Publicada em 30/10/2025 às 11h09
Porto Velho, RO – Ramon Cujuí, militante do PT em Rondônia, como ele próprio se descreve em seu perfil no Instagram, foi entrevistado por Robson Oliveira no podcast Resenha Política apresentado em parceria exclusiva com o Rondônia Dinâmica. Além disso, oficialmente, faz parte da Comissão Executiva estadual da sigla atuando como secretário de Movimentos Populares da legenda. Ao longo da conversa, Cujuí afirmou que o sentimento antipetista “se acirra e se consolida a partir de 2014 com a Lava Jato” e o classificou como resultado de “uma construção jurídica e midiática contra o partido dos trabalhadores”. Segundo ele, “quando um prefeito é preso por alguma corrupção”, a identificação partidária só é destacada “se ele é do PT”. Sobre a mídia, declarou que “deveria tratar o PT e os outros partidos da mesma forma”.
Questionado sobre a avaliação de que a imprensa seria favorável ao PT, Cujuí rechaçou: “não dá para levar a sério [...] dizer que a Globo é petista”. Para ele, a polarização brasileira ganhou “um elemento de violência”, tanto no discurso quanto fisicamente, fenômeno que ele situa “de 2016 pra cá”. Ele disse ainda que o processo que culminou na ascensão da extrema direita ao poder “começa com a sabotagem” pós-eleição de 2014.
Ao tratar do impeachment de Dilma Rousseff, Cujuí definiu o episódio como “golpe”. Nas palavras dele, “impeachment não é remédio para governo ruim”, e a medida não teria atendido ao requisito do “crime de responsabilidade”. Ele citou “as pautas-bomba” e “as emendas impositivas” como fatores que alteraram a relação entre Executivo e Congresso. Afirmou também que “quem choca o ovo da serpente é o PSDB”, ao não aceitar o resultado de 2014. Segundo o entrevistado, “a elite brasileira tinha um plano” de retirar o PT do poder, mas o processo “levou para a extrema direita”.
No campo eleitoral, Cujuí disse que Rondônia “não é um lugar bolsonarista”, embora reconheça “hegemonia de direita” e “um Estado extremamente conservador”. Ele citou percentuais que, segundo afirma, foram obtidos por candidatos do PT em diferentes eleições presidenciais e ponderou: “para nós, do campo progressista, [...] não precisamos de 100% dos votos do Lula para eleger três deputados estaduais e um federal. Precisamos de um terço”. Ao mesmo tempo, admitiu “erros” do partido no estado e classificou como “um erro absurdo” não ter lançado candidatura majoritária em 2022.
CONFIRA:
Sobre as administrações petistas em Porto Velho, Cujuí afirmou que o primeiro mandato de Roberto Sobrinho foi “absolutamente revolucionário” e apontou frustrações no segundo, mencionando o viaduto da Campos Sales como promessa mal avaliada politicamente. Ele disse considerar “injusta” a prisão do ex-prefeito, observando que “ele não tem condenação criminal”, e atribuiu parte do desgaste à “imagem” difundida pela cobertura da operação da polícia.
Ao comparar atuações no Senado, Cujuí declarou apoio a Confúcio Moura como “segundo voto”, destacando “recursos para o Estado” e “apoio [...] ao governo Lula”. Questionou a entrega de resultados por Marco Rogério durante o governo Bolsonaro e argumentou que, “na racionalidade”, Confúcio “se elegeria tranquilamente”, mas avaliou que “a política [...] é do campo do afeto e da emoção”.
Em críticas à circulação de desinformação, o petista disse que adversários “não têm escrúpulos de repetir as mentiras” e relatou ter contestado alegações sobre suposta relação do PT com o PCC. Questionado sobre autocrítica, respondeu que o PT realizou debates internos e rejeitou a ideia de “imolação em praça pública”: “por que eu [...] tenho que pedir desculpas por coisas que eu não fiz?”.
Na parte final, Cujuí confirmou: “sou pré-candidato a deputado estadual”. Disse considerar que “mudou o Brasil” na recomposição que aproxima Lula e Alckmin e elogiou o desempenho do presidente em ambientes internacionais. Sobre a organização interna do PT, mencionou eleições diretas para dirigentes e a existência de tendências, reconhecendo que tais disputas “geram desgastes” mas sustentando que ajudaram o partido a resistir “à tsunami de 2018”. A respeito do cenário local, afirmou que o partido “veio caindo” no número de vereadores eleitos ao longo dos últimos pleitos e que o tema está em debate entre as lideranças.
O entrevistador, Robson Oliveira, reforçou convites para que outras lideranças do PT participem do programa e citou o dirigente estadual Ernesto Ferreira, que, de acordo com Cujuí, “tomou posse” recentemente e “tem que andar o Estado”. No início e no encerramento, Oliveira fez chamadas para as plataformas do Resenha Política, convidando a audiência a assistir pelo Rondônia Dinâmica, YouTube, Instagram e pela TV REMA em dias e horários indicados no programa. Ao concluir, Cujuí agradeceu o espaço, classificou o podcast como “um espaço democrático” e afirmou que estará disponível “toda vez que for convidado”.



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