Publicada em 13/11/2025 às 10h32
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta terça-feira (11) que ordenou a suspensão do envio de informações de inteligência aos Estados Unidos devido aos ataques contra barcos no Caribe.
Em uma rede social, Petro afirmou que manterá a suspensão enquanto os Estados Unidos continuarem atacando embarcações ao justificar uma operação contra o narcotráfico na região.
"Ordena-se, em todos os níveis de inteligência da força pública, suspender o envio de comunicações e outros contatos com agências de segurança dos Estados Unidos", publicou.
"A luta contra as drogas deve se subordinar aos direitos humanos do povo caribenho."
Ainda nesta terça-feira, a emissora americana CNN informou que o Reino Unido adotou medida semelhante e suspendeu parcialmente o compartilhamento de informações de inteligência por causa das operações no Caribe.
Ao anunciar a medida, Petro compartilhou a reportagem sobre o Reino Unido.
As relações entre a Colômbia e os Estados Unidos se deterioraram nas últimas semanas. Petro tem criticado a operação americana no Caribe, inclusive acusando o governo de Donald Trump de assassinato.
No dia 19 de outubro, Trump usou uma rede social para chamar o presidente colombiano de "traficante de drogas ilegal", que incentiva a "produção massiva" de entorpecentes.
Segundo Trump, Petro "não faz nada para deter" a produção de drogas no país e afirmou que o tráfico se tornou o "maior negócio" na Colômbia. Ele ainda disse que o líder colombiano é "mal avaliado" e "muito impopular".
Trump alertou Petro que “é melhor encerrar” as operações de drogas “ou os Estados Unidos as encerrarão por ele, e não será feito de forma gentil”.
Em setembro, os EUA anunciaram que revogaram o visto do presidente da Colômbia após ele ter participado de uma manifestação pró-Palestina em Nova York. Na ocasião, ele pediu que soldados norte-americanos desobedecessem às ordens de Trump.
Em dois meses, os EUA atacaram 20 embarcações no Caribe e no Pacífico, em ações que deixaram mais de 70 mortos. Segundo o comando americano, os barcos pertenciam a organizações narcoterroristas. Alguns ataques foram feitos em águas internacionais perto da Colômbia.
Os ataques começaram em setembro, poucos dias depois de os EUA dobrarem para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro e lançarem uma operação militar contra o narcotráfico no Caribe.



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