ele negou que tenha tentado “cassar” o prefeito, rejeitou a acusação de assédio moral a profissionais da saúde e afirmou que está “tranquilo” quanto à ação que pode resultar na perda do mandato.
Logo no início, ao ser questionado sobre a convivência com o atual prefeito, Robson lembrou que Santana foi eleito em campo oposto, era muito ligado ao ex-prefeito Hildon Chaves e chegou a ser crítico da nova gestão nos primeiros meses. O vereador confirmou que houve ruídos, atribuiu parte das tensões a terceiros e relatou que soube de comentários de que estaria articulando a derrubada do chefe do Executivo. “Um grupo de pessoas foi falar que eu tava com uma lista de assinatura pra cassar o prefeito. Olha, não tem nem lógica um negócio desse”, disse, ao relatar que os boatos começaram quando Léo Moraes, “um prefeito muito atuante, muito prestativo”, passou a ser alvo de “pirulinhas”, como ele chamou os comentários que circulavam nos bastidores políticos.
Santana afirmou que conhece “a máquina por dentro e por fora”, pelos oito anos de atuação na gestão passada, e disse que, apesar da proximidade com Hildon Chaves, sempre manteve canal aberto com Léo. Segundo ele, mesmo quando o ex-prefeito ainda estava no cargo, já fazia a ponte para reuniões entre os dois, especialmente para tratar de emendas parlamentares. Hoje, declarou-se grato ao atendimento que recebe do atual prefeito: “Eu não tenho um pedido de providência meu, um pedido meu sem estar sendo atendido”, disse, afirmando que seus requerimentos são respondidos pelo prefeito e pelos secretários.
Questionado sobre a crise na saúde que o colocou em rota de colisão com médicos e com o sindicato da categoria, Santana reconstruiu o episódio de 24 de janeiro em uma unidade de saúde da capital. Ele contou que chegou ao local conversando com os pacientes, perguntando há quanto tempo estavam esperando. Segundo o vereador, alguns relataram estar há oito ou dez horas na fila. Ao pedir para ver a escala de plantão, afirma que o documento não estava afixado no mural. “É obrigatório a escala estar disponível no mural”, reforçou.
Ainda de acordo com o vereador, a diretora da unidade imprimiu a escala e entregou a ele, que constatou a previsão de cinco médicos no plantão, mas apenas um atendendo naquele momento. “Era cinco médicos, só tinha um só atendendo. Falei assim, cadê os outros?”, relatou. Santana afirmou que, em cerca de 50 minutos, os demais profissionais começaram a chegar. Ele disse que, durante essa inspeção, uma pediatra teria passado a filmá-lo com o celular.
Sobre o vídeo que circulou nas redes sociais, Santana afirma que a iniciativa da gravação partiu da médica. “Ela que expôs o vídeo”, disse, lembrando a frase dita a ela durante o atendimento. “Eu falei pra ela: ‘Senhora, é pra senhora estar atendendo, o que a senhora está me filmando’.” Segundo o vereador, a gravação viralizou, gerou uma nota do sindicato dos médicos e acusações de que ele estaria “supostamente assediando moralmente” trabalhadores da unidade.
Na entrevista, Santana declarou que levou o caso ao Conselho de Medicina com imagens próprias, gravadas por sua equipe. Ele relatou que recebeu ligação do “doutor Irangago”, identificado por ele como presidente do Conselho Federal de Medicina, orientando que apresentasse sua versão ao órgão regional. O vereador disse ter comparecido ao Conselho Regional de Medicina, entregado o vídeo “na íntegra” e sustentou que as acusações não prosperaram. “Quando eu joguei o meu vídeo na íntegra, eu mostrei as imagens, realmente, todas as notas, aquelas coisas tudinhas… caiu por terra”, resumiu, afirmando que, a partir dali, ficou demonstrado que “não era sério” o conteúdo das críticas.
Apesar da polêmica, Santana disse continuar realizando fiscalizações em unidades básicas de saúde, UPAs e hospitais, sempre com relatórios e registros em vídeo. Ele relatou que as conversas com profissionais da saúde teriam apontado a necessidade de uma unidade de apoio para atender pacientes classificados como azul e verde, casos de menor gravidade como diarreia e dor de cabeça. A partir desses relatos, segundo ele, levou a demanda ao prefeito Léo Moraes e ao secretário Jaime, o que teria resultado na retomada do programa “Corujão”.
