Publicada em 27/10/2025 às 11h38
Porto Velho, RO – O ambiente político rondoniense revela que nenhum dos polos ideológicos ocupa uma posição confortável enquanto 2026 se aproxima. Direita e esquerda possuem bases eleitorais relevantes e aspirações elevadas, mas enfrentam dilemas distintos que podem definir o resultado da disputa pelo Governo do Estado.
No campo da esquerda e centro-esquerda, agrupado em torno de partidos progressistas com boa fatia do eleitorado, o ponto frágil permanece evidente: falta de definição sobre quem será o candidato ao governo. A demora expõe o grupo a ruídos internos, perda de tempo estratégico e dificuldade nas negociações com possíveis aliados. Nomes como Samuel Costa, Sid Orleans e Cláudia de Jesus são mencionados, mas nenhum foi consolidado como liderança capaz de unificar a coalizão. Enquanto o debate interno se arrasta, o calendário eleitoral avança em velocidade maior que a construção de consenso.
A direita e a extrema direita vivem dilema diferente. O espectro conservador apresenta nomes competitivos e forte estrutura partidária, com possíveis candidatos já conhecidos da população: o vice-governador Sérgio Gonçalves, do União Brasil, o senador Marcos Rogério, do PL, o deputado federal Fernando Máximo, ainda no União Brasil, mas em articulações para troca partidária, além de Adaílton Fúria, do PSD, com influência regional consolidada. Até mesmo Ivo Cassol, do PP, embora inelegível no momento, permanece como força política que influencia decisões e atrai apoios.
O desafio desse bloco está menos em quem colocar na disputa e mais em como reconstruir uma narrativa que alcance os eleitores moderados, que demonstram fadiga com a polarização e buscam estabilidade. A força numérica não basta para vencer quem controla o centro do discurso.
O quadro se resume a um contraste essencial. A esquerda tem eleitorado de base, mas carece de liderança definida. A direita tem nomes colocados, mas parece enfrentar maior instabilidade na mensagem que pretende transmitir ao conjunto do eleitor rondoniense.
No tabuleiro rondoniense, a disputa já começou. As eleições de 2026 não serão vencidas por quem grita mais, e sim por quem organizar melhor suas peças e conquistar o centro político que decide qualquer jogo de poder. Hesitar significa ceder espaço. Vale dizer que a primeira disputa é a de vaidades. Cada espectro terá de duelar com seus próprios partícipes até que as convenções definam quem é “o cara”, e quem não é.



Comentários
Seja o primeiro a comentar!