Publicada em 14/11/2025 às 10h36
PORTO VELHO (RO) - A repercussão da Operação Godos, deflagrada pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO) no dia 12 de novembro, levou a direção do Partido Liberal (PL) no estado a anunciar medidas internas de apuração e a divulgar posicionamento oficial diante da prisão do vereador Jair Alves de Oliveira, conhecido como Jair da 29, filiado à sigla em Nova Mamoré. O caso motivou críticas públicas e manifestações dentro e fora do partido, incluindo declarações do vice-presidente estadual do PL e pré-candidato ao Senado, Bruno Scheid, que tratou do episódio em um vídeo publicado na manhã desta quinta-feira (13).
A operação, considerada a maior já conduzida pelo MPRO, cumpriu 50 mandados de prisão e 120 de busca e apreensão em quatro estados — Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará — com apoio das polícias Militar e Civil. Entre os detidos está o ex-vereador e ex-subsecretário de Agricultura de Nova Mamoré, José C. R. S., o “Eletricista”, apontado pelos investigadores como integrante da Liga dos Camponeses Pobres (LCP). Segundo o Ministério Público, o grupo atuava em invasões de terras, extorsão, lavagem de dinheiro, homicídios, porte ilegal de armas e desmatamento estimado em cerca de 25 mil hectares. Os bens bloqueados na operação somam aproximadamente R$ 2,05 bilhões.
Em vídeo divulgado na última quinta-feira, 13, Bruno Scheid comentou a repercussão do caso. “Fala meus amigos, fala rápida por aqui, só pra comentar o caso lá de Nova Mamoré”, afirmou. Em seguida, mencionou reportagens que tratavam do suposto envolvimento de filiados do PL com a Liga dos Camponeses Pobres. “Envolvimento ou possível envolvimento de membros do Partido Liberal com a LCP, Liga dos Camponeses Pobres, a maior organização criminosa dentro do estado de Rondônia. Anotem isso. Existem inúmeros relatórios aí comprovando”, declarou.
O vice-presidente afirmou que pretende apresentar uma recomendação formal ao presidente estadual da legenda. “Vou sugerir ao presidente estadual do partido, senador Marcos Rogério, a expulsão imediata desses membros do partido, seja ele vereador, prefeito, quem seja”, afirmou. Na sequência, acrescentou: “O Partido Liberal não é casa para bandido e quem tem envolvimento com a LCP, bandido é”. Scheid disse ainda que faria contato telefônico com o senador para reforçar a proposta: “Vou ligar para o senador Marcos Rogério para que se aquilo que está na matéria estiver caracterizado em inquérito policial, que a expulsão desses caras sejam imediata”.
Ele finalizou pedindo informações adicionais sobre o caso. “Se tiver qualquer informação de Nova Mamoré, manda para mim”.
O Partido Liberal divulgou uma nota oficial em Rondônia. No documento, a sigla afirma que abrirá “imediatamente um procedimento interno de apuração, para esclarecer todos os fatos e verificar eventual vínculo ou participação do vereador citado”. O texto ressalta que “ninguém será pré-julgado” e que a investigação seguirá “o devido processo, respeitando o princípio da presunção da inocência”.
A nota também indica a possibilidade de medidas disciplinares severas. “Caso as denúncias sejam confirmadas, o PL aplicará as sanções máximas previstas no Estatuto, incluindo a possibilidade de expulsão”, afirma.
O comunicado conclui reafirmando o posicionamento institucional da sigla: “O Partido Liberal (PL) reafirma seu compromisso inegociável com a defesa da propriedade privada, da ordem pública e do Estado de Direito. Qualquer envolvimento de agentes públicos ou representantes partidários em atos que violem esses princípios será tratado com total rigor”.



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