Publicada em 24/08/2024 às 11h01
O Brasil é mesmo um País do faz de conta, já dizia Charles de Gaulle, ex-presidente francês. O governo finge que administra, o Congresso finge que legisla, e o povo vota sem ter um mínimo de noção das obrigações de um político, e finge que sabe votar.
O assunto já vem sendo motivo de amplas discussões, mas o radicalismo certamente, fomentado pela propina prejudica diretamente uma região próspera como é a Amazônia. Não é exagero quando se diz que as ações da ministra do Meio Ambiente Marina Silva e suas ONGs em impedir de todas as formas a restauração da BR 319, única ligação rodoviária de Manaus com os demais Estados, construída na década de 70 é um contrassenso.
A teimosia remunerada da ministra e suas parceiras impede a passagem de veículos, principalmente os que transportam alimentos, por exemplo, para Manaus e de transporte coletivo, os ônibus, que carregam gente. Quere, porque querem fechar a rodovia.
A BR 319 na ligação Porto Velho-Manaus é uma questão de sobrevivência. Na seca de 2023, boa parte da população ribeirinha ao longo do Rio Madeira, teve problemas com abastecimento de alimentos e até de água potável, pois os rios e poços secaram e o descaso com a 319 prejudicou o atendimento a milhares de famílias.
A longa estiagem de agora foi prevista em 2023. E não foram poucos os alertas para a situação crítica que estamos passando com mais de 80 dias de pouquíssimas chuvas na Região Norte, que sofre com as queimadas criminosas, que estão poluindo os Céus de Rondônia. Se o Estado já tinha problemas com a saúde pública devido a precariedade de investimentos dos governos (federal e estadual), a fumaça lota hospitais e postos de saúde de pessoas com problemas pulmonares, ampliando de forma assustadora os óbitos devido à má qualidade do ar que respiramos.
O Governo Federal, até de forma surpreendente, criou uma Grupo de Trabalho para avaliar os impactos ambientais do reasfaltamento do trecho chamado de “Meião” da 319 com cerca de 400 quilômetros. Segundo o ministro dos Transportes Renan Filho, a BR “será uma rodovia com cerceamento em áreas de floresta, com passagem de fauna subterrânea e aérea.
O estudo que tornamos público envolveu uma escuta ampla. Ouvimos o Ministério do Meio Ambiente e outros ministérios e órgãos envolvidos, ouvimos a sociedade, tivemos audiências públicas na região amazônica e chegamos à conclusão de que este caminho é possível. No passado, a estrada já foi parcialmente asfaltada, mas houve involução com a falta de cuidados. Agora temos licenciamento para parte da obra e estamos esperando a licença para o restante”.
A Justiça Federal do Amazonas, atendendo os caprichos de uma ONG suspendeu a licença prévia para recuperação do “Meião”. A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com recurso contra a suspensão da licença-prévia para obras de reconstrução da 319, mas a Justiça, mais uma vez, negou.
O que a Justiça tem que saber, é que a BR 319 transitável é uma questão de sobrevivência de as comunidades às margens da rodovia e do povo ribeirinho, que a exemplo de 2023 passa por situação crítica com abastecimento de mantimentos e água potável, pois os rios da região, inclusive o Madeira estão com os níveis de água limitadíssimos. Quem vai garantir vida para esse povo, a Justiça com decisões a favor de ONGs todas as elaboradas em salas refrigeradas?
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) foi objetivo, quando disse, que “a BR-319 não é uma simples estrada; é uma solução para conectar o Amazonas ao país, e não para passeios de carro”.
A maneira irresponsável que está sendo tratada a restauração de trecho da BR 319 terá um desfecho muito ruim, porque em 2023, mesmo com todas as dificuldades garantiu água e alimentos aos ribeirinhos, pois os rios estavam inavegáveis, como está ocorrendo este ano devido à seca prolongada, situação que tende a se agravar, porque há cerca de três meses, pouco ou quase nada chove na região.
A restauração e adequação da BR 319 é até uma questão de sobrevivência da população ribeirinha e ao longo da rodovia, além de o abastecimento de Manaus, uma metrópole com população acima de 2 milhões. Senadores, deputados (federais e estaduais) de Rondônia, Amazonas e Acre devem juntar forças e exigir, que a rodovia seja reasfaltada e adequada para a realidade regional.
A Amazônia brasileira é dos brasileiros e não das ONGs, organizações “sem fins lucrativos”, mas com membros sendo remunerados com altos salários, infraestrutura e tecnologia de primeiro mundo, e apoio de “autoridades” não identificadas com a Nação brasileira.