Publicada em 10/11/2025 às 11h23
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu nesta segunda-feira (10) perdão presidencial a seu ex-advogado Rudy Giuliani e outros aliados políticos que tentaram reverter o resultado da eleição de 2020, na qual o republicano perdeu para Joe Biden.
"Importante perdão aos eleitores alternativos de 2020!!", afirmou o procurador do Departamento de Justiça responsável por indultos, Ed Martin, em publicação no X em que rebateu um tweet de maio dizendo "nenhum Maga será deixado para trás". Maga é o acrônimo de "Make América Great Again", ou "Façam os EUA Grandes Novamente" em português, slogan de Trump e apelido de seus apoiadores.
Giuliani e outras 76 pessoas receberam "perdão total, completo e incondicional", segundo lista divulgada por Martin. (Veja a lista completa no final da matéria)
Segundo a ordem executiva de Trump, eles foram perdoados "por condutas relacionadas a aconselhamento, criação, organização, execução, submissão, apoio, votação, atividades, participação ou defesa de qualquer lista ou proposta de lista de eleitores presidenciais em conexão com a eleição presidencial de 2020, bem como por quaisquer ações relacionadas a seus esforços para expor fraudes eleitorais e vulnerabilidades na eleição presidencial de 2020".
Advogado e político americano, Giuliani foi peça central das tentativas de Trump de contestar o resultado das eleições presidenciais de 2020, promovendo alegações infundadas de fraude eleitoral e participando de audiências e campanhas públicas para apoiar o republicano. (Leia mais abaixo)
O perdão presidencial é um poder previsto na Constituição dos EUA e é quase ilimitado. Na prática, o presidente pode conceder o benefício a qualquer pessoa, incluindo familiares e amigos, por quaisquer ofensas cometidas contra o país. Trump havia dito que concederia, neste segundo mandato presidencial, perdões para aliados, e já o fez com 1.500 apoiadores que invadiram o Capitólio em 2021.
Segundo a Constituição, o perdão presidencial tem apenas duas exceções: o benefício não pode ser concedido para pessoas alvos de impeachment; e só pode ser concedido para pessoas que cometeram crimes federais. Quando o decreto de perdão é publicado, a conduta criminosa em questão é anulada perante a Justiça federal. Se a pessoa beneficiada estiver presa, ela é colocada em liberdade.
Em sua ordem presidencial desta segunda, Trump deixou claro que o perdão não se estende a ele —uma medida inteligente, porque senão poderia ser visto como admissão de culpa por algum crime federal.
Tentativas de reverter eleição de 2020
Trump perdeu a eleição de 2020 para Joe Biden no final de seu primeiro mandato na Casa Branca, e até hoje o republicano não aceitou o resultado. Sua retórica contestatória à época inflamou seus apoiadores, que invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 em busca de impedir a consolidação do processo eleitoral.
Até hoje, Trump afirma repetidamente que a eleição de 2020 foi roubada, porém não apresenta provas consistentes para sustentar a acusação.
Giuliani acompanhou Trump, como co-conspirador, em dois dos quatro indiciamentos em que o atual presidente foi réu durante seu período longe da Casa Branca. A colunista do g1 Sandra Cohen relatou, em texto de 2023, a derrocada de Giuliani: ele foi de prefeito de Nova York e protagonista do combate às máfias na cidade para arquiteto de teorias conspiratórias.
Giuliani chegou a ser preso em agosto de 2023 no estado da Geórgia por seu envolvimento na tentativa de anular os resultados das eleições, porém foi liberado após pagar fiança. O advogado respondia a processos criminais e civis.



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