Publicada em 16/10/2025 às 08h58
A polícia peruana reprimiu com gás lacrimogêneo uma multidão que tentava alcançar o Congresso Nacional, em Lima, na noite de quarta-feira (15). O confronto marcou o primeiro grande protesto contra o presidente interino José Jeri, que assumiu o poder há menos de uma semana após a destituição de Dina Boluarte.
Centenas de pessoas se concentraram nos arredores do Palácio Legislativo, no centro da capital, e tentaram derrubar barreiras metálicas de segurança. O clima de tensão aumentou quando parte dos manifestantes queimou bandeiras e objetos plásticos, levando a polícia a avançar e dispersar a multidão.
As manifestações, que também ocorreram em outras cidades do país, foram organizadas por movimentos civis, sindicatos e grupos da Geração Z, exigindo mudanças políticas e medidas contra a criminalidade, além da convocação de uma assembleia constituinte.
A crise política se intensificou após a queda de Boluarte, destituída pelo Congresso em meio a acusações de má gestão e impopularidade. Seu sucessor, José Jeri, até então presidente do Legislativo, tenta estabilizar o governo, mas enfrenta forte rejeição popular desde sua posse.
Além da contestação política, o novo presidente também é alvo de críticas e ataques pessoais. Em janeiro de 2025, ele foi acusado de agressão sexual por uma mulher que o denunciou por um suposto caso ocorrido em dezembro de 2024. O Ministério Público arquivou o processo em agosto, alegando falta de provas, mas o episódio deixou marcas. Durante o protesto em Lima, alguns manifestantes o chamaram de “violino”, termo pejorativo usado em espanhol para se referir a estupradores.
Até o momento, não há registro de mortos ou feridos graves, embora a repressão policial e o uso de gás tenham provocado correria nas ruas próximas ao Congresso. Autoridades afirmaram que as forças de segurança “atuaram para preservar a ordem pública e proteger o patrimônio do Estado”.



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