Por Gazeta Central
Publicada em 02/04/2020 às 09h35
A Secretaria Municipal de Saúde (SEMSAU) da Estância Turística de Ouro Preto do Oeste passou a receber severas críticas ao limitarem as doses da vacina contra a gripe H1N1 que estão sendo aplicadas nos idosos para imunizá-los contra o vírus influenza.
As reclamações que partem dos idosos e seus familiares são de que a quantidade da vacina, 60 doses para cada um dos sete pontos de vacinação espalhados pela cidade, está sendo insuficiente para atender ao público da 3ª idade. Eles estão se deslocando de suas residências e grande parte deles não consegue ser vacinado. Sem falar nas aglomerações que vêm ocorrendo nas filas de alguns pontos de vacinação.
Contatamos com a coordenadora municipal de Imunização, a enfermeira GiselyBulian sobre tais reclamações. Ela explicou que o município não teve alternativa em relação à limitação das doses da vacina, já que, segundo a mesma, tudo foi ocasionado em razão da pandemia do coronavírus (covid-19).
Gisely explicou que o Ministério da Saúde decidiu antecipar a campanha de vacinação contra a gripe H1N1 em dois meses. E que a decisão pegou de surpresa os laboratórios fornecedores da vacina que não as tinham em quantidade suficiente. Diante da situação, foram enviadas a todos os municípios do Brasil as que já haviam sido fabricadas.
Disse ainda que como não tinham o total de vacinas necessário para atender à demanda de todos os municípios, optou por dividir a campanha nacional de vacinação contra a gripe em três etapas: março, abril e maio. A realização da primeira fase (março) é exclusiva para os profissionais de saúde e idosos acamados ou que não conseguem sair de suas residências.
A coordenadora detalhou que nesta semana a campanha está sendo direcionada aos idosos da zona urbana e na segunda e terça-feira utilizou a estratégia de distribuir em partes iguais as doses que existem para os sete pontos de vacinação, dando um total de aproximadamente 60 doses para cada local.
Outra medida adotada por Gisely foi quanto à letra inicial dos nomes dos idosos, que foram divididos por ordem alfabética durante os cinco dias de vacinação. De acordo com a mesma, foi necessário para evitar aglomeração. A cada dia da semana os idosos estão sendo atendidos de acordo com a letra inicial de seus respectivos nomes. Ela também fez questão de frisar que os idosos, mesmo não tendo a inicial do nome programado para o dia em que forem aos pontos de vacinação, também serão vacinados, até que as doses acabem.
Explicou também que nesta quarta-feira (1°), quinta-feira (2) e sexta-feira (3), fará uma nova divisão das doses da vacina. Irá diminuir nos locais de menos movimento e distribuir nos pontos onde a demanda é maior, como a Escola Joaquim de Lima Avelino e a Escola Fernando Azevedo.
Vacinação em abril
Gisely lembrou que os idosos que não conseguirem se vacinar até sexta-feira (3) devem ficar tranquilos já que no dia 16 de abril haverá a segunda etapa da campanha nacional de vacinação, quando eles poderão receber a imunização. Destacou que não pode garantir que todos consigam se vacinar esta semana em razão da pouca quantidade de doses que foi enviada pelo Ministério da Saúde, mas afirmou que nas próximas etapas nenhum idoso de Ouro Preto do Oeste ficará sem receber a vacina.
Idosos da zona rural
Foi esclarecido pela coordenadora que os idosos da zona rural serão atendidos no mês de abril, por entender que os mesmos estão mais protegidos do que os que residem no perímetro urbano, uma vez que estão menos expostos por estarem mais afastados de aglomerações.
“Tanto os idosos da zona rural quanto os demais que ficarem sem ser imunizados, que fiquem tranquilos pois serão vacinados em abril. Só peço que tenham um pouco de paciência, pois a limitação de doses de vacina não é nossa culpa, é o que veio para nosso município”, destacou Gisely.
Porque não atender nas residências
Segundo a coordenadora de Imunização, a Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto do Oeste decidiu não realizar a vacinação nas residências dos idosos para protegê-los de uma possível contaminação que poderia ser transmitida pelos próprios profissionais da saúde, tendo em vista que teriam que entrar e sair diariamente de, no mínimo, 60 casas. Com isso,haveria um grande risco de propagar o coronavírus no meio das pessoas consideradas como grupo de risco.
Aglomeração nas filas
Quanto às aglomerações nas filas fora das escolas onde vem sendo realizada a vacinação, Gisely enfatizou que ela e sua equipe pedem e orientam para que os idosos sempre mantenham a distância entre ambos e até mesmo que evitem se cumprimentar através de aperto de mãos ou abraços. Infelizmente, na maioria das vezes, os idosos não acatam.
Acrescentou que as pessoas que passam e presenciar tais aglomerações, que ao invés que tirar fotos e postar em redes sociais, que parem e ajudem a orientar os idosos. Ela explicou que eles estão foram das escolas nas filas, afastados de onde a equipe de saúde está. Com isso fica difícil realizar o controle.
Aumento na procura pela vacina
A enfermeira ressaltou que a procura pela vacina contra gripe este ano está sendo a maior de todos os tempos e que o motivo é a pandemia causada pelo novo coronavírus. Citou como exemplo um idoso que nunca havia tomado a vacina e que neste ano fez questão de tomá-la. Ela também frisou que alguns idosos podem estar confundido, ou seja, achando que a vacina que combate a gripe H1N1 protege contra o covid-19. E fez questão de explicar que a vacina que está sendo aplicada combate o influenza, que também é um problema grave para a saúde dos idosos.
“Estamos tentando trabalhar da melhor forma possível para proteger os nossos idosos, proteger os nossos profissionais de saúde, mas infelizmente nem tudo sai do jeito que a gente quer e nem agrada todo mundo. Os idosos que não conseguiremse vacinar na quarta, quinta ou sexta-feira, não se preocupem, poderão se vacinar no dia 16 de abril, durante a 2ª etapa da campanha”, finalizou Gisely.