Publicada em 08/11/2025 às 11h14
PORTO VELHO (RO) - A disputa pelas duas vagas ao Senado é assunto predominante nas rodas políticas da capital e do interior de Rondônia. É lógico que a sucessão estadual e as vagas (oito) na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, composta por 24 deputados, também motivam discussões, opiniões e palpites — às vezes até bate-boca —, mas tudo faz parte do processo político-eleitoral.
Também é importante lembrar que teremos, em outubro do próximo ano, eleições para presidente da República, mas não é esse o assunto que motivou a Opinião de hoje, quando estamos a pouco mais de 11 meses das Eleições 2026.
Rondônia já tem uma plêiade de candidatos ao Senado, quase todos considerados bons de votos, pois já enfrentaram as urnas em eleições anteriores e conseguiram mandatos. Tudo indica que, caso o quadro atual seja mantido ou pouco modificado, como se espera, teremos eleições das mais equilibradas para as vagas hoje ocupadas por Confúcio Moura e Marcos Rogério, presidentes regionais do MDB e PL, respectivamente.
Institutos especializados já estão realizando pesquisas de opinião pública no Estado para saber a preferência do eleitorado pelas vagas ao Senado. A maioria delas é estimulada, mas grande parte dos entrevistados já conhece quase todos os políticos que se propuseram a uma pré-candidatura ao Senado.
Praticamente não se notam surpresas, mas há preocupação, pois em Ji-Paraná, segundo maior colégio eleitoral de Rondônia, cerca de 100 mil eleitores estariam disputando as duas vagas entre quatro candidatos, sendo que três deles já enfrentaram as urnas como vencedores.
Marcos Rogério até poderá abrir mão de disputar a reeleição e optar pela sucessão estadual, que ele já disputou em 2022, enfrentando o governador Marcos Rocha (União), que se reelegeu no segundo turno, mesmo com Rogério sendo apontado como favorito. Hoje, Rogério é pré-candidato ao Senado.
A deputada federal Sílvia Cristina, que preside o PP no Estado, vem trabalhando a pré-candidatura ao Senado desde a sua reeleição em 2022, quando somou mais de 64 mil votos — a segunda mais bem votada à Câmara Federal. Ela realiza um elogiável e importante trabalho social na prevenção e no combate ao câncer, com muita dedicação e competência. Está sempre entre os mais bem colocados nas pesquisas.
Ainda de Ji-Paraná, temos o ex-senador Acir Gurgacz, que preside o PDT no Estado, pré-candidato de centro-esquerda. Acir já foi prefeito de Ji-Paraná e senador. Nas pesquisas, está sempre entre os nomes em condições de sucesso nas urnas.
Ji-Paraná poderá ter mais um candidato ao Senado, o pecuarista Bruno Scheid, do PL, nome indicado pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Caso realmente concorra, será uma aposta bem ousada do pessoal de centro-direita.
Integrantes do bloco de centro-direita têm, além de Marcos Rogério, Sílvia Cristina e Bruno, mais dois nomes conhecidos na disputa pelas duas vagas de senador: o governador Marcos Rocha, presidente do União Brasil no Estado, e o deputado estadual delegado Rodrigo Camargo (Republicanos-Ariquemes), este de extrema direita convicto, mas coerente com o que prega.
Dentro da lógica, provavelmente não teremos dois candidatos do mesmo grupo político eleitos. A princípio, seria um de cada segmento e, nesse contexto, Acir Gurgacz se torna um nome forte, porque Confúcio Moura, que seria a liderança do segmento ao Senado, está caminhando para uma eleição a governador, cargo que ele já ocupou em dois mandatos seguidos, antes de eleger-se senador.
Acir seria o único nome, até o momento, de centro-esquerda concorrendo ao Senado. Como a expectativa é que cada grupo eleja um dos senadores, Acir já estaria com um pé de volta ao Senado.
Temos outros nomes em condições de concorrer ao Senado, que já obtiveram bons resultados nas urnas e que já foram — ou são — detentores de mandatos. O ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, presidente estadual do PSDB, com dois mandatos seguidos, trabalha uma candidatura a governador. Se não conseguir formatar seu projeto, poderá concorrer ao Senado, pois tem chances reais de se eleger.
O deputado federal mais bem votado em 2022, ex-secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo (UB), está formatando uma candidatura a governador. Dificilmente terá sucesso caso permaneça no União Brasil, que já teria outros planos para a sucessão estadual. Certamente mudará de partido na Janela Eleitoral de 2026 (7 de março a 5 de abril) e, caso não formate candidatura a governador, poderá concorrer ao Senado. Seria mais um de centro-direita concorrendo a uma das duas vagas de senador.
Até as convenções partidárias de 2026 (20 de julho a 30 de agosto) teremos muitas idas e vindas no processo político-eleitoral do Estado, mas, no momento, a situação está bem próxima do quadro exposto. Negociações de bastidores, acordos e parcerias serão a tônica a partir de fevereiro do próximo ano, após o recesso parlamentar.
Inclusive, nada do que está se prevendo é definitivo, porque a frase histórica do saudoso ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto — “Política é como nuvem: você olha, está de um jeito; olha de novo, e ela já mudou” — continua atual.



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