Publicada em 15/07/2025 às 09h17
Porto Velho, RO – Durante pronunciamento na Câmara Municipal de Porto Velho, a vereadora Sofia Andrade (PL) reagiu ao vazamento de áudios de uma reunião fechada com representantes do Executivo. Em tom crítico, ela acusou quem gravou o encontro de agir de forma “criminosa” e “sorrateira”, e afirmou que sua fala foi descontextualizada. “Eu queria que tivesse vazado a parte em que pergunto como esse dinheiro vai ser investido, se vai ser feita a creche que eu tanto peço na Nova Esperança”, declarou.
Sofia ressaltou que questionou diretamente o secretário sobre os critérios de distribuição dos recursos e cobrou igualdade no atendimento às demandas parlamentares. A vereadora defendeu que todos os votos têm o mesmo valor, independentemente de posição política, e apontou que o áudio divulgado omitiu cobranças importantes. “Por que não divulgaram a hora que a gente perguntou quanto ia ser gasto na saúde, na infraestrutura ou na macrodrenagem?”, questionou.
A parlamentar ainda criticou o que chamou de tentativa de difamação. “Eu jamais colocaria preço no meu voto. Preço tem o voto de quem se vende”, afirmou. Em outro trecho, completou: “Quem votou em mim foi um cidadão consciente que sabe que eu estou aqui fazendo um trabalho sério”. Ela anunciou que tomará providências legais. “Vou abrir uma queixa crime e ir até a última consequência para que esse indivíduo, caso seja um vereador, perca o mandato e responda criminalmente”, disse.
As declarações ocorreram após a divulgação, pelo site Rondoniagora, de áudios de uma reunião entre vereadores e o secretário-geral de Governo, Sérgio Paraguassu, na qual se discutia a proposta da Prefeitura para contrair um novo empréstimo de R$ 180 milhões com instituições internacionais, tendo a União como garantidora.
Nas gravações, parlamentares mencionam abertamente o custo político da medida e impõem condições para aprovar o projeto. Entre os pontos mais polêmicos, destaca-se a cobrança de contrapartidas em forma de pagamento das emendas impositivas — recursos indicados pelos vereadores no orçamento municipal. A soma dessas emendas representa aproximadamente R$ 21 milhões, o equivalente a 2% da receita corrente líquida de Porto Velho prevista para 2025, estimada em R$ 2,86 bilhões.
Em um dos trechos mais comentados, Sofia Andrade pergunta: “Quero saber como o povo vai pagar a conta”. A fala foi interpretada como indicativo de preocupação com o impacto do financiamento, mas, segundo ela, foi divulgada sem o contexto das cobranças por transparência.
Outro trecho controverso envolve o vereador Breno Mendes, do Avante, que afirmou que a base da Câmara não abrirá mão da totalidade dos 2% em emendas. “Se for para cortar contrato da MB [empresa de limpeza urbana], nós vamos cortar. Nem que deixe de limpar menos a cidade para atender as emendas impositivas”, declarou. Ele também reclamou da desproporção entre o apoio dado ao Executivo e o retorno obtido pelos parlamentares: “Estamos dando muito mais para o Executivo do que estamos recebendo”.
O secretário Sérgio Paraguassu, por sua vez, afirmou que o município possui apenas R$ 180 milhões de margem para novos investimentos, em razão do comprometimento da receita com contratos vigentes e folha de pagamento. Ele explicou que, mesmo com a aprovação do projeto, o trâmite até a liberação dos recursos pode levar até um ano em órgãos como o Ministério do Planejamento e a Secretaria do Tesouro Nacional.
Após a repercussão dos áudios, ainda de acordo com o Rondoniagora, a presidência da Casa, sob comando do vereador Gedeão do Edvilson Negreiros, do PSDB, suspendeu uma das sessões com o argumento de conter os ânimos. Tanto Sofia Andrade quanto Breno Mendes repudiaram a gravação e a divulgação parcial da conversa. “Se alguém tem coragem de fazer isso, o que essa pessoa não fez para entrar? A alma vendeu para o diabo para ter um mandato”, concluiu a vereadora.



Será? Não foi eleita com a pregação de combater a corrupção? de defender os pobres e oprimidos? de defender a pátria e a família? kkkkk