Publicada em 12/11/2025 às 09h42
A Venezuela realiza nesta quarta-feira (12) exercícios militares por ar, terra e mar no que o governo chamou de uma "mobilização maciça" de militares e armamentos por todo o país no dia seguinte à chegada do maior porta-aviões do mundo, o americano USS Gerald Ford, à América Latina.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou ainda na terça-feira a integração total da população, do Exército e do aparato estatal e pediu "preparo máximo" no país. Maduro sancionou na terça-feira uma nova lei de defesa e pediu para que todos estejam prontos para uma "luta armada" para defender a soberania do país.
"Se nós, como república, como povo, tivermos de recorrer à luta armada para defender este sagrado patrimônio dos libertadores, devemos estar prontos para vencer, para triunfar pelo caminho do patriotismo e da coragem. E eu digo, junto com todo o país: paz, paz, paz, queremos paz, teremos paz. Frente à pressão máxima, preparo máximo", afirmou Maduro em discurso no Parlamento na terça.
Membros da Milícia Bolivariana e das Forças Armadas participam do desdobramento de defesa 'Plano Independência 200' em Mérida, na Venezuela, em 11 de novembro de 2025. — Foto: Governadoria de Mérida/Divulgação via REUTERS
"Desde este momento, todos os comandos de defesa integral que reúnem todas as instituições públicas do Estado venezuelano, a instituição militar e todo o poder popular devem ser ativados ao amanhecer de hoje. Os comandos de defesa integral devem ser constituídos, estruturados e colocados a funcionar e estarem em condição de preparação", completou o presidente venezuelano.
As atividades militares na Venezuela são uma resposta à “ameaça imperialista” representada pela presença militar dos EUA no mar do Caribe, segundo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López. A chegada do grupo de ataque do USS Gerald Ford escalou ainda maior das tensões entre os dois países e representa um sinal inequívoco de que o presidente americano, Donald Trump, está disposto a utilizar força militar contra o regime Maduro, segundo especialistas consultados pelo g1.
O grupo de ataque do USS Gerald Ford aumenta de forma severa a mobilização militar que já era abundante na região do Caribe, porque além de outros três destróieres acompanham o porta-aviões, o USS Gerald Ford consegue comporta até 90 aeronaves de combate.
O envio do porta-aviões compõe uma campanha militar ordenada pelo presidente americano, Donald Trump, no Caribe sob a justificativa de combater cartéis de drogas latino-americanos. Na prática, a presença militar no Atlântico também serve como pressão contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela — e acende um alerta para possíveis operações militares dos EUA em terra no país. (Leia mais abaixo)
Desde o início das tensões entre os dois países, o governo Maduro ordenou o treinamento militar da população civil e prepara uma tática de guerrilha e de "caos" nas ruas do país para dificultar os avanços dos EUA em qualquer bombardeio ou investida terrestre que o governo Trump possa empregar.
Maior porta-aviões do mundo vai patrulhar América Latina
O USS Gerald R. Ford, maior porta-aviões do mundo, entrou na terça-feira (11) "na área de operações" da América Latina, segundo um comunicado oficial da Marinha dos EUA. Por motivos estratégicos, a localização exata do navio não foi divulgada.
Não se sabe exatamente onde o navio está. Desde que ele cruzou o Estreito de Gibraltar e entrou no Oceano Atlântico, o Gerald Ford teve seu transponder desligado para manter sua posição em sigilo, como é comum em operações militares.
"O Grupo de Ataque do Porta-Aviões Gerald R. Ford, liderado pelo maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, entrou na área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA em 11 de novembro", diz a nota da Marinha.
"A chegada das forças marítimas ocorre após o Secretário de Guerra, Pete Hegseth, ter ordenado que o Grupo de Ataque de Porta-Aviões apoiasse a diretiva do Presidente para desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narcoterrorismo em defesa da Pátria."
O grupo de ataque também inclui três destróieres, o USS Mahan, o USS Bainbridge e o USS Winston Churchill.



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