Publicada em 28/10/2025 às 11h22
Porto Velho, RO – O encontro de cerca de 50 minutos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo (26), durante a 47ª Cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur, na Malásia, produziu reações incomuns no campo oposicionista de Rondônia. Enquanto Trump classificou Lula como “um sujeito muito vigoroso” e declarou que as negociações comerciais bilaterais prosseguem, a maioria dos parlamentares críticos do governo federal permaneceu sem se manifestar.
O silêncio ocorre após um histórico recente marcado por declarações contundentes sobre a política norte-americana para o Brasil. Em julho de 2025, quando Trump anunciou a taxação de 50% sobre exportações brasileiras, atingindo setores como carne, café, milho e laranja, parte da bancada federal de Rondônia celebrou as sanções e responsabilizou Lula pela crise diplomática. Durante aquele período, figuras como Marcos Rogério (PL), Coronel Chrisóstomo (PL) e Jaime Bagattoli (PL) se posicionaram contra o governo brasileiro, sem crítica direta ao governo dos Estados Unidos.
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A nova postura de reserva pública surge após episódios sucessivos de interlocução direta entre os dois chefes de Estado. Em 24 de setembro, Trump afirmou, na Assembleia Geral da ONU, ter tido “uma química excelente” com Lula, acrescentando intenção de aprofundar o diálogo bilateral. Na ocasião, Chrisóstomo classificou Lula como “frouxo” e afirmou que o presidente brasileiro estaria “evitando encontro presencial”, baseando-se em suposta orientação diplomática para reunião virtual.
Já em 6 de outubro, Lula anunciou telefonema de 30 minutos com Trump, durante o qual pediu a retirada de sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros. Mesmo com o tema já repercutindo nacionalmente, parlamentares de Rondônia alinhados ao bolsonarismo não emitiram opiniões públicas 24 horas após o anúncio, conforme registrado pelo Rondônia Dinâmica em 07/10/2025.
A mudança de cenário se intensificou após o encontro presencial na Malásia. Segundo o chanceler Mauro Vieira, Trump autorizou sua equipe a iniciar negociações para revisar o tarifaço ainda na noite do domingo, ressaltando que o diálogo foi “muito positivo”. Também foi citada admiração de Trump pela trajetória política de Lula, incluindo referência ao período de acusações e posterior retorno à Presidência.
Nesta nova fase, o único parlamentar rondoniense que se posicionou foi Coronel Chrisóstomo, que repercutiu o encontro com críticas ao presidente do Brasil. Em postagem replicada em redes sociais, ele afirmou que Trump teria elogiado Bolsonaro e insinuado falta de firmeza no governo brasileiro. O conteúdo publicado por Chrisóstomo inclui trechos como “Como o senhor está se sentindo sobre Bolsonaro?” e “Trump elogia Bolsonaro!”, acompanhados de vídeos e imagens do encontro.
A ausência de posicionamentos mais amplos contrasta com discursos anteriores sobre defesa da soberania, ameaças internacionais e possíveis retaliações de países estrangeiros. Os mesmos atores políticos que adotaram tom favorável às restrições ideológicas aplicadas ao Brasil pelos Estados Unidos agora evitam comentar um movimento de reaproximação diplomática que pode retirar sanções e revisar tarifas impostas ao agronegócio.
Além das tratativas bilaterais, Trump parabenizou Lula pelos 80 anos, completados em 27 de outubro, afirmando: “Ele é um sujeito muito vigoroso, na verdade, e fiquei muito impressionado”. Em resposta sucinta, Lula declarou ter visto as felicitações e agradecido. O presidente brasileiro informou ainda que ambos mantêm canal direto de diálogo: “Ele tem o meu telefone e eu tenho o telefone dele”.
Enquanto prosseguem as negociações para suspender as tarifas, permanece a ausência de manifestação da maior parte da bancada de Rondônia. O comportamento reforça o padrão registrado desde os primeiros elogios de Trump ao presidente brasileiro, com críticas seletivas e silêncio sobre fatos que envolvem aproximação entre os dois governos.
A expectativa oficial declarada é que as conversas avancem “em pouco tempo” e que uma solução seja alcançada para que, segundo Lula, “a vida siga boa e alegre”, conforme afirmou no âmbito da cúpula internacional em Kuala Lumpur.



A DESGRAÇA DE NOSSO PAÍS É ESSA IMPRENSA MILITANTE, QUAL FOI O ACERTO DE LULA COM TRUMP?, NENHUM, SÓ ELE SAIU FALANDO COISAS OQUE OS EUA, NÃO DISSE. A UNICA COISA QUE SAIU FOI UMA FOTO E NADA MAIS.