Publicada em 13/10/2025 às 15h23
A despeito da popularidade em queda nos EUA, o presidente Donald Trump se consolidou como o político mais popular em Israel, glorificado como líder nacional, que conseguiu unificar o fragmentado Parlamento israelense com ovações e discursos laudatórios.
O presidente americano, e não o premiê Benjamin Netanyahu, personificou, com uma catarse coletiva, todo o alívio do país por conseguir o cessar-fogo em Gaza e o retorno dos 20 reféns remanescentes do grupo terrorista Hamas
“O senhor é um gigante da história judaica, que será lembrado pelo judeu por milhares de anos”, resumiu o presidente do Knesset, Amir Ohana. “O senhor salvou a vida dos nossos reféns, mas muitas outras vidas”, completou o ex-premiê Yair Lapid, líder da oposição.
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Marcelo Lins: 'Somente um personagem consegue influenciar o governo de Israel: Donald Trump'
O presidente fez questão de viajar a Israel para acompanhar a libertação dos reféns, antes de seguir ao Egito, onde lideraria uma conferência para discutir os próximos passos de seu plano para o Oriente Médio.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dão as mãos no Parlamento de Israel, em 13 de outubro de 2025. — Foto: Evelyn Hockstein/ Reuters
Adulado com entusiasmo como arquiteto da paz, ainda que temporária, entre Israel e Hamas, o presidente dos EUA citou o premiê, exaltando o uso da força, quando necessário, para alcançar seus objetivos. E imiscuiu-se em assuntos internos, propondo ao presidente Isaac Herzog que perdoe Netanyahu pelos casos de corrupção em que é julgado. “Quem se importa com essas acusações?”, disse Trump, que foi ovacionado pela coalizão governista.
Ele parecia deleitar-se com tantas homenagens —uma delas a Medalha de Honra Presidencial Israelense, o maior prêmio civil do país. Dedicou a maior parte do discurso a discorrer sobre conquistas de seu governo, elogios a cada integrante de sua equipe e, como sempre, desprezo explícito a antecessores e concorrentes.
Por mais de uma hora, Trump transformou o púlpito do Knesset em um comício em causa própria e gabar-se de terminar a agora oitava guerra, referindo-se ao retorno dos reféns. O presidente passou ao largo de uma análise mais profunda sobre a implementação da próxima fase do plano de 20 pontos para consolidar a paz entre Israel e Hamas e reconstruir Gaza. A solução de dois estados sequer foi mencionada.
A visita de Trump serviu para reforçar os laços exclusivos de seu governo com Israel. O presidente elogiou Netanyahu, que, embora pressionado a concordar com o cessar-fogo, aproveitou para tirar proveito da popularidade do presidente americano no país.



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