Publicada em 07/11/2025 às 15h32
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o ministro Alexandre de Moraes autorize visitas à sua residência no Jardim Botânico, em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. Entre os nomes indicados está o vice-presidente do PL em Rondônia, Bruno Scheid, além de outras lideranças políticas e partidárias. Scheid é pecuarista de Ji-Paraná, mas se anuncia como assessor especial do ex-morador do Palácio da Alvorada. Ele já visitou Bolsonaro em outra ocasião, autorizado pelo STF e costuma fazer posts no Instagram declarando seu carinho pelo aliado.
O requerimento, protocolado na quarta-feira (5), solicita também autorização para a visita do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP). No documento, Caiado informou que o encontro tem “finalidade humanitária e político-institucional”, alegando necessidade de manter “canais de diálogo respeitosos entre lideranças políticas”. O governador ressaltou ainda que não pretende interferir na execução da pena nem discutir temas sob análise judicial. A defesa de Bolsonaro declarou “anuência ao referido pedido, nada tendo a opor quanto à visita pretendida”.
Além de Scheid, Caiado e Derrite, constam na solicitação os deputados federais Evair de Melo (PP-ES), José Medeiros (PL-MT) e Ubiratan Sanderson (PL-RS), bem como o ex-deputado Odelmo Leão (PP-MG). O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, é quem decidirá sobre a autorização de entrada.
Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo por envolvimento na tentativa de golpe de Estado - denominada Trama Golpista -, após as eleições de 2022, cumpre regime domiciliar e só pode receber visitas mediante autorização judicial. O julgamento de recursos apresentados pela defesa teve início nesta sexta-feira (7), em plenário virtual, com previsão de encerramento até o dia 14. Caso os embargos sejam rejeitados, ainda restarão outras possibilidades de recurso antes da confirmação definitiva da sentença.
Caiado afirmou que a solicitação de visita não tem caráter eleitoral e que o gesto é de natureza institucional. Segundo ele, “ele [Bolsonaro] é o detentor de um espólio político”, mas o encontro “não envolve articulações relacionadas às eleições de 2026”.
Os encontros solicitados, caso autorizados, ocorrerão na residência do ex-presidente, sem data fixada. O nome de Bruno Scheid, incluído entre os visitantes, reforça o vínculo do diretório rondoniense do PL com as articulações nacionais em torno de Bolsonaro e de outros líderes da direita brasileira.



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