Publicada em 11/11/2025 às 10h01
PORTO VELHO (RO) - A participação de Gedeão Negreiros no podcast Resenha Política, apresentado por Robson Oliveira em parceria exclusiva com o Rondônia Dinâmica, concentrou-se em temas controversos envolvendo a Câmara Municipal de Porto Velho. Logo no início, o apresentador mencionou suspeitas de “rachadinhas” ligadas a verbas indenizatórias e lembrou decisão judicial de afastamento de vereador. Gedeão disse ter reforçado o controle: “o meu grande desafio foi construir um controle interno forte dentro daquela casa… Hoje o meu controlador da casa, ele é funcionário da casa, auditor de carreira… e lá hoje eu tenho em torno de quatro advogados além do controlador dando suporte”. Segundo ele, “tudo que é feito… com relação à verba indenizatória é passado pelo controle interno” e “o Tribunal de Contas [está] dentro da Casa fazendo auditoria em todos os processos”.
Provocado sobre o caso citado — “o vereador Thiago Tezzari” — Gedeão separou os temas: “A questão da verba indenizatória, ela não está atrelada ao fato do vereador Thiago Tezzari, o fato que aconteceu com ele”. Em tese, afirmou: “lá especificamente dentro da Casa, eu nunca ouvi falar dessa palavra [rachadinha]”, frisando que “a Justiça está investigando” e que instalou “uma comissão… [para] uma investigação interna… por envolver servidor”.
Outro ponto foi a informação de empréstimos de R$ 300 mil a parlamentares no início do mandato. Indagado sobre veracidade e licitude, respondeu: “Tem empréstimo… Alguns vereadores”. Disse tratar-se de relação “entre o vereador e a instituição financeira” e que “a Câmara não tem nenhum tipo de responsabilidade… não [é] avalista”.
A crise do lixo dominou a entrevista. Questionado sobre a legalidade do ato legislativo que alcançou decisão do Executivo, Gedeão sustentou: “Poderíamos… a nossa decisão é política”. Afirmou haver “parecer jurídico da procuradoria naquele momento” e descreveu o cenário: “Nós estamos sem coleta há mais de oito dias… [é] uma questão de saúde pública”. Acrescentou que “a Câmara fez avaliação especificamente política naquele momento… Independente da bandeira A ou B, o que a gente quer é um bom atendimento”, e disse que a Casa não foi chamada “em nenhum momento para discutir essa celeuma”.
Ao ser perguntado diretamente sobre propina no setor de resíduos, respondeu: “Nunca chegou, nem conheço nenhum diretor dessa empresa. Nada dentro da Casa, isso eu garanto pra você”.
Sobre viagens e diárias, Gedeão afirmou que hoje “a Câmara Municipal de Porto Velho… não tem processo de diária e nem de passagem aérea”, porque “a verba indenizatória tá aí pra custear esse tipo de ação”. Segundo ele, no passado “tinha os processos de diária e processos de [passagem]”, mas “na nossa gestão, não”. Disse ainda: “a verba indenizatória hoje o valor é 60 mil reais… é público, tá no portal da transparência”.
No relacionamento com órgãos de controle, declarou que “nunca vai deixar de atender uma solicitação do Ministério Público e do Tribunal de Contas” e mencionou visitas institucionais. No terço final, tratou de aspectos biográficos e administrativos: relatou a transição da iniciativa privada para a vida pública (“Eu tenho 48 anos… eu não tô me adaptando tanto à política… tô fazendo o meu papel”), afirmou não ser candidato a deputado estadual e disse que pretende “finalizar [a] gestão à frente da presidência da Câmara” e “aprovar [as] contas”. Comentou o projeto de iluminação de Natal (“é uma parceria… as pessoas vão doar”) e classificou a relação com o Executivo como “diplomática… harmônica”, informando que “dos 23 vereadores, os 22 estão na base”. Ao ser questionado se “todos os vereadores podem dormir tranquilos”, respondeu que, “se for relacionado ao mandato parlamentar em si, podem ficar tranquilos”, ponderando que “quem tá na vida pública tá a mercê de qualquer situação”.
10 frases de Gedeão Negreiros durante o Resenha Política:
01) “A nossa decisão é política.” - Ao justificar a atuação da Câmara na anulação de ato do Executivo ligado ao contrato do lixo, durante questionamento sobre legalidade.
02) “Tem empréstimo… Alguns vereadores.” - Ao confirmar a existência de empréstimos de R$ 300 mil tomados por parlamentares, frisando tratar-se de relação direta com instituições financeiras.
03) “Nunca chegou, nem conheço nenhum diretor dessa empresa.” - Ao negar ter recebido propina de empresa do lixo após pergunta direta do apresentador.
04) “Lá especificamente dentro da casa, eu nunca ouvi falar dessa palavra [rachadinha].” - Ao comentar a prática em tese, diferenciando-a do caso judicial citado e afirmando que a Justiça investiga.
05) “Hoje… não tem processo de diária e nem de passagem aérea.” - Ao descrever mudança de procedimento, com viagens sendo custeadas via verba indenizatória. -
06) “A verba indenizatória hoje o valor é 60 mil reais… é público.” - Ao tratar de transparência e prestação de contas no portal da Câmara.
07) “Nós estamos sem coleta há mais de oito dias.” - Ao relatar a situação da coleta de lixo e a preocupação com saúde pública.
08) “O tribunal de contas [está] dentro da casa fazendo auditoria em todos os processos.” - Ao justificar o reforço do controle interno e a presença de auditorias contínuas.
09) “A Câmara… não foi chamada em nenhum momento para discutir essa celeuma.” - Ao afirmar que o Legislativo não foi incluído em discussões sobre a crise do lixo após as medidas adotadas.
10) “Se for relacionado ao mandato parlamentar em si, podem ficar tranquilos.” - Ao responder se vereadores “podem dormir tranquilos” frente a controles e investigações, com ressalvas sobre situações fora do âmbito direto do mandato



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