Publicada em 28/10/2025 às 10h05
Porto Velho, RO – O chefe da Casa Civil de Rondônia, Elias Rezende, declarou que vê “ambiente” para o governador Marcos Rocha, do União Brasil, disputar o Senado em 2026 e relatou que não houve procura do vice-governador, Sérgio Gonçalves, da mesma legenda, para tratar de alianças caso ocorra a renúncia exigida pela legislação eleitoral. As afirmações foram feitas no podcast Resenha Política, apresentado por Robson Oliveira, com patrocínio da CES Brasil, exibido no site Rondônia Dinâmica e na TV Rema. Segundo Rezende, “é natural que depois de dois mandatos, um governador reeleito siga e concorra a uma vaga no Senado Federal”. Ao ser questionado sobre a interlocução com o vice, respondeu: “Não procurou pra conversa. Nem a mim, que estou hoje na condição de chefe da Casa Civil. E, pelo que eu tenho conhecimento, não tem procurado o governador Marcos Rocha”.
A possibilidade de renúncia do governador foi tratada como variável central no tabuleiro político. O apresentador observou que, em caso de saída de Marcos Rocha até o prazo legal, o vice assumiria o cargo. Rezende pontuou que há “pressão boa” para que o governador dispute o Senado, reforçando que a decisão cabe ao titular do Executivo. “Temos que ter um planejamento adequado para isso, porque a urna é fantástica, ela coloca cada um no seu devido lugar”, disse.
Rezende criticou a postura do senador Marcos Rogério e afirmou que não houve diálogo recente com ele. “Com o Marcos Rogério nós não tivemos conversa ainda, até porque ele cria um ambiente belicoso. Parece que não desmanchou o palanque político da campanha passada”, declarou. Na avaliação do entrevistado, “crítica sem solução é só reclamação com roupa bonita”. Ao tratar das discussões sobre a concessão da BR-364 e da hidrovia, atribuiu responsabilidade de acompanhamento à bancada federal. “Quem está lá acompanhando esse processo diariamente e tem voz lá dentro é a bancada federal. É o Senado Federal”, afirmou.
O chefe da Casa Civil defendeu concessões e privatizações como alternativas para acelerar entregas em infraestrutura e serviços. “O setor privado tem condição de fazer isso”, disse sobre rodovias, citando como exemplo o custo de danos em veículos causados por buracos. Em seguida, posicionou-se de maneira favorável à redução do tamanho do Estado. “Eu, particularmente, sou a favor do Estado mínimo”, declarou, relacionando o argumento a gargalos de execução e à morosidade dos ritos administrativos.
A saúde pública foi apresentada como ponto sensível. Rezende afirmou que a gestão avançou, listando obras e entregas, e antecipou que uma “grande notícia” sobre um novo hospital em Porto Velho deverá ser anunciada pelo governador. “Não posso ser eu que vai ser o transmissor dessa notícia”, disse. Sobre o panorama regional, citou o hospital de Guajará-Mirim em parceria público-privada, a nova maternidade de Porto Velho “praticamente concluída”, intervenções no Hospital de Base, melhorias no Semetron, ações em Cacoal, Buritis, Vilhena e São Francisco, bem como cirurgias eletivas realizadas com apoio financeiro do Estado. Questionado por Robson Oliveira sobre a percepção negativa da população, reconheceu a necessidade de melhor comunicação e explicou que agendas de inauguração dependem da disponibilidade do governador.
Ao abordar entraves administrativos, Rezende classificou a Lei 14.133, de licitações, como insuficiente para reduzir prazos e disputas, afirmando que os processos não têm sido concluídos em menos de 300 dias em razão de recursos administrativos, judicializações e intervenções de órgãos de controle. “É difícil você fazer uma obra, é difícil você fazer um distrato”, afirmou. Defendeu a exigência de visita técnica em editais, mas relatou contestações recorrentes das empresas e substituição por declarações formais de ciência do local. Ao comentar o Espaço Alternativo, em Porto Velho, relatou abandono contratual e disse que a empresa foi multada em 1 milhão de reais, o que não impediu a necessidade de nova licitação.
No campo das articulações para 2026, Rezende informou conversas com atores políticos de diferentes siglas e espectros. “Já tivemos conversas com o Fernando Máximo, Fúria. Já tive boas conversas com o Hildon Chaves. O prefeito da capital, Léo Moraes, tem aprovação excepcional”, disse, frisando que o núcleo político busca “propostas sólidas” para sustentar eventual candidatura de Marcos Rocha ao Senado e composições para o governo. Sobre o nome a ser “ungido” ao governo, afirmou que não há definição e que o União Brasil pode compor fora do próprio partido de acordo com negociações na federação. “A princípio a conversa seria apenas uma candidatura ao Senado”, disse, citando a necessidade de consenso entre lideranças nacionais e estaduais de PP e União Brasil.
Rezende afirmou estar “à disposição” do grupo para eventual candidatura, inclusive a vice-governador ou deputado federal, condicionando qualquer passo ao projeto liderado por Marcos Rocha. “Eu estou trabalhando pra isso”, afirmou, destacando a importância de construir nominata e arco de alianças. Sobre a rotina na Casa Civil, mencionou agenda “presencial” e fila de cerca de 180 pessoas à espera de atendimento, além da sua atuação na Secretaria de Obras como função “proforme”, com diretrizes técnicas delegadas à equipe.
No terço final da entrevista, o chefe da Casa Civil elencou ações de urbanismo e lazer em distritos e bairros de Porto Velho, como praças em São Carlos, Nova Califórnia e Vista Alegre, o Eco Parque Pirarucu e o complexo esportivo do Abobrão, e voltou a citar a rodovia do Calcário em Espigão do Oeste, onde o governo licitou lote inicial de 10 quilômetros com cláusula de seguro-garantia de retomada. Também relatou participação em eventos de capacitação em licitações, como congresso na Unopar e cursos com especialistas, e descreveu a cobrança constante de parlamentares por demandas locais. A entrevista foi concluída com os anúncios de praxe do programa sobre inscrições em redes sociais e exibição multiplataforma.



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