Publicada em 15/07/2022 às 15h31
Néstor Vera, conhecido como "Iván Mordisco", o principal líder dos dissidentes das Farc, morreu junto com outros nove rebeldes em um ataque das Forças Armadas colombianas no sudoeste do país - informou o Ministério da Defesa nesta sexta-feira (15).
"Esta operação permitiu a neutralização de nove indivíduos dessa primeira frente de dissidentes das Farc e a neutralização de 'Iván Mordisco'", disse à imprensa o responsável pela pasta, Diego Molano.
"Cai o último grande líder das Farc cai e se dá um golpe final às dissidências", acrescentou o ministro.
Durante várias semanas, 500 soldados foram mobilizados pelas selvas do departamento de Caquetá para encontrar Mordisco, relatou o comandante das Forças Militares, general Luis Fernando Navarro.
Recentemente, Mordisco assumiu o comando dos dissidentes após a suposta morte de "Gentil Duarte".
Em 8 de julho, os militares lançaram "uma operação estratégica com o principal esforço da Força Aérea", na qual morreram os dez rebeldes, afirmou o general.
Em julho de 2016, faltando quatro meses para a assinatura do acordo que pôs fim a cinco décadas de insurgência, Vera se tornou o primeiro chefe das Forças Armadas Revolucionária da Colômbia (Farc) a abandonar o processo de paz junto com vários subordinados da frente guerrilheira Armando Ríos.
O governo estava oferecendo uma recompensa de quase US$ 700.000 por informações sobre seu paradeiro.
Ele assumiu o comando de quase 2.000 rebeldes após a suposta morte de "Gentil Duarte", que liderou o chamado Bloco Sudoeste das dissidências até o final de maio, quando caiu na Venezuela durante um combate com uma quadrilha de traficantes, segundo a Inteligência colombiana.
De acordo com o governo, