Porto Velho, RO – O Coronel Ronaldo, do Solidariedade, fez quase 17 mil votos numa eleição com uma quinzena de candidatos. Foi o quinto lugar batendo nomes recorrentes da política como Garçon (6º) e Pimentel (7º).
Ficou atrás do candidato do Palácio Rio Madeira, Breno Mendes, do Avante, que tinha a seu favor todo o poderio da máquina político-administrativa com a benção do próprio governador Coronel Marcos Rocha, sem partido.
Ronaldo Flores, aliás, deixou claro durante o pleito que saiu do governo Rocha porque o chefe do Executivo mentiu tanto para ele quanto à Corporação; o mandatário-mor do Estado não cumpriu acordo salarial firmado com o ex-comandante da Tropa em nome dos policiais, e isto, por óbvio, fez com que o militar saísse da gestão e firmasse os próprios passos na política.
É bom lembrar outra questão acerca da performance: durante o debate promovido pelo site Rondoniaovivo no auditório do Colégio Sapiens, o Sargento Eyder Brasil, do PSL, que é deputado estadual com mandato vigente, o denominou como esquerda disfarçada – ou coisa que o valha –, provavelmente por causa da legenda e dos laços do ex-comandante-geral da PM com Daniel Pereira.
No entanto, ainda assim, a diferença entre os dois foi gritante: exatos 11.130 votos.
O resumo, nesta situação específica, é que o discurso inócuo do falso conservador perdeu o poder de outrora; não basta, para ter efetividade no mundo real, evocar a tríade Deus-Pátria-Família se o autor da verborragia não consegue desenvolver sequer esses temas, quanto mais falar sobre os gargalos da cidade apresentando soluções administrativas para solver todos eles.
E é preciso escancarar o esvaziamento do papo furado antes que outros pretendentes a cargos eletivos caiam sobre os próprios pés.
Em suma, o que aconteceu com Mendes e Brasil pode ocorrer agora no segundo turno com Cristiane Lopes, do Progressistas, se a retórica pseudo-religiosa for a tônica de suas bandeiras excluindo a realidade do colóquio.
Nas eleições 2020 as pessoas não querem mais saber de conversa fiada, pois estão mais preocupadas com os efeitos das alagações em todos os rincões do município quando caem das míseras chuvas às águas torrenciais.
Os cidadãos querem saber se irão encontrar médicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Querem saber, ainda, se Porto Velho um dia terá uma rede de esgoto decente e o devido tratamento dos mananciais.
Esses são arquétipos irrisórios que ilustram perfeitamente o tipo de informação à qual o eleitor está buscando, tentando enxergar a aplicabilidade no mundo real de propostas palpáveis.
Neste sentido, Ronaldo Flores apresentou seu cartão de visitas, sem firulas, sem gritos histriônicos, sem prosas delirantes, demostrando, para todos os efeitos, que é possível regressar ao estado normal das coisas.
Com isso, mantendo a coerência nos passos, o ex-comandante da Polícia Militar (PM/RO) reúne todas as condições de prosperar politicamente tanto quanto o fez na condição de membro e chefe da Corporação.
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