Publicada em 16/10/2025 às 08h44
O governo da Venezuela decidiu recorrer à Organização das Nações Unidas (ONU) após declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que admitiu ter autorizado operações secretas da CIA em território venezuelano. O regime de Nicolás Maduro considera a iniciativa uma tentativa de derrubar o governo legitimamente constituído e acusa Washington de violar o direito internacional.
A denúncia será apresentada nesta quinta-feira (16) ao Conselho de Segurança da ONU e também ao secretário-geral, António Guterres. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano afirmou que a decisão de Trump “representa uma agressão direta contra a soberania nacional e um atentado à paz mundial”.
Na véspera, Trump confirmou à imprensa que havia dado aval à agência de inteligência dos Estados Unidos para realizar operações dentro da Venezuela. O republicano alegou que o país vizinho teria libertado criminosos e os enviado aos EUA, além de ser responsável pelo aumento do tráfico de drogas na região.
Reportagem do jornal The New York Times revelou que, com a nova autorização, a CIA poderá conduzir ações letais de forma independente ou em conjunto com os militares americanos contra alvos ligados ao governo de Maduro. Questionado se a agência estaria autorizada a eliminar o presidente venezuelano, Trump não respondeu, mas também não descartou ataques militares diretos.
As tensões entre Caracas e Washington vêm crescendo desde agosto, quando os Estados Unidos enviaram cerca de 10 mil militares ao Caribe, incluindo navios de guerra e destroyers. Um mês depois, aviões norte-americanos bombardearam embarcações que, segundo o governo Trump, transportavam drogas provenientes da Venezuela — ataques que mataram 27 pessoas e ainda não tiveram comprovação pública das acusações.
Desde 2020, os Estados Unidos tratam Maduro como líder de um cartel de drogas, oferecendo US$ 50 milhões de recompensa por sua captura. Diante das novas ameaças, o presidente venezuelano reagiu em cadeia nacional afirmando que não deseja guerra, mas que “o povo está preparado para defender a soberania a qualquer custo”.



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