Publicada em 12/12/2025 às 16h17
Quem vive às margens do rio Madeira aprende cedo que a vida muda com as águas. Elizete Mota, moradora da comunidade Bom Será, lembra que a seca não é apenas um período do ano, é um tempo de aperto no coração. Ela conta que, quando o rio começa a baixar, a água fica escassa, os peixes desaparecem e a comunidade se vê obrigada a mudar a rotina para conseguir o básico. Já na cheia, o medo vem com a força da correnteza, que pode subir de um dia para o outro e tomar casas, plantações e principalmente histórias.
“A gente fica sempre com o coração apertado. Eu sou moradora da comunidade há 20 anos e nossa maior dificuldade é no inverno, porque a gente perde as plantações, perde nossos animais e tudo que construímos com suor do nosso trabalho. Mesmo sabendo que não podemos controlar a força da natureza, esse é um local que escolhemos para viver”, disse a moradora.
A realidade dos moradores que convivem com a dureza da seca e o temor da cheia do rio Madeira começa a ganhar um novo horizonte com o apoio da Prefeitura de Porto Velho, por meio da Superintendência Municipal de Defesa Civil (SMDC), com a criação do Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdec). A iniciativa representa não apenas um reforço na segurança, mas a sensação de que, finalmente, não enfrentarão esses desafios sozinhos.
Marcos Berti disse que se acontecer alguma situação de perigo, esses voluntários serão olhos da Defesa Civil Minicipal nessas comunidades
“Essa é uma iniciativa inédita em Porto Velho. Estamos montando a primeira equipe do Nupdec aqui no médio madeira. Por exemplo se acontecer alguma situação de perigo, esses voluntários serão nossos olhos nessas comunidades. Ou seja, a partir de agora estão mais perto da Defesa Civil e ajudando nosso trabalho”, disse o superintendente da SMDC, Marcos Berti.
CAPACITAÇÃO
Moradores voluntários das comunidades participaram de uma capacitação na Escola Municipal Professora Maria Angélica Queiroz, na comunidade Nova Aliança, para integrar o núcleo. Durante o treinamento, eles receberam orientações sobre prevenção de desastres, primeiros atendimentos, percepção de risco, papel da comunidade, primeiros socorros, prevenção de queimadas e procedimentos de segurança em situações de emergência.
Para a Simone Alves, o curso proporcionou de forma prática como agir em situações de risco e organizar a própria comunidade
Participaram representantes de diversas localidades, entre elas, Brasileira, Ramal 45, Caldeirita e Aliança. A formação fortaleceu o vínculo entre a Defesa Civil e a população, preparando os voluntários para atuar como pontos de apoio e informação dentro de suas localidades, capacitando voluntários para identificar riscos, atuar em situações de emergência e disseminar informações de segurança.
MULTIPLICADORES DE INFORMAÇÕES
Para muitos moradores, o curso oferecido pela Defesa Civil proporcionou algo totalmente novo: pela primeira vez, tiveram a oportunidade de aprender de forma prática como agir em situações de risco e organizar a própria comunidade. “Eu fiquei surpresa em saber, porque nunca tinha acontecido isso aqui pra gente e isso é muito satisfatório. Eu sei o que minha comunidade realmente precisa e agora posso passar todas as informações para a Defesa Civil”, disse Simone Alves moradora da comunidade de Brasileira.
Para a voluntária Elkes Monteiro, a formação foi uma experiência inédita e transformadora
Após a formação, os voluntários atuarão como multiplicadores de informações, auxiliando tanto na prevenção quanto no atendimento inicial em situações de emergência. Para a voluntária Elkes Monteiro, que vive na comunidade Vila do Jacú, a formação oferecida pela Defesa Civil foi uma experiência inédita e transformadora. “Acho que vai melhorar muito, porque vamos ter esse apoio e sabemos que podemos contar com a defesa civil. Antigamente era uma comunidade ajudando a outra e a agora a partir da gestão do prefeito Léo Moraes estamos tendo esse apoio”, finaliza a moradora.
Com a criação do Nupdec, o município de Porto Velho dá um passo importante para tornar as comunidades mais preparadas, seguras e organizadas, reforçando o compromisso com a proteção e a defesa civil. A expectativa é que a capacitação também aconteça em outras localidades do alto e baixo madeira. Os voluntários receberão certificados e coletes com identificação da Defesa Civil Municipal.



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