Publicada em 17/10/2025 às 09h38
As autoridades peruanas abriram uma investigação para esclarecer a morte de um manifestante durante os atos realizados em Lima na quarta-feira (15). O Ministério Público do Peru informou nesta quinta (16) que apura as circunstâncias do disparo que matou Eduardo Ruiz, de 32 anos, atingido por um tiro nas proximidades da Praça França, no centro da capital.
O protesto, que tinha como alvo o governo e o Congresso, terminou em confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Mais de cem pessoas ficaram feridas, entre elas 78 policiais, e dez foram presas. Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos feridos foi atendida com contusões, lesões por impacto e efeitos de gás lacrimogêneo, e dois manifestantes precisaram passar por cirurgia.
O Ministério Público determinou a remoção do corpo e a coleta de provas audiovisuais e balísticas para identificar o autor do disparo, ainda não localizado. O órgão também classificou o episódio como parte de um “contexto de possíveis violações de direitos humanos”.
O presidente interino José Jerí, que assumiu o comando do país após a destituição de Dina Boluarte, manifestou apoio à apuração dos fatos e pediu uma investigação “objetiva e transparente”. Jerí se tornou um dos principais alvos das manifestações, que pedem sua renúncia e novas eleições.
Os protestos desta semana foram os maiores desde a onda de mobilizações que deixou ao menos 49 mortos entre o fim de 2022 e o início de 2023, após a prisão do ex-presidente Pedro Castillo e a posse de Boluarte.
O ministro do Interior, Vicente Tiburcio, afirmou ter ordenado investigações imediatas, mas negou a presença de agentes à paisana entre os manifestantes, contrariando relatos de testemunhas que apontam um possível disparo de um policial infiltrado.



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