Publicada em 30/10/2025 às 16h06
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, selaram nesta um acordo que reduz a tensão comercial entre os dois países nesta quinta-feira (30).
Enquanto os EUA vão diminuir as tarifas médias sobre produtos chineses para 47% — cerca de 10 pontos percentuais abaixo do valor anterior — a China aceitou suspender por um ano as restrições à exportação de terras raras, retomar a compra de soja americana e reforçar o combate ao tráfico de fentanil.
O entendimento, fechado em uma reunião na Coreia do Sul, encerra a rodada de negociações sobre as sobretaxas aplicadas em abril e ajuda a reduzir o clima de tensão entre as duas potências.
Para especialistas, a trégua entre EUA e China traz um alívio temporário para as cadeias globais de suprimentos e para o comércio internacional. O g1 explica a seguir como o acordo pode afetar a economia mundial, e quais os impactos diretos para o Brasil.
Cadeias de produção e tecnologia
Um dos pontos centrais do acordo são as terras raras, elementos essenciais para tecnologia, carros, aviões e defesa, que estavam no centro da disputa entre EUA e China.
🪨 O que são? São 17 metais, como praseodímio, disprósio e neodímio. Apesar do nome, não são raros nem terras, mas sua extração e refino são complexos.
A maior parte das reservas e do processamento desses elementos está na China — o que dá ao país uma vantagem estratégica.
Como forma de retaliação às tarifas impostas por Trump, a China restringiu recentemente as exportações desses minerais, o que prejudicou empresas do mundo todo e expôs o quanto os norte-americanos dependem desses elementos.
Agora, com o anúncio de trégua nas tarifas, as indústrias fora do país asiático que dependem da extração desses minerais ganham mais previsibilidade no acesso aos insumos.
“As terras raras são agora o instrumento mais eficaz que a China pode acionar”, afirmou Zongyuan Zoe Liu, pesquisadora sênior do Council on Foreign Relations, à ABC News. “O restante do mundo não possui capacidade produtiva disponível ou acessível a preços viáveis.”
“Eles entendem que esse não é um poder que poderão usar para sempre. Por isso, querem aproveitá-lo enquanto ainda causa impacto”, completou Liu.



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