Publicada em 07/07/2025 às 10h18
Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura (MDB) classificou como “um movimento fascista” a radicalização política no Brasil e criticou duramente a proposta de eleger maioria opositora ao governo federal com o objetivo de “cassar ministros” do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Flávio Dino. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Pratas da Casa, apresentado por Rodrigo Moraes, na TV Caboquinho.
“Isso é um movimento fascista, mais ou menos como houve fora, na época do Mussolini. Não é um nazismo cruel, é um fascismo, uma mudança no comportamento das pessoas, como se fosse uma boiada. Um sentimento de massificação de uma ideia”, afirmou o senador.
Ao comentar o discurso de parlamentares que defendem uma ofensiva institucional contra o STF, Confúcio reagiu: “Será que o Alexandre de Moraes é mais importante que o Brasil? Vamos eleger maioria para melhorar a educação, a saúde, as estradas. Não é para cassar. Se o cara for um delinquente, faz o impeachment. Mas querer maioria no Senado para cassar A, B ou C não é o caminho”.
Questionado sobre a atuação do presidente Lula em Rondônia, estado que teve maioria bolsonarista nas últimas eleições, o senador destacou o envio de recursos federais e criticou a omissão de lideranças locais. “O Lula não prejudicou o agro em nada. Pelo contrário. O Plano Safra liberou R$ 470 bilhões para o agronegócio e R$ 70 bilhões para agricultura familiar. Não tem boicote. O que há é falta de entendimento. E na hora do apoio, não tem. Só crítica. Eu sou o único senador de Rondônia que apoia o governo federal”, pontuou.
Confúcio também lamentou a falta de reconhecimento de obras executadas com apoio da União. Segundo ele, em eventos de inauguração como o da nova rodoviária de Porto Velho, não se menciona o nome do presidente da República. “É uma politização desnecessária. Rondônia não pode se dar ao luxo disso”, criticou.
Ao comentar a ampliação do número de deputados na Câmara Federal, o senador voltou a se posicionar de forma contrária. “Isso foi um casuísmo. Foi um golpezinho, um acordozinho entre paredes. Aumentar o número de deputados vai custar R$ 65 milhões a mais por ano. Isso diminuiu a imagem do Congresso Nacional”, afirmou.
A respeito das dificuldades da administração pública, Confúcio fez críticas ao excesso de burocracia e à lentidão do serviço público no Brasil. “Parece que há um prazer de dificultar a vida das pessoas. Um orgasmo para atrapalhar quem quer prosperar”, ironizou.
No encerramento da entrevista, o senador voltou a falar sobre educação e desenvolvimento, destacando a importância de investimentos em tecnologia e valorização da agricultura familiar. Também mencionou obras feitas durante seus mandatos como governador, como a modernização do Palácio Rio Madeira, a criação das UNISPs e a digitalização de processos administrativos. “Hoje é fácil governar Rondônia porque deixamos uma estrutura moderna e protegida”, disse.
Confúcio se emocionou ao falar sobre o início de sua carreira política, lembrando do tempo em que atuava como médico em Ariquemes, quando nem ambulâncias existiam na região. “É um milagre. É vontade divina. Eu sou muito agradecido a Rondônia e a Porto Velho. Todas as eleições majoritárias que disputei, venci aqui. Foi a cidade que me elegeu senador”, concluiu.



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