Publicada em 28/05/2025 às 09h46
Em um cenário de constante evolução tecnológica, novas possibilidades de investimento surgem e desafiam os modelos tradicionais de aplicação. Uma dessas inovações é o investimento em royalties musicais, que transforma sucessos da indústria fonográfica em fontes de renda passiva para investidores.
Com o uso da tecnologia blockchain, é possível comprar frações digitais dos direitos autorais de músicas e lucrar cada vez que uma canção é executada em rádios, plataformas de streaming, programas de televisão ou eventos públicos.
Os royalties musicais são pagamentos destinados aos criadores de obras sonoras (compositores, intérpretes e produtores) toda vez que suas músicas são reproduzidas ou utilizadas comercialmente. Essa remuneração é baseada no alcance da obra, no número de execuções e na sua popularidade.
No Brasil, esse processo é regulamentado e monitorado por instituições como o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), responsável por coletar e distribuir os valores devidos aos titulares dos direitos conforme regras específicas.
A tokenização e o acesso democratizado
Com o avanço da digitalização, investir em royalties musicais deixou de ser uma exclusividade de gravadoras e editoras. A tokenização, viabilizada pela blockchain, permite transformar ativos reais (como os direitos de uma música) em tokens digitais.
Esses tokens funcionam como pequenas frações da propriedade intelectual e podem ser comercializados em plataformas especializadas. Assim, ao adquirir um token vinculado a determinada canção, o investidor passa a receber uma parcela dos royalties cada vez que ela é utilizada em qualquer meio licenciado.
Esse modelo de aplicação inaugura uma nova era de investimentos alternativos, que alia acessibilidade, inovação e diversificação. Antes restritos aos bastidores da indústria musical, os rendimentos gerados por sucessos comerciais agora estão disponíveis ao público em geral, com valores iniciais acessíveis. A tecnologia garante a segurança e rastreabilidade das transações, democratizando o acesso a ativos antes considerados exclusivos.
Existem diferentes tipos de royalties que podem ser adquiridos por meio dessa modalidade: os direitos autorais, relacionados à composição da música; os direitos de gravação, que envolvem o fonograma; os de sincronização, usados em filmes, séries e comerciais; e os de performance, cobrados por execuções públicas, como em rádios e shows. Cada um desses direitos pode ser fracionado e vendido separadamente, permitindo que o investidor escolha o perfil de retorno mais adequado à sua estratégia.
Potencial de retorno e riscos envolvidos
O grande atrativo desse modelo é a possibilidade de gerar uma renda passiva atrelada à performance da obra no mercado. Se a música se tornar um sucesso duradouro ou ganhar relevância em produções audiovisuais, os retornos podem se prolongar por anos.
No entanto, como todo investimento em renda variável, essa modalidade também apresenta riscos. A popularidade da música, o histórico dos artistas envolvidos e o potencial de crescimento da obra são fatores que impactam diretamente os rendimentos.
Além disso, os royalties musicais representam uma excelente forma de diversificação de carteira, pois estão menos suscetíveis às flutuações dos mercados tradicionais, como ações ou renda fixa. Para o investidor que busca alternativas criativas e que acompanha de perto a transformação digital do setor financeiro, esse pode ser um caminho promissor.
Graças à tokenização, esse mercado se abriu ao público geral, oferecendo oportunidades reais de participação em um dos setores mais influentes da economia criativa. Ainda que envolva riscos e demande análise criteriosa, esse novo formato amplia as fronteiras do investimento e convida o público a repensar a forma como o dinheiro pode ser aplicado e multiplicado por meio da música.
imprimir
