Publicada em 19/11/2025 às 14h45
Porto Velho, RO — Na última terça-feira, 18, o senador Confúcio Moura (MDB-RO), que presidia a sessão no Senado, fez um pronunciamento improvisado. Ao iniciar sua fala, saudou os parlamentares e o público e retomou a pauta da COP 30, sediada em Belém do Pará.
O senador afirmou que a realização do evento exigiu intenso esforço do governador Helder Barbalho e do Governo Federal para adaptar a capital paraense em pouco tempo, a fim de receber autoridades, técnicos e políticos. Ele destacou que a Amazônia enfrenta alguns dos piores indicadores sociais do país, citando a precariedade do saneamento, palafitas, bairros periféricos insalubres e despejo de esgoto nos rios. Segundo ele, a exposição dessa realidade permitiu discutir a convivência entre pobreza e preservação ambiental.
Confúcio Moura afirmou que extrativistas, indígenas, ribeirinhos e quilombolas vivem um “pobrismo” histórico associado à baixa renda, falta de oportunidades e ausência de qualificação, o que leva muitos a recorrerem à exploração irregular dos recursos naturais para sobreviver. Ele comparou essa realidade ao desenvolvimento europeu, que, segundo ele, se consolidou com base em inovação, tecnologia e na riqueza acumulada a partir da colonização de países africanos e latino-americanos.
O parlamentar defendeu que o Brasil deve investir seus próprios recursos para preservar a floresta, afirmando que ações estruturantes precisam partir dos governos federal e estaduais, incluindo educação de qualidade, pesquisa científica e catalogação da biodiversidade. Ele citou iniciativas de universidades do Pará, do Amazonas e de outros estados da região voltadas à bioeconomia e à identificação de insumos como cosméticos e medicamentos derivados da floresta.
Ao tratar da pauta climática, o senador declarou que não se trata de uma disputa ideológica. Em suas palavras, “o clima está acima de princípios de direita e de esquerda, de centro, de extremistas ou não”, mencionando episódios recentes de secas, chuvas intensas e ventos fortes no país.
Em seguida, Confúcio Moura rebateu declarações atribuídas ao chanceler alemão, Friedrich Merz, que teria dito que a “maior alegria” da comitiva alemã em Belém, durante a COP 30, foi deixar a cidade. O senador relatou ainda que Merz perguntou quem desejaria permanecer no Pará e que, segundo ele, ninguém teria levantado a mão. Confúcio afirmou que o chanceler “se esqueceu da história alemã”, lembrando os períodos de miséria, conflitos e os imigrantes alemães acolhidos pelo Brasil, especialmente no Sul.
Ele acrescentou que tanto o governador Helder Barbalho quanto o prefeito de Belém fizeram um esforço “gigantesco” para recepcionar delegações nacionais e internacionais durante a conferência. Encerrando o discurso, o senador disse que os resultados da COP 30, independentemente da escala, devem orientar ações internas e reforçou que “quem ama verdadeiramente o Brasil somos nós brasileiros”.



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