Publicada em 07/07/2025 às 15h12
Porto Velho, RO – Em entrevista ao programa SIC News, veiculado pela SIC TV, afiliada da Record em Rondônia, o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, do Podemos, fez um balanço dos 180 dias de sua gestão. A conversa foi conduzida pelo jornalista Everton Leoni e abordou, entre outros temas, contratos anulados, desafios na área da saúde, crise no saneamento, embates políticos e a relação com o Governo do Estado.
Logo no início da entrevista, Leoni ensaiou provocar uma manifestação do prefeito sobre a oposição do vereador Marcos Combate (AGIR), usando um tom bem-humorado: “Léo, vamos começar então, até porque o tempo é o nosso maior inimigo aqui. Para mim é o tempo, para ti é o Combate.” Léo Moraes, no entanto, deu de ombros à provocação amistosa e seguiu a resposta sem citar qualquer vereador nominalmente.
Ainda nos primeiros minutos da conversa, Moraes tratou de ataques à sua honra e à sua gestão. Segundo ele, “praticamente as mesmas pessoas, o mesmo grupo que fazia isso durante a campanha, eles continuam a fazer agora durante a gestão”. O prefeito mencionou que sua administração obteve “mais de 15 liminares contra a fake news só no segundo turno” da eleição e criticou “essa forma retrógrada, ultrapassada, mesquinha que pensa só no próprio umbigo”.
Mais adiante, ao comentar a relação com o Legislativo, reforçou o descontentamento: “Fake news que saem de dentro de gabinetes de parlamentares, a gente lamenta”, declarou. Apesar disso, disse manter uma relação institucional estável com a Câmara Municipal e agradeceu à atuação do presidente Gedeão do Edvilson Negreiros, do PSDB, e demais vereadores pela aprovação de projetos considerados essenciais pela gestão.
Sobre a anulação de contratações que somavam R$ 62 milhões, o prefeito explicou que os contratos foram revogados por orientação da Controladoria Geral do Município, sem prejuízo ao erário. Ele agradeceu ao Tribunal de Contas do Estado “pela capacitação desses profissionais para que não aconteçam erros que aconteceram nesses últimos anos”. Moraes também mencionou a reestruturação da Superintendência de Controle para aprimorar os mecanismos de transparência, destacando que Porto Velho é atualmente “a segunda capital em transparência do Brasil”.
CONFIRA:
Questionado sobre o processo de concessão do saneamento básico, o prefeito criticou a proposta do Governo do Estado. “Nós discordamos do modelo aprovado anteriormente, mas sentamos à mesa e conseguimos ampliar os recursos, o tempo de execução e o controle do serviço que virá para Porto Velho”, afirmou. Ainda segundo ele, Porto Velho é a pior capital do país no ranking de saneamento básico, “e uma das três piores de todo o Brasil”.
Durante a entrevista, Léo Moraes também destacou a construção do Hospital Municipal Universitário, um projeto que, segundo ele, está em fase avançada. “Já temos o acordo de cooperação técnica assinado com a Universidade Federal de Rondônia e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que vai custear quase integralmente os R$ 200 milhões por ano da unidade”, informou. A instalação será feita em hospital privado a ser adquirido pelo município, posteriormente repassado à Unir.
O prefeito ainda falou sobre o programa “Corujão da Saúde”, que estende o atendimento médico até meia-noite em unidades como o Manoel Amorim de Matos e o Hamilton Gondim. “Isso desafoga as UPAs e melhora o atendimento à população”, disse. Ele também relatou a entrega de equipamentos modernos em unidades de saúde, como ultrassonografia, eletrocardiograma e raio-X.
Outro ponto tratado foi o déficit na rede de ensino. Ao ser questionado sobre a Escola Municipal Rio Guaporé, que estaria sem aulas desde junho, o prefeito atribuiu a situação à falta de professores e mencionou processo seletivo em andamento para suprir o déficit. Ele também confirmou que a Prefeitura aprovou o piso nacional do magistério e concedeu revisão geral de 4,83% para todos os servidores.
Moraes respondeu ainda sobre a área construída na Avenida Santos Dumont, em litígio com a Aeronáutica. Ele informou que a situação está judicializada e que há tentativa de acordo com apoio do governo federal. “Facilita muito o acesso ali a Rio Madeira, a Zona Norte, indo para o Oeste, enfim, circulação de pessoas na cidade. Vamos buscar um entendimento”, afirmou.
Sobre sua relação com o governador Marcos Rocha, disse que é “amistosa” apesar de divergências políticas. “Já tive discussões com o governador, mas nunca por motivo pessoal”, declarou. Ele também mencionou a colaboração da primeira-dama Luana Rocha na época em que era diretor-geral do Detran.
Entre os projetos futuros, destacou a criação da Guarda Municipal Armada, com concurso previsto e implementação até o primeiro semestre de 2027. Também mencionou a criação da Superintendência da Defesa Civil, com estrutura permanente, sala de situação e brigada para o período da estiagem.
Léo Moraes comentou ainda sobre a reforma administrativa que resultará na extinção de duas secretarias e duas superintendências, gerando economia estimada em R$ 1,6 milhão. “Reunimos setores e otimizamos a máquina”, afirmou.
No transporte público, ressaltou a redução da tarifa, antes uma das mais caras do país. “Hoje é a mais barata de todo o país, entre todas as capitais do Brasil”, disse, explicando que a medida foi possível pela compensação entre subsídio e aumento na bilhetagem.
Por fim, citou ações de infraestrutura, como o projeto de revitalização da Beira-Rio, a modernização da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e o lançamento da creche noturna, além do projeto da “Casa do Autista”.
Ao encerrar a entrevista, Léo Moraes agradeceu a população e pediu compreensão: “Porto Velho é a capital de todos os rondonienses. Com união e planejamento, a gente vai entregar uma nova cidade”.
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