Conforme o vereador, o Corujão foi restabelecido inicialmente na unidade José Amorim de Matos, na Zona Sul, depois de ter funcionado no Oswaldo Piana, e uma outra estrutura passou a operar no Almir Togo Godinho, na avenida Amador dos Reis, para atender a Zona Leste. Ele disse que essa reorganização teria contribuído para desafogar as emergências e afirmou que, de cada 100 atendimentos, cerca de 60 são de crianças. A partir dos mesmos relatórios, relatou que o prefeito autorizou a criação de uma UPA pediátrica, em área próxima à unidade Ana Adelaide, e que a empresa PJ, responsável pela contratação de médicos terceirizados, passaria por um “upgrade” para incluir pediatras em todas as unidades de saúde, como UPA Sul, UPA Leste, José Adelino e Ana Adelaide.
Outra frente de pressão sobre o mandato de Santana tratada no programa foi a investigação eleitoral a que ele responde por suposta troca de unidades habitacionais por voto. Robson lembrou que, durante a campanha, circularam vídeos em que o vereador apareceria supostamente vinculando a entrega de moradias ao apoio nas urnas, em especial no empreendimento Pró-Moradia Leste 1, identificado pelo entrevistado como “Finistra 347”, com 269 casas.
O vereador explicou que o Pró-Moradia Leste 1 estava há 19 anos paralisado e que o ex-prefeito Hildon Chaves retomou a obra ao lado de outros empreendimentos inacabados, como viadutos e escolas. Santana afirmou que, ao assumir a coordenação junto às famílias contempladas, estreitou vínculo com pessoas que já estavam cadastradas em gestões anteriores. Ele relatou que, em muitos casos, o titular sorteado morreu e a concessão passou ao filho, seguindo a composição do grupo familiar ao longo dos anos.
Segundo o vereador, houve laudo do Ministério indicando a demolição das 269 casas devido ao estado em que se encontravam, mas a equipe técnica da prefeitura defendeu a recuperação das estruturas. Santana disse que o Ministério autorizou a continuidade, desde que o município colocasse recursos próprios. Ele contou que Hildon Chaves liberou R$ 9 milhões para retomar o empreendimento, que acabou sendo entregue.
Foi nesse contexto, relatou, que seus adversários teriam ligado a imagem dele à acusação de compra de votos. Robson mencionou um áudio amplamente divulgado em que Santana convoca beneficiários às vésperas da eleição. O vereador confirmou a existência do vídeo, descreveu o conteúdo e a data. “Era uma sexta-feira, final de campanha, a eleição era no domingo”, afirmou, dizendo que reuniu a equipe de campanha e gravou a mensagem. “Tô muito feliz que a justiça tá sendo feita e esse povo vai ser totalmente retomado, contemplado. Tô feliz porque sábado é o dia deles pegar de fato mesmo o seu direito à sua moradia”, recordou, frisando que não vê relação entre essa fala e a acusação de troca de benefício por voto.
Questionado diretamente por Robson sobre se entregou ou não unidades em troca de apoio eleitoral, Santana respondeu que os contemplados não foram indicados por ele. “Esse povo que foi sorteado pra ganhar esses apartamentos não foi tu que botou lá, não, em troca do voto”, provocou o apresentador. “Foi não, eles já estavam lá”, respondeu o vereador, reiterando que todos já eram cadastrados há anos. Ele atribuiu a ação judicial aos adversários, que, segundo ele, sabiam de sua ligação com esses empreendimentos e temiam seu capital político junto a essas famílias.
Sobre a tramitação do processo, Santana disse que apresentou defesa, anexou a portaria com os nomes dos beneficiários, telefones e documentos, além do vídeo “na sua integralidade”. “Eu tô muito tranquilo, tô suave, tranquilo”, afirmou, ao ser perguntado se teme perder o mandato. Para ele, a ação é reflexo do fato de ter transformado o tema da habitação em uma de suas principais bandeiras.
Na mesma linha, o vereador listou outros empreendimentos habitacionais em que atuou desde a gestão anterior: Porto Belo 1, com 272 apartamentos; Porto Fino, com 304; e Porto Madeiro 2 e 5, com 592 apartamentos, que, segundo ele, serão entregues neste ano. Santana relatou ainda que o município de Porto Velho não poderia aderir a novos programas habitacionais enquanto tivesse obras inacabadas e que, diante dessa limitação, um grupo de mulheres o procurou com a demanda por 1.164 apartamentos vinculados ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).
Ele disse que, após consulta à Caixa Econômica Federal, foi informado da necessidade de R$ 30 milhões, que poderiam vir do governo estadual ou federal. Segundo o vereador, o governo federal, à época, informou que não tinha recursos para retomar o projeto, enquanto o governo do Estado, comandado pelo coronel Marcos Rocha, já havia direcionado recursos ao programa Tchau Poeira, ficando sem margem financeira naquele momento. Santana afirmou que, diante dessa situação, o prefeito Hildon autorizou a retirada do valor do orçamento municipal, com aprovação da Câmara, para repasse à Caixa, que contratou a empresa responsável e viabilizou as entregas.
Na entrevista, o vereador também relatou negociações mais recentes com o Ministério das Cidades. Ele disse ter criado uma “amizade muito bacana” com o ministro Jader Filho, que, segundo ele, teria se comprometido a liberar 1.748 apartamentos para Rondônia, condicionados à apresentação de terrenos pela prefeitura. Santana afirmou que o prefeito Léo Moraes já cadastrou áreas para quase mil novas unidades habitacionais, algo que ele declarou publicamente durante a entrega do empreendimento Portofino.
Outra frente de atuação citada foi a articulação de R$ 10 milhões em emendas junto ao deputado Maurício, destinados à construção de três Unidades Básicas de Saúde nos empreendimentos Orgulho do Madeira, Cristal da Calama e Morar Melhor. O vereador contou que passa grande parte do tempo nesses condomínios populares, que, conforme lembrou Robson, já enfrentaram altos índices de criminalidade.
Ao tratar da segurança nesses locais, Santana afirmou que a realidade atualmente é de maior estabilidade. “Graças a Deus tudo é controlado, lá tem um povo muito incrível”, disse, ao ser questionado se o controle vinha do Estado ou do crime organizado. Ele respondeu que a própria comunidade e a atuação da polícia contribuem para a situação atual, reconhecendo que “tem meia dúzia ali que fica ali”, mas ressaltando que a maioria é de trabalhadores.
O apresentador também perguntou se ele já havia sido ameaçado ao circular em áreas marcadas pela presença de facções. “Tu nunca foi ameaçado lá, não?”, questionou Robson. Santana disse que não. “Eu nunca, graças a Deus”, respondeu, explicando que não pede autorização para entrar nas comunidades. “Eu nunca pedi e nunca me deram”, afirmou, dizendo que vai aos conjuntos para “levar o bem”, como exames, consultas, cirurgias, tratamentos odontológicos, transferências de pacientes e outras demandas.
Ao falar sobre sua posição na Câmara Municipal, Santana rejeitou o rótulo de oposicionista. Ele mencionou o colega Marcos Combate, identificado como integrante da bancada de oposição, e se classificou como vereador independente. “Reconheço a grandeza do prefeito, reconheço a grandeza do secretário dele, eu dialogo, eu converso, eu crio pontes, não muro”, afirmou, reforçando que seu foco é “marcar o mandato com entrega”.
Nos blocos finais da entrevista, o vereador tratou de aspectos mais pessoais e de rotina. Ele comentou a própria gagueira, que, segundo relatou, o acompanha desde a infância. Disse que, quando criança, precisava piscar e “raspar o pé” para conseguir falar. Atualmente, faz acompanhamento com uma fonoaudióloga, a doutora Elicelma, a quem enviou um abraço. Santana afirmou que a terapia tem ajudado e que sua fala está “bem melhor”.
Ele também descreveu a agenda semanal. De acordo com seu relato, atende no gabinete às segundas e terças-feiras, das 7h às 23h, em alguns dias avançando até 1h40 da madrugada, recebendo tanto pessoas agendadas quanto quem chega espontaneamente. Às quartas, quintas e sextas-feiras, diz que visita casas, comércios, unidades básicas de saúde, UPAs, creches, escolas e secretarias.
