Publicada em 11/07/2025 às 10h33
Porto Velho, RO – O vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves (União Brasil), utilizou uma transmissão ao vivo em suas redes sociais para comentar sua exoneração da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec/RO), responder acusações de traição ao governador Marcos Rocha (União Brasil) e reafirmar sua intenção de disputar o governo em 2026. Ao longo da fala, ele também convocou o pai, José Gonçalves, para comentar críticas relacionadas à antiga empresa da família.
Gonçalves iniciou a transmissão dizendo que seu nome e o da sua família haviam sido alvos de “acusações graves” e “tentativas de humilhação”. Ao longo de pouco mais de 30 minutos, agradeceu mensagens de apoio e afirmou que recebeu orações de lideranças religiosas. Ele também mencionou o impacto emocional da crise: “Essas pessoas literalmente pegaram na minha mão e vêm me ajudando a transpor essa tempestade”.
Durante a fala, o vice-governador mencionou que esteve pessoalmente na Sedec no dia da live para se despedir dos colegas. Segundo ele, a secretaria passou de uma superintendência “sem relevância” para uma das “mais atuantes do país”. Gonçalves citou dados de microcrédito e exportações, além do crescimento projetado de 4,7% do PIB estadual, comparando o desempenho ao da China.
No momento mais simbólico da live, Sérgio Gonçalves chamou o pai, José Gonçalves, para aparecer diante da câmera. O empresário aposentado confirmou ter chegado a Rondônia em 1975 e foi apresentado como fundador de uma rede de supermercados que operou por 45 anos. A menção surgiu após declarações públicas que associaram o vice-governador a um histórico de “falência”. “Empresas podem falir. Pessoas não”, afirmou Sérgio, acrescentando que o pai “deu uma contribuição fantástica ao nosso Estado”.
José Gonçalves também se manifestou, dizendo: “Sou um pai orgulhoso com as suas conquistas”. Após a breve participação, o vice retomou a palavra e afirmou que a crise política envolvendo seu nome começou quando se especulou sua indicação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO). Segundo ele, houve resistência de grupos interessados em impedir sua ascensão. “Foi por manter os meus princípios e valores, por dizer não a essa sujeira, que eu passei a ser perseguido”, declarou.
Sérgio negou ter articulado qualquer tentativa de assumir o governo durante a viagem internacional de Marcos Rocha. Disse que jamais conspirou contra o chefe do Executivo e que a acusação, segundo ele, é “mentirosa” e sem provas. “Desafio qualquer pessoa a apresentar uma única prova, um áudio, um documento, uma mensagem que eu articulei algo nesse sentido”, disse.
A transmissão também abordou a recente alteração na Constituição do Estado, que limitou a atuação do vice-governador em caso de ausência do titular por mais de 15 dias. Para Sérgio Gonçalves, a medida é inconstitucional e compromete a estabilidade da administração. “Isso prejudica Rondônia, prejudica a nossa população”, afirmou.
O vice-governador disse ainda que tomou conhecimento de sua exoneração por meio de uma entrevista dada pelo governador à televisão. Ao tratar do episódio, questionou: “Será que essa seria uma postura sensata de um estadista?”.
Ao final, reafirmou sua pré-candidatura ao governo. “Eu reafirmo a minha pré-candidatura. Eu não posso ser um covarde de ter lutado tanto e desistir no meio do caminho”, declarou. Segundo ele, há muito a ser feito no serviço público, e o Estado ainda enfrenta um “déficit de qualidade de atendimento gigantesco”.
Gonçalves finalizou dizendo que continuará se comunicando com a população por meio de novas transmissões. “Governar é construir pontes, não muros”, afirmou.



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