Publicada em 06/10/2025 às 09h41
Porto Velho, RO – Publicado no último domingo, 05, o texto “Ajustes e Desajustes”, de autoria do senador Confúcio Moura (MDB), traz uma reflexão em tom poético sobre o cenário político atual. O parlamentar menciona diretamente o avanço da extrema-direita, as ameaças às democracias, a necessidade de regulação da internet e faz referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, citando também as sucessivas tentativas de golpe que atravessam o país.
Logo no início, o senador escreve: “Nosso destino é feito de ajustes e desajustes. Vivemos o tempo da incerteza: um mundo em guerra, democracias sitiadas, políticas grotescas que soam como ecos — Trump, símbolos da sombra.” A menção ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece como representação de um cenário global em que, segundo o texto, “o mundo se inclina à extrema-direita, às autocracias que se erguem como muros”.
Em outro trecho, Moura faz uma analogia ao Brasil contemporâneo, descrevendo-o como “ainda fechado em si mesmo, latino, preso às correntes do passado: a escravidão que ainda sussurra, o patrimonialismo que nunca nos deixa”. O texto propõe um diálogo entre o passado e o presente, abordando a persistência de estruturas históricas e a dificuldade de superação de desigualdades e vícios institucionais.
O senador faz também uma crítica indireta à instabilidade política e fiscal brasileira, ao escrever: “Seguimos no improviso, um país de crises fiscais, onde cada governante gasta sem poder e o próximo apaga incêndios.” Na sequência, ele questiona: “E se o Brasil não existisse, faria falta ao mundo?”, numa passagem interpretada como reflexão sobre o papel do país diante dos desafios democráticos e econômicos atuais.
Entre os temas centrais do texto, Moura defende o cuidado com a educação e a regulação do ambiente digital. Ele escreve: “Ao menos, cuidar da educação: ajustar e educar, olhar para os submundos esquecidos, levantar o pó escondido sob o tapete. Regular o caos da internet, conter o crime que se infiltra por suas frestas.” A passagem reforça a preocupação do senador com a disseminação de desinformação e com o uso criminoso das redes.
O texto ainda contextualiza o momento político brasileiro, ao mencionar explicitamente o julgamento de Jair Bolsonaro, ocorrido na mesma semana da publicação: “Na semana do julgamento de Bolsonaro, falamos de futuro e de orçamento, buscando ânimo, enquanto os anos correm, e os golpes, sempre mais frequentes, nos atravessam.” O senador relaciona o episódio ao processo mais amplo de “polarização” e à “vida em julgamentos permanentes”.
Na parte final, Confúcio Moura volta-se ao papel das instituições, destacando o protagonismo do Congresso Nacional: “Um Congresso que governa sem nome, sem parlamentarismo, mas que manda, sim, segura o Executivo pelas rédeas, e no fim, dá cavalo de pau.”
O artigo, embora poético, reafirma uma postura crítica diante da escalada da extrema-direita e da fragilidade das democracias, inserindo o Brasil nesse contexto mundial. Publicado em suas redes e no portal oficial do parlamentar, o texto ecoa temas que vêm marcando a trajetória pública de Confúcio Moura — entre eles, a defesa da moderação política, o investimento em educação e a necessidade de responsabilidade digital.
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