Para facilitar a identificação nas visitas, Santana contou que criou um uniforme próprio, após perceber que moradores estranhavam a presença de um vereador fora de período eleitoral. Segundo ele, muitas pessoas perguntavam se ele estava em campanha e relutavam em abrir o portão. Disse ainda que adotou um cartão com seu nome, Instagram e WhatsApp, que apelidou de “cartão de crédito” pela forma como as demandas são registradas e encaminhadas.
O vereador explicou que mantém uma equipe dedicada ao atendimento via WhatsApp, responsável por organizar pedidos de exames, consultas, cirurgias, tratamentos odontológicos, transferências de pacientes, benefícios socioassistenciais, aposentadorias, programas habitacionais, vagas de emprego e até apoio em situações de óbito, como fornecimento de caixão e ônibus para cortejos de funeral. Ele relatou que, a partir de relações construídas com a rede empresarial durante a gestão anterior, envia currículos para empresas que buscam determinados perfis para estágios e empregos.
Ao ser pressionado por Robson sobre eventual candidatura a deputado estadual ou federal, Santana evitou uma resposta direta. “Eu sou candidato a trabalhar muito por Porto Velho”, afirmou, dizendo que o futuro político está “na mão de Deus e na mão do povo”. Declarou que busca fazer um mandato “humanizado” e contou que, na semana anterior à gravação, havia visitado 76 bairros.
Nos minutos finais, o vereador fez uma série de agradecimentos. Citou o governador coronel Marcos Rocha e o programa Tchau Poeira, lembrando que, em 2022, recebeu a missão de fazer trabalho “porta em porta” para explicar a importância da continuidade do governo para levar asfalto a bairros como Jardim Santana, Três Marias e Castanheira, além de ruas como Amsterdã e Portugal. Disse que as obras começaram em 2023, tiveram interrupções e foram retomadas após sua cobrança ao governador. Em tom de brincadeira, declarou: “Agora eu sou político muito ruim”, antes de dizer que as obras seguem “a todo vapor”.
Santana também mencionou a lei de sua autoria apelidada de “Estacionamento Justo”, que trata da cobrança de estacionamento em um shopping da capital. Ele disse ter sido chamado de “doido” por propor regras em uma área privada, mas explicou que fundamentou o texto no artigo 5º e no artigo 30 da Constituição Federal, além de outras normas, argumentando que havia serviços públicos instalados no local e tratamento diferenciado entre frequentadores: quem ia para a academia, jogar beach tênis ou vôlei teria duas horas de tolerância, assim como clientes de restaurantes, enquanto usuários de serviços públicos tinham apenas 15 minutos.
O vereador agradeceu à promotora Danielle Nicolau, relatando que o shopping teria resistido “o máximo” à adequação. “O shopping resistiu o máximo, foi o maior… foi zoeiro”, disse. Segundo ele, a promotora considerou a lei “corretíssima”, apontou a possibilidade de ação civil pública e convocou shopping e Estado para uma composição. Santana afirmou que o Estado compareceu, mas o shopping não, e que, diante da exigência de ampliação da tolerância de estacionamento até 4 de setembro, o estabelecimento decidiu cancelar o contrato com o Estado. A partir daí, contou, foi articulada a transferência dos serviços do Tudo Aqui para o IG Shopping, na Zona Leste, o que, segundo ele, aproximou o atendimento da população daquela região.
Na parte final, Santana agradeceu a primeira-dama Luana Rocha, citando ações na Praça Cedel, no Jardim Santana, e um mutirão de mais de 9 mil atendimentos no Orgulho do Madeira. Também mencionou a deputada federal Sílvia Cristina, que, segundo ele, destinou R$ 500 mil para a AMA e prometeu outros recursos para entidades. A entrevista foi encerrada com novos agradecimentos a Robson e ao público que acompanha o programa Resenha Política, exibido pelo site Rondônia Dinâmica às terças e quintas-feiras e reprisado na TV Rima aos sábados e domingos.
