Publicada em 29/10/2025 às 11h26
PORTO VELHO (RO) - A megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 mortos — incluindo quatro policiais — provocou ampla repercussão entre políticos de Rondônia. As manifestações variaram entre críticas ao governo federal, defesa do trabalho policial e reflexões sobre o agravamento da violência no país.
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) utilizou a tribuna do Senado para lamentar o cenário de violência e defender uma abordagem mais ampla para enfrentar o problema da criminalidade.
“O que acontece no Rio de Janeiro é apenas o retrato mais visível de uma realidade que se espalha pelos rincões do nosso país. Da Amazônia à Brasília, das pequenas cidades às capitais, o medo tomou conta das pessoas, das famílias e das comunidades. [...] A segurança pública precisa ser tratada com urgência e compreendida como o pilar da educação. Enquanto a violência cala o som das escolas, ela rouba o futuro do país”, declarou.
Nas redes sociais, Confúcio afirmou estar acompanhando “com muita preocupação” a situação no Rio e defendeu que o combate ao crime seja feito “com inteligência e resultados efetivos, e não com mais violência”.
Em tom mais crítico, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL) comparou o cenário no Rio à Faixa de Gaza e responsabilizou o governo federal pela escalada da criminalidade:
“Faixa de Gaza? Um absurdo o que acontece neste momento na cidade do Rio de Janeiro. Sensação de insegurança total. Bem-vindos ao governo Lula. [...] Dias atrás, um tal persistente Lula da Silva afirmou que esses mesmos traficantes, que tocam o terror na população, são vítimas dos usuários.”
O senador Marcos Rogério (PL) também criticou o governo e afirmou que o “desgoverno Lula negou três vezes ajuda no combate aos traficantes”.
“Enquanto as facções criminosas dominam o país, o governo fecha os olhos e finge que está tudo normal no Brasil. Inversão total de valores”, publicou.
O deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil), líder da bancada federal, destacou a gravidade da situação e classificou o episódio como reflexo do “narcoterrorismo” que ameaça o país:
“A vida de milhares de brasileiros está em risco, e isso evidencia uma realidade urgente: a segurança pública precisa ser prioridade máxima. [...] O Brasil não pode conviver com o medo.”
O deputado estadual Delegado Rodrigo Camargo (Republicanos) expressou apoio às forças de segurança:
“Meu reconhecimento aos policiais do BOPE, PMRJ, PCRJ e a todos que atuaram na operação. Vocês honram a farda e a missão de proteger vidas!”
Já o deputado federal Thiago Flores (Republicanos) lamentou as mortes e criticou a falta de ação do Estado no enfrentamento ao tráfico:
“Cada vida ceifada nesse combate revela o preço de um Estado que, por omissão ou conivência, deixou crescer o poder paralelo. [...] Que tristeza é viver sob a égide de um ministro da Justiça que não considera as facções criminosas brasileiras como terroristas.”
Enquanto os políticos reagiam, moradores do Rio de Janeiro viveram momentos de pânico e medo na terça-feira (28), fugindo de tiroteios e enfrentando bloqueios em várias vias. Especialistas criticaram a operação por não atingir seu objetivo principal de conter o crime organizado. A professora Jacqueline Muniz, da Universidade Federal Fluminense (UFF), classificou a ação como uma “lambança político-operacional”.
Movimentos de favelas também condenaram o uso excessivo da força, afirmando que “segurança não se faz com sangue”. Já o governador Cláudio Castro defendeu a atuação policial e prometeu “exceder limites e competências” para proteger a população. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por sua vez, declarou não ter recebido pedido de apoio do governo estadual para a operação.



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