Publicada em 03/09/2022 às 09h33
Porto Velho, RO – Os usuários estão completamente irritados com o fato de a plataforma YouTube permitir propagandas políticas em seus anúncios. A cada dois anos, pleito a pleito, a programação tanto na televisão quanto no rádio trasborda “poluição” eleitoral com enxurradas de manifestações enfadonhas patrocinadas pelos concorrentes.
Como são concessões públicas, a serviço do Brasil, ao menos em teoria, não há muito o que fazer. Outrora, a melhor possibilidade era o cidadão refugiar-se à sombra da Internet. Agora, 2022 provou que nada é tão ruim que não possa piorar.
No caso de Rondônia, pululam veiculações não-solicitadas – e indesejáveis –, em que há uma infinidade de candidatos se autodescrevendo da melhor maneira possível, “puxando sardinha” pro lado dos seus presidenciáveis e/ou fazendo os discursos de sempre.
Exemplos não faltam: Júnior Raposo, genro de Cassol, surge na tela com certa frequência interrompendo a vontade deliberada de quem está a fim de assistir a algum espetáculo; entrevista; algo sobre esporte; enfim, qualquer tipo de entretenimento.
O ex-secretário de Saúde Fernando Máximo; a ex-vereadora Cristiane Lopes; o senador Marcos Rogério; o congressista Acir Gurgacz e até o governador Marcos Rocha embarcaram nessa.
Ocorre que essa interrupção absurdamente desagradável causou revolta no Twitter, rede social em que pessoas costumam opinar a respeito do cotidiano. Na seção de busca, procurando pelos termos “propaganda política”, entre aspas, e YouTube, fora delas, a caixa de resultados traz infinidade de manifestos negativos.
O jornal eletrônico Rondônia Dinâmica pinçou alguns com a intenção de ilustrar a ideia encartada a este editorial, porém há vasto acervo além das visões apresentadas nesta opinião – a perder de vista –, retratando o quão errada pode estar essa tática.
No fim, esse “atravessamento” exagerado e geralmente bancado com dinheiro público (ou de doações de pessoas físicas), raramente com reverberação espontânea, é, resguardadas as devidas proporções, um ataque à manifestação de vontade, à liberdade em si.
É preciso respeitar a ala da sociedade que quer se ver livre de toda essa algazarra: apropriar-se, portanto, de subterfúgios com a nítida intenção de perturbar o sossego alheio em benefício próprio, ainda que de maneira legal, a despeito de imoral, é, sim, uma “bazucada” no pé.
E é curioso – e sintomático –, que grande parte desses representantes populares, ou, ainda, que desejam pertencer a este grupo, fazem, no dia a dia, discursos em tons libertários, endossando o papel do Estado na preservação da individualidade, dos direitos, das garantias constitucionais.
E tudo isso para quê?
A resposta o (a) leitor (a) pode verificar a seguir. Por enquanto vale uma reflexão profunda sobre os abusos digitais e como esse narcisismo cibernético deflagrado por pretensas autoridades e aspirantes atinge sobremaneira especialmente os que querem distância dessa patota específica.
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