Publicada em 13/11/2025 às 10h15
A greve dos pilotos da Latam Airlines no Chile, iniciada na quarta-feira (12), levou ao cancelamento de 173 voos e deve afetar cerca de 20 mil passageiros, segundo informou a companhia aérea.
A paralisação ocorre após o fracasso nas negociações de um novo contrato coletivo entre a empresa e o Sindicato de Pilotos da Latam (SPL) do Chile e deve impactar a operação da empresa até 17 de novembro.
Questionada pelo g1, a empresa não informou sobre os reflexos em voos entre o Brasil e o Chile.
A Latam, maior empresa aérea da América do Sul, emprega cerca de 39 mil funcionários e mantém uma frota superior a 350 aviões.
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A greve foi aprovada em assembleia com 500 dos 900 pilotos que atuam na companhia. A principal reivindicação é a recomposição dos salários e benefícios de 2020, período anterior à pandemia.
De acordo com o sindicato, os pilotos foram os únicos funcionários da empresa que ainda não tiveram suas condições restabelecidas, mesmo após a recuperação financeira do grupo.
Durante a crise provocada pela Covid-19, os profissionais aceitaram reduzir seus salários pela metade para ajudar a manter as operações em meio à paralisação global do setor aéreo.
Agora, o SPL argumenta que, diante do bom desempenho financeiro e operacional da empresa, era esperado que a negociação fosse mais colaborativa.
O sindicato também critica a postura da Latam nas negociações, alegando que a empresa “recusou-se a devolver as condições perdidas durante os anos de crise”, incluindo o período em que passou por reorganização judicial sob o Chapter 11 da lei de falências dos EUA.
Apoio no Brasil
No iníco do mês, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa os pilotos e comissários brasileiros, divulgou nota de apoio e solidariedade aos pilotos chilenos.
A entidade destacou o papel essencial da categoria durante a pandemia, quando contribuíram “para a sobrevivência das empresas e a manutenção da segurança operacional”.
Segundo o SNA, “um acordo sólido e equilibrado entre empresa e trabalhadores deve ser visto como investimento, e não como custo”. O sindicato brasileiro também reforçou a importância do diálogo, da boa-fé e do respeito ao direito constitucional de greve.
O que diz a Latam
Em nota ao g1, o Grupo Latam Airlines afirmou ter implementado medidas para minimizar os impactos aos passageiros, incluindo a reacomodação em outros voos, alteração gratuita de data ou reembolso integral das passagens.
A empresa destacou que “a grande maioria dos passageiros já recebeu soluções de viagem” e que as ações adotadas permanecerão válidas enquanto durar a paralisação.
“Estamos empenhados em oferecer a melhor solução possível a todos os passageiros afetados por esta situação no Chile, mantendo a conectividade em todo o país, principalmente nas regiões que mais precisam”, disse Paulo Miranda, vice-presidente de Clientes do grupo, em nota.
A Latam recomenda que os passageiros verifiquem o status de seus voos antes de se deslocar aos aeroportos, por meio do site ou do aplicativo oficial, na aba “Minhas Viagens”, onde é possível acompanhar atualizações em tempo real.
A companhia reforçou ainda que segue aberta ao diálogo com o sindicato para chegar a um acordo que ponha fim à paralisação.



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