Publicada em 03/06/2025 às 10h14
Após Portugal anunciar que vai notificar 34 mil imigrantes para que deixem o país, nesta segunda-feira (2), o presidente da maior associação de imigrantes portuguesa afirmou à imprensa portuguesa que a situação é de pânico e desespero.
"Vivemos em modo de pânico e isso leva as pessoas ao desespero, leva ao alimento das máfias e de muita gente sem escrúpulos, que se aproveitam dos vazios legais. As pessoas usam e abusam da fragilidade destas pessoas que merecem procurar uma vida melhor" , ressaltou.
Questionado sobre o Plano de Ação das Migrações elaborado pelas autoridades, Timóteo Macedo, da Solidariedade Imigrante, fez um "balanço bastante negativo". Destacou que a impossibilidade de renovar documentos também dificulta a volta dos imigrantes a seus países de origem e que Portugal se tornou uma "prisão a céu aberto".
Para ele, o plano não vai frear as tentativas de imigração e a ausência de mecanismos de regularização "alimenta a exploração e a escravatura moderna" por parte das empresas.
"Portugal era visto como um país que acolhia razoavelmente as pessoas e que tinha as políticas mais avançadas da Europa, e isso deveria ser um motivo de orgulho para todos", lamentou.
A associação Solidariedade Migrante tem promovido protestos contra as políticas migratórias do governo há algum tempo. Segundo Timóteo, eles irão continuar para "dar voz à terrível situação para que foram empurrados milhares de imigrantes em Portugal".
Mais de 5 mil brasileiros estão entre os notificados
O governo de Portugal vai notificar 5.386 brasileiros para que deixem o país. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (2) pela imprensa local. O grupo faz parte do total de 34 mil imigrantes que tiveram pedidos de residência negados pelas autoridades portuguesas.
O ministro da Presidência do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro, informou que 2 mil imigrantes estão sendo notificados por dia pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
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