Publicada em 27/09/2025 às 09h33
O Irã chamou de volta seus embaixadores na Alemanha, França e Reino Unido neste sábado (27) após o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar a retomada de sanções contra o país, informou a mídia estatal iraniana.
A decisão deve intensificar ainda mais as tensões já elevadas entre o Irã e o Ocidente. Todas as sanções contra o Irã devem voltar a vigorar às 21h (no horário de Brasília) deste sábado.
Os líderes da França, Alemanha e Reino Unido acionaram um mecanismo chamado "snapback" no dia 28 de agosto, acusando Teerã de violar um acordo de 2015 que visava impedi-lo de construir uma bomba nuclear. O Irã nega e chamou a reinstalação de "irresponsável".
➡️ O "snapback" estava previsto no acordo nuclear e poderia entrar em vigor 30 dias após algum dos signatários notificar o conselho de que o Irã não estava cumprindo os termos.
Rússia e China, também membros do Conselho de Segurança e os aliados mais próximos do Irã, propuseram postergar o início das sanções, mas fracassaram. O texto deles previa que a resolução do conselho valesse por mais seis meses, até 18 de abril de 2026.
➡️ A China é uma grande compradora de petróleo iraniano, enquanto a Rússia tem usado drones do país na guerra na Ucrânia.
Apenas quatro dos 15 membros do conselho (China, Rússia, Paquistão e Argélia) votaram a favor do projeto de resolução apresentado pelos dois países; 9 votaram contra e dois se abstiveram.
As sanções restabelecerão um embargo de armas, a proibição de enriquecimento e reprocessamento de urânio, a proibição de atividades com mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares, o congelamento global de ativos do Irã e restrições de viagem a indivíduos e entidades iranianas, além de impactar o setor de energia do país.
Logo após a votação, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, falou em um encontro com jornalistas e especialistas à margem da Assembleia Geral da ONU. Pezeshkian afirmou que, apesar das ameaças anteriores, o Irã não vai se retirar do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), como fez a Coreia do Norte, que abandonou o tratado em 2003 e depois desenvolveu armas atômicas.
"O Irã nunca buscará armas nucleares. Estamos totalmente preparados para ser transparentes sobre nosso urânio altamente enriquecido", afirmou Pezeshkian.



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