Publicada em 04/11/2025 às 15h26
PORTO VELHO (RO) - Durante a 238ª sessão deliberativa extraordinária da Câmara dos Deputados, realizada na segunda-feira, 3 de novembro de 2025, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) criticou o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que autoriza o uso das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a COP30, em Belém (PA). O parlamentar afirmou que o chefe do Executivo havia declarado anteriormente que não decretaria GLO em seu governo.
Chrisóstomo declarou no plenário que já participou de operações do tipo e defendeu a medida no Rio de Janeiro, em apoio às forças policiais. “O Rio de Janeiro, com certeza, merece GLO, para que as Forças Armadas estejam junto com as nossas polícias, com a heroica Polícia Militar do Rio de Janeiro e com a Polícia Civil”, disse. Em seguida, fez críticas diretas ao presidente. “Agora, para a COP30 tem GLO! É por isso que eu digo: pense num homem mentiroso, rapaz! Esse Lula é mentiroso! Mente! É GLO para a paquita dele dançar lá nos barcos! A Janja é paquita agora, vive dançando. Nem na memória dos nossos policiais ela pensa, este Governo pensa”, afirmou.
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O parlamentar também manifestou solidariedade às famílias de policiais mortos no Rio de Janeiro. “Minhas condolências às famílias dos policiais que faleceram no Rio de Janeiro. O Brasil está ao lado da polícia do Rio de Janeiro”, declarou. Segundo ele, o estado “merece, sim, as Forças Armadas, a GLO, para dar apoio e suporte às suas ações”.
O decreto presidencial, publicado no Diário Oficial da União no mesmo dia 3 de novembro, autoriza o emprego das Forças Armadas em operações de GLO entre 2 e 23 de novembro de 2025, em Belém e nos municípios de Altamira e Tucuruí, durante a Reunião da Cúpula de Líderes e a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O ato atendeu a pedido do governador do Pará, Helder Barbalho, e segue o mesmo modelo adotado durante a Cúpula do G20 e a reunião dos BRICS, no Rio de Janeiro.
As Forças Armadas atuarão em conjunto com órgãos de segurança pública federais e estaduais, com o objetivo de garantir a segurança das delegações, chefes de Estado e autoridades participantes, além de proteger infraestruturas críticas como portos, aeroportos e usinas hidrelétricas.
A COP30 reúne representantes de mais de 140 delegações estrangeiras, incluindo cerca de 50 chefes de Estado e de Governo, para discutir medidas de combate às mudanças climáticas. O evento é considerado uma das principais conferências mundiais sobre o tema e será a primeira sediada na região amazônica.
Antes do novo decreto, Lula havia se posicionado publicamente contra o uso de operações de Garantia da Lei e da Ordem nos estados. Em 20 de fevereiro de 2025, durante entrevista à Rádio Tupi FM, no Rio de Janeiro, o presidente afirmou que “não vai fazer GLO” e defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, voltada a redefinir as atribuições da União e das forças federais no combate à criminalidade.
Na ocasião, Lula explicou que “muitas vezes, os governadores não querem [a atuação da União] porque a polícia é um pedaço do poder do estado” e que “de vez em quando, eles pedem que eu faça uma GLO. Eu não vou fazer GLO, porque a GLO que foi feita no Rio de Janeiro, o governo federal gastou mais de R$ 2 bilhões e não resolveu quase nada”.
O presidente também declarou que o objetivo do governo era “ter uma ação complementar com o governador do estado e resolver definitivamente a questão da segurança”, sem recorrer à intervenção militar. Lula afirmou que a PEC definiria “claramente o papel da União na participação da segurança pública”, os limites de atuação da Polícia Federal e da Força Nacional, além de criar um fundo para fortalecer o funcionamento das polícias e do sistema penitenciário.



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