Publicada em 04/11/2025 às 09h40
Porto Velho, RO – A entrevista concedida por Fátima Cleide (PT) ao Podcast Resenha Política, apresentado por Robson Oliveira em parceria exclusiva com o Rondônia Dinâmica, concentrou-se em controvérsias sobre ambiente, agronegócio, saúde pública e eleições. Questionada sobre a rejeição ao PT e as tensões com as cadeias produtivas, a petista declarou: “Então, eu acho que há um desconhecimento do que o PT defende.” Em seguida, afirmou: “Nós não estamos aqui dizendo que somos contra o agronegócio. [...] O problema é que o agronegócio quer avançar cada vez mais e não há possibilidade de se fazer uma exploração tão devastadora como foi feita até agora. O planeta não aguenta mais.”
Ao tratar de alimentos e insumos agrícolas, Fátima vinculou o consumo de agrotóxicos ao adoecimento: “Infelizmente, Robson, o que nós comemos hoje é veneno. A gente come veneno, a gente toma veneno, até as águas que a gente toma podem estar envenenadas, né?” Ela disse desejar pesquisa que relacione esse uso a “índice de câncer”, citando que “no governo anterior houve uma abertura geral, sabe? Irrestrita para o uso de agrotóxico”. Sobre Rondônia, pontuou, sobre o Hospital do Câncer: “Agora a gente tem que ter por quê? Porque os índices de câncer no estado de Rondônia são imensos.”
No campo político-eleitoral, Fátima afirmou que seu nome “está colocado para uma candidatura majoritária” e, instigada se concorreria ao Senado, governo ou Câmara, respondeu: “Sou. Sou. Ainda precisa definir com o partido que rumo que a gente vai tomar.” Ao abordar a situação do PT no estado, reconheceu perda de capilaridade e atribuiu parte do quadro à comunicação: “Acho que a gente não consegue se comunicar direito com a sociedade. [...] A gente é visto como bicho papão.”
Outro trecho polêmico recaiu sobre a COP30 em Belém e o encarecimento de hospedagens. Fátima disse ver “um grande preconceito” contra a realização do evento na Amazônia e sustentou: “houve uma ação direcionada pra prejudicar o governo brasileiro”, descrevendo “boicote do setor hoteleiro para prejudicar o [governo federal].” Ela também afirmou que a prioridade é garantir estadia “para os negociadores”, pois “A sociedade civil se vira.”
Nos primeiros minutos do programa, Robson Oliveira apresentou a convidada e citou sua atuação na Secretaria-Geral da Presidência. Fátima confirmou: “Trabalhando mais em Brasília, porque estou na Presidência da República, na Secretaria-Geral, com o ministro Márcio Macedo.” Disse integrar “o grupo de trabalho que está organizando a participação social na COP30” e relatou tarefas recentes no PT: “a gente passou a semana inteira auxiliando na organização dos setoriais do partido.” Sobre a militância, resumiu: “Com certeza, militante hoje, não mais dirigente ocupando cargo de direção.”
A ex-senadora descreveu vínculos com Rondônia e defesa do bioma amazônico. Declarou-se “quatrocentona de Rondônia”, mencionando ascendência familiar e criticando “forçação de barra para dizer que a gente pertence a um outro bioma”. No tema planejamento, disse que o estado carece de estratégias de longo prazo: “falta planejar para poder, de fato, ter uma gestão que respeite o que você tem.” Ao discutir consumo local, questionou por que o melhor café produzido em Rondônia é exportado: “vamos produzir pra nós e produzir pra exportação. Mas nós devemos ter acesso.”
Sobre instrumentos federais, citou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e a política de agroecologia, defendendo “comida de qualidade”. Mencionou que o Ibama acompanha “mensalmente” o uso de químicos e sugeriu que dados oficiais podem embasar o debate. A respeito da COP, disse esperar “a COP da implementação” e, quanto ao financiamento climático, sustentou que o Brasil criou “o fundo para proteção e para preservação das florestas tropicais” e “já coloca dinheiro”.
Na parte final, Fátima registrou agenda em Porto Velho: “A gente vai ter uma oficina do MROSC [...] e a gente vai ter também o fórum, o 36º Fórum Brasileiro, da rede de parcerias do MGI”, informando que será anunciada resolução sobre “transpostos de nível intermediário que foram enquadrados como níveis auxiliares.” Ao encerrar, agradeceu a participação: “Muito obrigada, Robson", finalizou.
DEZ FRASES DE FÁTIMA CLEIDE DURANTE O RESENHA POLÍTICA
01) “Infelizmente, Robson, o que nós comemos hoje é veneno. A gente come veneno, a gente toma veneno, até as águas que a gente toma podem estar envenenadas, né?” - Ao tratar de alimentação e insumos agrícolas, ela associa o padrão produtivo atual à exposição ampla a químicos e defende “comida de qualidade”, citando conselhos federais ligados à segurança alimentar e à agroecologia.
02) “No governo anterior houve uma abertura geral, sabe? Irrestrita para o uso de agrotóxico nos nossos produtos.” - Crítica direta à política de agrotóxicos do governo federal anterior, apresentada enquanto argumenta pela reversão dessa lógica regulatória.
03) “Os índices de câncer no estado de Rondônia são imensos.” - Ao discutir saúde pública, ela relaciona o tema dos químicos na produção ao aumento de câncer e justifica a necessidade de serviços oncológicos no estado.
04) “Não deveríamos ter, porque nós deveríamos cuidar do que a gente produz.” - Resposta à provocação sobre o Hospital de Amor; ela afirma que o ideal seria não precisar do hospital se a base produtiva fosse mais segura — e, em seguida, diz que hoje “tem que ter” diante da realidade dos índices.
05) “O problema é que o agronegócio quer avançar cada vez mais e não há possibilidade de se fazer uma exploração tão devastadora como foi feita até agora. O planeta não aguenta mais.” - No eixo meio ambiente–produção, ela admite espaço para o agro, mas critica o que chama de avanço “devastador”, defendendo limites ambientais.
06) “A sociedade civil se vira.” - Ao falar da hospedagem na COP30, afirma que a prioridade do governo é garantir estadia para “os negociadores”, deixando a sociedade civil buscar alternativas (hotéis, hospedagem solidária, navios já lotados etc.).
07) “Houve uma ação direcionada pra prejudicar o governo brasileiro” / “Boicote do setor hoteleiro para prejudicar [o governo brasileiro].” - Ainda sobre a COP30, sustenta que a alta de preços e as dificuldades de hospedagem em Belém decorreriam de preconceito e boicote, e não apenas de capacidade limitada do destino.
08) “Que são coisas que acontecem não para o bem da população, mas para o bem de um determinado setor apenas.” - Ao avaliar a conjuntura rondoniense, ela diz que decisões políticas recentes favoreceriam segmentos específicos, e defende “mudar” essa concepção.
09) “A gente não pode dizer que Rondônia é o estado natural da agropecuária. Porque aqui tem boi, mas tem gente.” - Contrapõe a imagem econômica do estado a uma visão mais ampla, incluindo povos indígenas, quilombolas e diversidade social, para defender planejamento de longo prazo.
10) “Muita divergência interna, eu acredito, e a gente perdeu o rumo da discussão interna.” - Autocrítica ao PT em Rondônia; usa o diagnóstico para sustentar a necessidade de “unidade programática” e melhora na comunicação (“A gente é visto como bicho papão.”).
Comentários
-
Lindomar Rodrigues 05/11/2025 - 06:50Eu acredito que que esse eventos que a maioria são os grandes vão participar dessa tal de cop30 vai ser umas das maiores farsa que estão planejando isso mal sair do papel é mais uma briga de cachorros grandes
-
Antônio Carlos Cruz Veiga 04/11/2025 - 14:30Primeiramente, essa senhora quer ser candidata em Rondônia? Nem morar em Rondônia ela mora, bananeira que já deu cacho.



Fátima Cleide a Sra deveria se alimentar de VENTO ou será que a Sra come o que exemplo a carne do seu churrasco vem da onde mesmo Fátima Cleide? A Sra é decadente politica ultrapassada desde quando a Sra deixou a vida pública o que a Sra fez de bom por Rondônia: Sabe o que a Sra sabe fazer e muito bem é falar mal da Polícia Militar de Rondônia nisso a Sr é mestre portanto respeito o povo rondoniense e fique onde a Sra tá ah a Fatima Cleide nasceu no então Território federal de Rondônia e dai isso não dá salvo conduta pra ela não