Frases Dr. Santana na entrevista:
01 – “Um grupo de pessoas foi falar que eu tava com uma lista de assinatura pra cassar o prefeito.” / Santana disse ter sido alvo de boatos no início da gestão Léo Moraes, segundo os quais ele estaria recolhendo assinaturas para cassar o prefeito. Ao citar a frase, tentou afastar a acusação, afirmando que “não tem lógica” essa narrativa e que nunca articulou impeachment.
02 – “Eram cinco médicos, só tinha um só atendendo.” / Ao relembrar a visita de fiscalização em 24 de janeiro a uma unidade de saúde, o vereador relatou que a escala previa cinco médicos, mas encontrou apenas um em atendimento. A declaração reforça a crítica à organização do plantão e serviu de base para justificar sua postura mais rígida com a gestão da unidade, que resultou em nota de repúdio do sindicato dos médicos.
03 – “Senhora, é pra senhora estar atendendo, o que a senhora está me filmando?” / Essa frase foi dirigida, segundo o próprio vereador, à pediatra que passou a filmá-lo durante a fiscalização. O trecho aparece no centro da polêmica que levou à divulgação do vídeo nas redes sociais, à reação do sindicato dos médicos e à necessidade de Santana se explicar ao Conselho Regional de Medicina.
04 – “Quando eu joguei o meu vídeo na íntegra… caiu por terra.” / Ao contar como se defendeu no Conselho Regional de Medicina, Santana afirmou que apresentou a gravação completa feita por sua equipe e, com isso, as acusações contidas em notas e manifestações públicas “caíram por terra”. A frase, ao sugerir que as críticas “não eram sérias”, confronta diretamente a versão de quem o acusou de assédio moral.
05 – “Eu tô muito feliz que a justiça tá sendo feita e esse povo vai ser totalmente retomado, contemplado. (…) Sábado é o dia deles pegar de fato mesmo o seu direito à sua moradia.” / O vereador reproduziu esse trecho do vídeo gravado na sexta-feira anterior à eleição, no qual comemorava a entrega do Pró-Moradia Leste 1. É justamente esse tipo de mensagem, divulgada às vésperas do pleito, que embasa a ação eleitoral em que ele é investigado por suposta troca de unidade habitacional por voto, embora ele negue qualquer condicionamento.
06 – “Eu tô muito tranquilo, tô suave, tranquilo.” / Pressionado por Robson sobre o risco de cassação, Santana afirmou não temer perder o mandato. A frase indica confiança no desfecho do processo e foi usada por ele para reforçar que, além de se defender, apresentou “provas e contraprovas” sobre a forma como se relacionou com os beneficiários dos empreendimentos habitacionais.
07 – “Eu nunca pedi e nunca me deram.” / Ao tratar da presença de facções em condomínios populares como Orgulho do Madeira, Cristal da Calama e Morar Melhor, Santana afirmou que nunca pediu autorização para entrar nessas áreas e que jamais foi ameaçado. A frase, em tom categórico, contrasta com a percepção de risco nesses locais e ressalta seu estilo de atuação direta, sem intermediários.
08 – “Eu não tenho um pedido de providência meu sem estar sendo atendido.” / Ao descrever a relação com o prefeito Léo Moraes, o vereador afirmou que todos os seus pedidos são atendidos pelo Executivo. A declaração evidencia proximidade com a administração municipal e pode gerar questionamentos sobre a fronteira entre fiscalização e parceria, sobretudo em um contexto em que ele foi eleito em campo oposto ao atual gestor.
09 – “O shopping resistiu ao máximo… foi o maior… foi zoeiro.” / Comentando a aplicação da lei do Estacionamento Justo, Santana disse que o shopping atingido pela norma resistiu o quanto pôde e classificou a postura do empreendimento como “foi zoeiro”. A frase sintetiza o embate entre o legislativo municipal e um grande estabelecimento privado em torno da ampliação da tolerância para usuários de serviços públicos instalados no local.
10 – “Agora eu sou político muito ruim.” / Ao relatar que cobrou do governador a retomada das obras de asfalto iniciadas pelo programa Tchau Poeira em bairros como Jardim Santana, Três Marias e Castanheira, Santana usou essa expressão em tom de autoironia. No contexto da entrevista, a frase, ainda que bem-humorada, aparece enquanto ele conta que insistiu pela continuidade das obras, o que pode ser lido como forma de pressão política sobre o governo estadual.



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