Por Rondoniadinamica
Publicada em 24/04/2021 às 09h46
Porto Velho, RO – O prefeito Hildon Chaves, do PSDB, em seu segundo mandato consecutivo, já pode ser considerado político experiente. Por isso, claro, seu pronunciamento após as incursões policiais que desbarataram o suposto “golpe” da vacina, repercutindo negativamente em Porto Velho, município gerido pelo tucano, é, acima de qualquer coisa, uma tentativa de amenizar os ânimos da opinião pública.
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De repente seja até possível apaziguar o íntimo de muita gente, entretanto, por outro lado, a despeito de não haver prejuízos de ordem financeira, já que o dinheiro da negociação ficou protegido sob tutela do Banco do Brasil, existem, sim, perdas psicoemocionais às pessoas.
Depois do anúncio oficial relacionado à compra das 400 mil doses do imunizante AstraZeneca/Oxford, isto no dia 1º de abril, eixo da sociedade sentiu ali, finalmente, o alívio de estar diante do provável início do fim desse calvário que se arrasta sobre a humanidade.
Então, quando Chaves roga à questão sanitária e ao lado emocional trazido pelo novo-velho Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2), em sua visão, claro, talvez seja possível aplacar as sequelas da situação, pois, não há dúvidas, ao menos na compreensão deste jornalístico online, de que a transação ocorreu com a mais absoluta boa-fé por parte do mandatário do Palácio Tancredo Neves.
Lado outro, o chefe do Executivo municipal não pode – nem deve esperar –, que seus adversários políticos tenham a mesma complacência. Apesar do esforço de sua equipe em pavimentar e recrudescer nas redes sociais o argumento humanitário ao maior estilo “é melhor falhar arriscando do que nem tentar”, 2022 é o pano de fundo de todos os atos administrativos – especialmente na pandemia.
A crítica é necessária e compõe o ônus da atividade escolhida. Quem segura as rédeas não vive só de beijo, abraço e fungada no cangote. Aliás, o eco do povo é imprescindível à manutenção da democracia, oxigenando a Administração Pública.
Antes de ser prefeito e até mesmo empresário, o peessedebista atuou como membro do Ministério Público (MP/RO) oficiando inclusive no setor de Saúde. Quando candidato, tanto na primeira incursão quanto na segunda, lançou mão de retóricas recheadas de frases de efeito como o famosíssimo “reconheço um bandido com dois minutos de conversa”.
A tática rendeu louros à época, e o mantém com o espectro de bom orador, porém, cinco anos depois, o “fantasma” de suas próprias palavras vem com força total na intenção exclusiva de lhe assombrar na contemporaneidade.
Porque o que é dito na Internet ecoa pela eternidade e não está mais restrito à fatia específica da história. Imaginar que oponentes não irão explorar isso até cansarem os dedos é burrice aguda ou ingenuidade patológica.
Em suma, enquanto Hildon “segura a bucha”, o governador Coronel Marcos Rocha, sem partido, aproveita o resvalo do seu potencial concorrente eletivo do ano que vem. Ele tuitou o seguinte no dia 23 de abril:
“[...] Como sempre, manteremos a população atualizada com transparência, sem fantasias e promessas [...]”.
O trecho final é uma “alfinetada” subjetiva, e faz parte do cotidiano nas lutas internas e externas pelo Poder.
As próximas eleições já são as eleições de agora, afinal.
Fair play? Só no futebol.