
Publicada em 08/05/2025 às 10h53
Durante entrevista ao podcast Resenha Política, apresentado pelo jornalista Robson Oliveira, o vereador Thiago Tezzari (PSDB) abordou uma série de entraves que, segundo ele, têm impedido Porto Velho de avançar em áreas essenciais como saneamento básico e gestão de resíduos sólidos. Ex-presidente da EMDUR e com experiência técnica no setor, Tezzari criticou a atuação do governo estadual, a falta de autonomia do município e os prejuízos causados por decisões judiciais e administrativas.
Colapso da Caerd e proposta de encontro de contas com a Energisa
Segundo Tezzari, a Caerd é tecnicamente insolvente, com índices de perda de água que superam os 70%, o que compromete a sustentabilidade financeira da companhia.
“Você trata 100 litros de água e perde 70 no caminho. Quem compra os 30 acaba pagando por tudo”, afirmou.
Ele defendeu que a empresa poderia ser recuperada com um encontro de contas entre o Estado e a Energisa, já que ambos têm dívidas bilionárias um com o outro. Essa proposta, no entanto, não foi levada adiante pela atual gestão.
Críticas à microrregião estadual de saneamento
Tezzari classificou a criação da microrregião com 52 municípios como um "Frankenstein jurídico" que retirou a autonomia dos municípios.
“A lei estadual nos amarrou. Porto Velho tinha estudos avançados para fazer uma concessão própria, com empresas interessadas. Agora estamos presos a um modelo que não atende nossa realidade”, disse.
Ele também destacou que nenhum município aderiu voluntariamente à microrregião e que uma proposta do deputado Rodrigo Camargo tenta corrigir o problema, tornando a adesão facultativa.
Soluções municipais funcionam melhor em Rondônia
O parlamentar defendeu os modelos municipalizados de saneamento, como os existentes em Cacoal e Vilhena, que, segundo ele, têm melhor desempenho que a Caerd.
“Enquanto no resto do país o melhor serviço vem da iniciativa privada, aqui em Rondônia os sistemas municipalizados são os mais eficientes. Colocar todos no mesmo pacote é punir quem funciona bem.”
Insegurança jurídica na coleta de lixo
Tezzari também criticou a instabilidade nos contratos de resíduos sólidos em Porto Velho. Ele explicou que a atual concessionária, Marquise Ambiental, venceu a licitação com base em técnica e preço, mas teve o contrato suspenso por decisões judiciais e mudanças administrativas.
“É a única área sem reclamação popular e, ainda assim, vivem tentando mudar tudo. Estamos tratando concessões como se fossem contratos simples, e isso gera insegurança”, lamentou.
Ele alertou que a cidade corre o risco de retroceder em políticas como educação ambiental, coleta seletiva e ampliação do aterro sanitário, devido a essa instabilidade.
A entrevista completa com Thiago Tezzari pode ser conferida abaixo: