Publicada em 21/06/2025 às 09h11
Porto Velho, RO – A derrubada do veto presidencial que reintroduziu dispositivos no Marco Regulatório de Energia Offshore provocou forte repercussão no Congresso e entre os consumidores. Estima-se que a decisão possa gerar aumento de até R$ 525 bilhões nas contas de luz até 2040, segundo dados reunidos por G1, Metrópoles, CNN Brasil, UOL e outras fontes técnicas do setor energético.
Entre os parlamentares que votaram pela derrubada do veto e, com isso, corroboraram com o aumento tarifário, está o senador Marcos Rogério (PL-RO). A postura do congressista, no entanto, tem chamado atenção não apenas pelo voto, mas sobretudo pela forma como tenta justificar uma decisão que penaliza diretamente a população — especialmente a de Rondônia, estado que exporta energia e, paradoxalmente, convive com uma das tarifas mais caras do país.
A posição de Marcos Rogério contrasta frontalmente com a de dois colegas de Congresso: Nikolas Ferreira (PL-MG), considerado o parlamentar mais votado do Brasil, e o senador Cleitinho (Republicanos-MG). Ambos também são da direita, mas, neste episódio, escolheram caminhos distintos.
Nikolas, que fez questão de votar a favor da manutenção do veto de Lula, afirmou categoricamente: “Eu fui contra a orientação do meu partido, porque eu acredito que o veto do Lula, nesse caso em específico, foi correto. Votei para manter o veto do Lula”. Em vídeo publicado em suas redes sociais, reconheceu que o custo da medida aprovada pelo Congresso “há uma possibilidade grande da conta de luz aumentar” e lamentou o nível de desinformação que circula em torno da pauta.
Na mesma linha, o senador Cleitinho fez um alerta público: “A conta de energia sua vai ficar bem mais cara”, disse ao explicar que o marco votado no Senado pode custar R$ 197 bilhões aos consumidores. E acrescentou: “Eu não sou aliado do Lula, mas sou aliado do povo”. Cleitinho também se comprometeu a votar pela manutenção dos próximos vetos relacionados à medida, caso voltem à pauta.
Enquanto isso, Marcos Rogério preferiu recorrer ao habitual jogo de palavras e à retórica defensiva. Em vídeo, classificou as críticas como “fake news” e alegou que sua posição visa “garantir segurança jurídica, manter contratos firmados e preservar investimentos”. Segundo ele, “o verdadeiro risco para a conta de luz é justamente a intervenção política nos contratos”. A fala ignora os impactos já calculados por associações do setor elétrico e pelo próprio governo federal, que estima um acréscimo anual de R$ 35 bilhões na conta de luz da população.
A postura do senador rondoniense, inclusive, foi duramente criticada por opinião veiculada pelo Rondônia Dinâmica, publicado na sexta-feira, 20. O texto acusou os três senadores do estado — Marcos Rogério, Confúcio Moura (MDB) e Jaime Bagattoli (PL) — de se unirem, apesar das diferenças ideológicas, para aprovar uma medida que prejudica consumidores e beneficia grupos econômicos. “A população já carrega no cotidiano o custo da energia gerada no próprio quintal. Agora, verá a fatura subir mais uma vez, enquanto seus representantes no Senado apertam o botão ‘sim’ em Brasília”, afirmou o editorial.
O contraste entre o comportamento de Marcos Rogério e de outros parlamentares de seu próprio campo político revela muito sobre estilos de atuação e compromisso com a transparência. Nikolas Ferreira, que costuma ser alvo de críticas da esquerda, não hesitou em contrariar o próprio partido para evitar que os brasileiros pagassem mais caro na conta de luz. Cleitinho, por sua vez, reforçou seu compromisso com a população, mesmo sem qualquer alinhamento com o governo federal.

Marcos Rogério, o político das "narrativas", tem sua própria versão fantasiosa para a realidade / Reprodução-X
Já Marcos Rogério manteve o tom professoral e arrogante que o caracteriza desde episódios anteriores, como quando, em dezembro de 2022, sugeriu — sem provas — que os atos golpistas em Brasília foram promovidos por “radicais da esquerda, infiltrados”. Na época, também não apresentou qualquer evidência, mas sustentou a versão como se fosse fato.
Agora, novamente, o senador adota o expediente de culpar o governo, acusar a imprensa de distorção e se esquivar de responsabilidades. Ao invés de reconhecer o impacto de sua escolha legislativa, prefere atribuir a alta na conta de luz a “erros do governo”, mesmo votando por restabelecer dispositivos que geram custo estimado de R$ 197 bilhões, como aponta a Abrace e confirmam reportagens da CNN Brasil e da VEJA.
Outro dado relevante e que enfraquece o discurso de Rogério é o apoio expressivo do próprio PT à medida. Segundo o Metrópoles, 92% dos deputados petistas votaram pela derrubada do veto — ou seja, não se trata de uma crítica ideológica, mas de uma convergência política de quase todo o Congresso contra o consumidor. Ainda assim, o parlamentar de Rondônia foi um dos poucos que, além de votar, tentou reescrever a narrativa pública com ataques à imprensa e discursos inflamados, em vez de admitir o efeito colateral da decisão.
Enquanto parlamentares como Nikolas e Cleitinho aceitaram o ônus de defender o veto por coerência com o interesse público, Marcos Rogério insistiu em moldar a realidade às suas preferências. A diferença entre eles está menos no conteúdo do voto — embora também — e mais na forma como lidam com a verdade. A honestidade política, afinal, não se mede apenas pela pauta defendida, mas pela coragem de explicar o próprio voto sem camuflar seus efeitos. E, neste caso, o senador de Rondônia falhou com a população que o elegeu.
Comentários
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Inácio Azevedo da Silva 23/06/2025 - 08:33Vejam o que essa bancada federal representa no contesto político brasileiro.
• Favorável a Reforma da Previdência de 2019 – impossibilitou aposentadoria para quem entrar no mercado após a reforma;
• Favorável a “Flexibilização das regras ambientais”;
• Favorável a umMarco temporal tirando direitos das populações indígenas;
• Defendem Emendas PIX sem transparência nenhuma;
• Votaram favorável a venda das subsidiárias da Petrobras para capital estrangeiro (USA e Arábia);
• São contra o Programa pé de meia que busca motivar a permanência de estudantes na escola;
• Votaram apelo aumento do preço da energia elétrica em benefício das empresas do setor;
• Defendem Pautas discriminatórias, racistas, excludentes de minorias;
• São contra taxação das grandes fortunas;
• São contra a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5.000,00;
• Defendem maior isenção para o setor do Agro que já (158 bilhões por ano);
• Defendem a retirara de recursos de setores como saúde, educação e programas sociais e suas relocações na emendas PIX sem transparência;
* Defendem o aumento de seus privilégios, como no caso de acumulação de vencimentos com aposentadoria...
Tem muito mais.
Mesmo assim, ainda tem um monte de gente que acha que são representantes de seus direitos e ficam na sua defesa.



O até então, senador Marcos Rogério é arrogante e mentiroso: coloca a culpa pela alta na conta de energia elétrica, no governo Lula, alegando que não tem planejamento a longo prazo. O governo do Bozo, que ele apoiou vendeu a Eletrobras e esse sim, não tinha planejamento para o setor elétrico e nem para o crescimento e desenvolvimento do Brasil como um todo.