Publicada em 15/11/2025 às 10h25
PORTO VELHO (RO) - Faltam pouco mais de 11 meses para as Eleições Gerais de 2026, mas, em Rondônia, a mobilização nos bastidores já é intensa. Em outubro do próximo ano, o eleitor estará reelegendo e elegendo desde o presidente da República, governadores e respectivos vices dos 26 estados e do Distrito Federal, além de Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Não teremos eleições para prefeito, vice e vereadores, que foram realizadas em 2024.
No Brasil, são realizadas eleições a cada dois anos, absurdo que deverá ser corrigido após as eleições de 2026. A reeleição para cargos majoritários (presidente da República, governadores, prefeitos) terminará; o mandato será de cinco anos, e não quatro, como hoje. As eleições do próximo ano deverão ser as últimas com possibilidades de reeleição.
O ano está chegando ao fim, mas os bastidores da política em Rondônia estão aquecidos em razão das Eleições de 2026, que já movimentam as lideranças político-partidárias, debatendo nomes em condições de concorrer aos cargos eletivos. E no Estado, apesar das eleições presidenciais, a disputa pela sucessão estadual já é enorme, inclusive com as mais diversas especulações.
O governador Marcos Rocha, presidente regional do União Brasil, é assunto predominante quando o tema são as eleições do próximo ano. Rocha está no segundo mandato consecutivo e formatando uma candidatura a uma das duas vagas ao Senado, que estarão em disputa em 2026, hoje ocupadas por Marcos Rogério e Confúcio Moura, presidentes regionais do PL e MDB, respectivamente. Para poder concorrer em 2026, Rocha terá que renunciar seis meses antes do primeiro turno, ou seja, até 4 de abril de 2026.
A princípio tudo estaria dentro da normalidade, pois o vice assumiria — no caso, Sérgio Gonçalves (UB) — e Rocha iria cuidar da campanha. Mas não é bem assim, pois Sérgio disse publicamente que, assumindo, será candidato a governador, e tem condições legais para isso.
A pergunta, a princípio de muito difícil resposta, é: “Sérgio, assumindo e se lançando à reeleição a governador, teria Rocha como seu candidato ao Senado?”
Recentemente, Rocha viajou para Israel, teve que ficar fora do país por período maior que a licença normal para o governador e precisou contar com apoio da Assembleia Legislativa (ALE), que aprovou, a toque de caixa, mudança em item da Constituição Estadual para favorecer Rocha a permanecer mais tempo fora do país e impedir Sérgio de assumir.
No início do ano, Marcos Rocha teve problemas com seu assessor de confiança, Júnior Gonçalves, chefe da Casa Civil desde o mandato anterior, que é irmão de Sérgio. Júnior foi demitido por Rocha, e isso provocou animosidade entre o governador e o vice; por isso a mudança na Constituição, para que Sérgio não assumisse. Ele já tinha dito publicamente que demitiria o atual chefe da Casa Civil, Elias Rezende, pessoa de extrema confiança de Rocha, que assumiu o lugar do irmão.
Sérgio também era, além de vice-governador, titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Foi demitido da função pelo governador e assim permanece somente como vice.
Em várias pesquisas realizadas no Estado por institutos especializados, o nome de Rocha está sempre em primeiro lugar como pré-candidato ao Senado. Ele divide o pódio com a deputada federal Sílvia Cristina, presidente regional do PP, sempre citada como futura “dona” de uma das duas vagas, não importando quem esteja junto.
O trabalho de Rocha tem aprovação da maioria dos prefeitos. Na ALE-RO, não tem problemas para aprovar seus projetos. Rocha, sendo candidato, terá que renunciar até o dia 3 de abril de 2026. Agindo assim, sua esposa, Luana Rocha, secretária de Ação Social do Estado, pessoa de significativa popularidade na capital e no interior, tem chances reais de eleger-se à Câmara Federal, como planeja. E certamente não terá muitas dificuldades em conseguir seu objetivo.
Rocha e Luana estariam lado a lado em uma campanha com muitas chances de sucesso de ambos estarem em Brasília a partir de janeiro de 2027. O problema é como se comportaria Sérgio, que assumiria já trabalhando a reeleição. Sem o apoio da “máquina” governamental, as chances de Rocha não seriam tão reais como hoje. Já para Luana, pouco influenciaria.
Permanecendo no cargo, como tem sido comentado nos últimos dias, além de não poder concorrer, Rocha inviabilizaria a candidatura de Luana, devido ao grau de parentesco. O irmão do governador, Sandro Rocha, que é diretor-geral do Detran-RO, também teria que abortar sua pré-candidatura a deputado estadual.
Durante a semana, pessoas ligadas a Marcos Rocha, quando questionadas sobre o futuro político do governador, responderam de forma vaga que a situação será analisada nos primeiros meses do próximo ano, que é muito cedo para decisões sobre o assunto, pois, no momento, a preocupação é com a aprovação do Orçamento de 2026, acima de R$ 11,5 bilhões, do 13º salário dos servidores e dos compromissos com os fornecedores.



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