Publicada em 21/07/2025 às 11h12
Porto Velho, RO – Em publicação veiculada no domingo (20), no blog oficial mantido por ele na internet, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) fez um longo relato sobre suas experiências em campanhas eleitorais desde o início da carreira política. Embora não tenha anunciado formalmente qualquer postulação, o título do artigo — “Vamos para a campanha?” — e o tom adotado no texto levantaram especulações sobre sua possível entrada na disputa eleitoral de 2026.
“Já participei de dez campanhas políticas. Perdi as duas primeiras, mas ganhei as oito seguintes”, escreveu. Segundo ele, nenhuma eleição é igual à anterior, e cada ciclo traz seus próprios desafios e transformações, principalmente com as mudanças tecnológicas nas formas de comunicação. “Às vezes, a gente nem sabe direito como agir, como se posicionar, como fazer campanha nesse novo cenário”, afirmou.
Confúcio relembrou os tempos em que a política era feita de forma presencial, com destaque para os comícios, visitas a domicílio e o tradicional “aperto de mão”. Em uma das passagens, mencionou a campanha em Buritis, quando desceu de uma carreata em meio a uma forte chuva. “Me molhei todo. Mas era assim que fazíamos: visitando municípios, conversando com as famílias, sentindo o calor das pessoas”, contou.
Na década de 1950, conforme lembrou, o rádio e a TV ainda tinham papel incipiente, e o contato direto com os eleitores era o principal meio de convencimento. “Distribuir um panfleto e apertar a mão de cada eleitor na rua era fundamental”, descreveu. Confúcio afirmou que esse gesto mantém valor simbólico e prático, sobretudo entre eleitores mais velhos.
O senador citou ainda a forma como conduzia campanhas nas décadas seguintes, especialmente em Ariquemes, onde atuava diretamente no “porta a porta”. “Começava às sete da manhã. Chegava, cumprimentava: ‘Sou médico, sou candidato a prefeito, vim pedir seu voto’. Deixava o santinho e seguia”, disse, explicando que a meta diária era visitar entre 150 e 200 residências.
No entanto, segundo ele, o modelo mudou. “Hoje, não dá mais pra fazer desse jeito. Uma campanha majoritária exige percorrer o estado inteiro”, observou. Para Confúcio, os meios de comunicação tradicionais e digitais passaram a ocupar o centro da estratégia política. “Agora, o foco está na mídia: outdoors, rádio, TV, redes sociais. Você envia sua mensagem, fala suas verdades — e espera que elas cheguem a quem precisam chegar.”
Ele também mencionou o fenômeno que classificou como “comunicação subterrânea”, definido como uma corrente informal de influência entre vizinhos e famílias, responsável por reviravoltas inesperadas em campanhas. “É esse fenômeno misterioso que provoca as grandes viradas”, afirmou.
O senador demonstrou preocupação com os altos custos das campanhas contemporâneas e alertou sobre o endividamento de candidatos. “Muita gente se endivida, pega dinheiro a juros, vende carro, vende casa… tudo por uma eleição”, escreveu. Como orientação, recomendou campanhas com “os pés no chão”, evitando sacrifícios pessoais e familiares.
A publicação termina com um conselho dirigido tanto a novos postulantes quanto a si mesmo: “Para quem tem poucos recursos, o melhor é começar cedo. Visitar as pessoas, reunir amigos no fundo do quintal, fazer encontros pequenos, conversar aqui e ali, espalhar a mensagem aos poucos. Assim, a campanha vai crescendo devagarzinho, mas com consistência.”
O senador encerra o texto com uma frase que reforça a ambiguidade do título e sugere que pode estar se preparando para mais uma disputa: “É esse o caminho que eu trilhei. E com a experiência que carrego, é o mesmo conselho que dou — para mim mesmo, e para quem está apenas começando.”



Comentários
Seja o primeiro a comentar!