Publicada em 13/12/2025 às 09h29
PORTO VELHO (RO) - A única ligação rodoviária de Manaus com os demais estados é a BR-319, construída na década de 70, que corta a Floresta Amazônica, com cerca de 900 km de extensão. É uma rodovia essencial para o Amazonas e para a sua capital, um dos importantes centros industriais do país, com destaque para motocicletas, carro-chefe da Zona Franca.
No trecho que liga as duas capitais, há uma área denominada “Meião”, onde não existe mais pavimento, dificultando a passagem de veículos, principalmente os de carga, pois o Amazonas não é um estado com potencial de produtividade como Rondônia e depende da importação de muitos produtos, inclusive alimentos, de outras regiões, tendo apenas a BR-319, além do Rio Madeira.
Por teimosia e interesse da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, todos os esforços políticos (deputados federais e estaduais, governadores, prefeitos e vereadores) e da sociedade, de um modo geral, são ignorados em razão da pressão das ONGs internacionais, que têm seus interesses atendidos pela ministra.
Recentemente, foi aprovada na Câmara Federal a Medida Provisória 1308/2025, que cria a Licença Ambiental Especial e garante o reasfaltamento do trecho do “Meião”, com cerca de 400 km, onde o asfalto desapareceu e nada foi feito para a devida restauração e adequação da importante rodovia. A situação se agrava no período de chuvas, porque a região tem somente duas estações climáticas: o verão (quando há seis meses de seca, com chuvas esparsas) e o inverno, quando chove praticamente todos os dias durante meses.
Além da Bancada da Amazônia (senadores e deputados), as bancadas de Rondônia e do Acre sempre trabalharam muito na busca de solução para a BR-319 e para a população ribeirinha, que depende da rodovia nos períodos de chuvas, em razão das enchentes e das secas, comuns na região, tanto na navegação pelo Rio Madeira, que liga Porto Velho a Manaus, como no tráfego pela BR-319.
A aprovação da MP 1308 surge como “uma luz no fim do túnel”. Os políticos e as lideranças empresariais, agrícolas e comerciais devem somar forças para que o processo de repavimentação seja implantado, acelerado e concluído no menor tempo possível.
São necessárias prudência, bom senso, responsabilidade e coerência para que a BR-319 seja adequada à realidade regional. A proposta do senador Confúcio Moura (MDB) é transformar a rodovia em uma Estrada Parque, onde o tráfego e a velocidade sejam controlados, com a construção de passagens subterrâneas para os animais, vigilância 24 horas, elevação da pista, telas de proteção, entre outras necessidades.
O deputado federal Lúcio Mosquini, que presidiu o MDB durante anos, também se destaca na luta pela repavimentação da BR-319, mas os esforços devem ser redobrados para evitar que os “ecologistas da selva de pedra”, que vivem encastelados e refrigerados pelo ar-condicionado, na verdade queiram destruir os humanos e levar, na “mão grande”, o que há na Amazônia, que é o lar de mais de 2 milhões de espécies de insetos, 100 mil plantas, 2 mil espécies de peixes e 600 mamíferos, muitos dos quais não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo. A bacia também possui enormes reservas de bauxita, ouro, manganês, níquel, cobre, estanho e madeira, além de vasto potencial hidrelétrico.
A convivência entre animais, humanos e a natureza é um caminho natural, desde que sejam respeitadas as condições de cada segmento. E o ser humano, por ter o cérebro desenvolvido, precisa estudar, conversar, discutir e buscar soluções para uma convivência harmoniosa e racional, apesar de muitos agirem de forma irracional.



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