Publicada em 05/08/2025 às 10h33
Porto Velho, RO – O diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito de Rondônia (Detran-RO), Sandro Ricardo Rocha dos Santos, afirmou publicamente, durante entrevista ao programa “Resenha Política”, apresentado por Robson Oliveira em parceria exclusiva com o Rondônia Dinâmica, que nunca teve relação com o ex-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, e declarou de forma direta: “Eu não gosto dele, como ele não gosta de mim”. A fala foi uma reação a declarações do ex-secretário, que recentemente sugeriu investigações no Detran ao afirmar, em entrevista, que “quem quiser descobrir malfeitos, comece pelo Detran”.
Questionado sobre as críticas, Sandro Rocha afirmou que nunca manteve qualquer interlocução com Gonçalves enquanto este ocupava a chefia da Casa Civil. “Não tenho problema em falar: eu não gosto dessa pessoa, eu não vou falar com ele. Como ele não gosta de mim, eu também não gosto dele. Então eu não me reportava a ele”, declarou. O diretor disse que tratava diretamente com o governador Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, seu irmão.
Sandro também rebateu as denúncias que relacionam sua antiga atuação como diretor na empresa Uzzipay com um contrato firmado entre a fornecedora de sistema de abastecimento e o governo estadual. Segundo ele, sua atuação na empresa encerrou-se em junho de 2024, meses antes de assumir o comando do Detran. “Eu fui diretor executivo da Uzzipay, com contrato de prestação de serviços. Nunca fui sócio”, frisou.
O caso ganhou repercussão após a divulgação de que a empresa venceu uma licitação de R$ 72 milhões. Sandro afirmou que o contrato é global, firmado por meio da Sugesp (Superintendência de Gestão de Suprimentos e Logística) e que o Detran aderiu à ata antes mesmo de sua posse. Segundo documentos públicos, a empresa Uzzipay foi vencedora de processo licitatório no valor negociado de aproximadamente R$ 5,37 milhões com o Detran (Na Hora Online). “O contrato do Detran é de dois a três milhões. Falam que é da empresa do irmão do governador. Primeiro: a empresa não é minha. Segundo: eu não assinei contrato nenhum”, enfatizou. Ele acusou os críticos de manipular “texto fora de contexto” com interesses políticos.
Sobre possíveis irregularidades, Sandro informou que, após as declarações de Gonçalves, determinou que todos os contratos do Detran sob sua gestão fossem enviados ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público. “Já houve solicitação do TCE. Foi tudo encaminhado. A auditoria não apontou nenhuma irregularidade”, garantiu.
Ao ser confrontado com o fato de que sua entrada no Detran foi seguida da vitória da Uzzipay no certame, Sandro classificou como “coincidência” e negou qualquer interferência. “Foi um processo feito pela Sugesp, sem qualquer relação com o Detran. Quem tentar vincular isso está querendo desinformar e denegrir minha imagem.”
Nos minutos finais da entrevista, Sandro afirmou que não é pré‑candidato a nenhum cargo eletivo. “Só vou sair se perceber que o trabalho foi reconhecido pela população. Por enquanto, quero continuar como gestor e entregar resultados.”
Avanços administrativos e ações no trânsito
No terço final da entrevista, Sandro detalhou ações administrativas à frente do Detran‑RO. Destacou que a instituição está presente em todos os 52 municípios do estado e em 20 distritos, com um total de 72 unidades operacionais. Segundo ele, houve redução de 11% nos sinistros de trânsito no último ano e, atualmente, motociclistas respondem por 67% das internações no Hospital João Paulo II.
Entre os projetos citados, estão o fortalecimento da infraestrutura das Ciretrans, investimentos em digitalização de serviços, implantação de totem de autoatendimento, CNH Social para pessoas de baixa renda e CNH Sem Barreiras voltada a pessoas com deficiência. Ele também informou que já foram entregues novas unidades do Detran em cidades como Nova União, Monte Negro e Alta Floresta, e que outras serão inauguradas em breve, incluindo Costa Marques e Guajará‑Mirim.
O diretor também anunciou que Vilhena será uma das primeiras cidades a receber um posto de identificação da Polícia Civil dentro da estrutura do Detran, com serviços de emissão de RG, CNH e negociações com a PGE e SEFIN para centralizar atendimentos ao cidadão.
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