
Publicada em 05/07/2025 às 09h55
PORTO VELHO (RO) - A repavimentação da BR-319, construída na década de 60, única ligação terrestre de Manaus com os demais estados, que deveria iniciar agora, com a chegada do Verão Amazônico (meses de seca), mais uma vez foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O trecho conhecido como “Meião” fica intransitável no período do Inverno Amazônico (chuvas diárias durante meses), e Manaus fica isolada, inclusive com problemas de abastecimento, pois depende exclusivamente do transporte fluvial e aéreo, insuficientes para atender à demanda de uma capital com mais de três milhões de pessoas.
Os trabalhos de restauração e repavimentação da BR-319 encontram ferrenha resistência de ambientalistas da Selva de Pedra, que conhecem a Amazônia apenas pelo ar, vivem instalados no conforto dos ares-condicionados nas grandes cidades e são muito bem pagos por ONGs internacionais e também nacionais, que existem, mas não se sabe a que servem, a não ser para prejudicar a maioria da população da Amazônia.
As obras de recuperação do “Meião” estavam previstas para serem iniciadas agora, com a chegada do Verão Amazônico, mas novamente foram embargadas devido à decisão do TRF-1, que confirmou a validade da medida que suspendeu a reconstrução e o asfaltamento do trecho já citado.
As leis no Brasil têm diferentes interpretações pela Justiça. No Mato Grosso, está sendo finalizada a recuperação e adequação da Transpantaneira, que corta o Pantanal, no “Coração do Brasil”. A estrada-parque, a mais bonita do país, é um convite permanente à imersão na vida selvagem, onde onças-pintadas cruzam a pista, além de outros animais, numa autêntica convivência entre humanos e natureza, sem prejuízo para nenhuma das partes. Prova real de que humano e natureza podem — e devem — conviver.
Será que a Amazônia do Mato Grosso é diferente da Amazônia de Rondônia, Acre, Amazonas?
Por que a BR-319 não é uma Estrada-Parque como no Pantanal mato-grossense? A Estrada-Parque Transpantaneira não é asfaltada, mas encascalhada e transitável o ano todo. Como a BR-319 já é pavimentada desde o início, Manaus depende dela, pois o transporte fluvial fica comprometido, como no Verão Amazônico passado, quando a navegação foi suspensa à noite e limitada a cargas mínimas durante o dia. Não há como depender exclusivamente do transporte aéreo. Na época, ocorreram problemas com o abastecimento do povo ribeirinho e também da capital do Amazonas.
O senador Confúcio Moura (MDB) sugeriu, em passado recente, em dia de mente iluminada e identificada com a Amazônia — onde mora e já foi prefeito de Ariquemes (dois mandatos seguidos), deputado federal e governador (também por dois mandatos) — que a BR-319 se tornasse uma Estrada-Parque. Mas não foi ouvido.
Na Transpantaneira, a velocidade máxima é de 60 km/h e há outras limitações. Por que não pode ser assim com a BR-319, a única ligação terrestre de Manaus com os demais estados? A rodovia poderia ser aberta ao tráfego pesado somente de segunda a sexta-feira. Aos sábados e domingos, apenas para passeios turísticos.
A decisão de manter o embargo das obras de restauração e repavimentação do “Meião” é nociva para as comunidades ao longo da rodovia, além de fomentar o estrangulamento de boa parte da economia de Manaus. O direito constitucional de ir e vir das pessoas também está comprometido. Estão favorecendo poucos (leia-se ONGs) e comprometendo a vida de muitos, além da satisfação pessoal da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que dá suporte às ações de segmentos interessados não na fauna e flora da Floresta Amazônica, mas sim no subsolo rico em ouro, diamante, cassiterita, lítio etc.
É o BraZiL cada vez mais submisso aos interesses de ambientalistas da Selva de Pedra, do ar-condicionado...
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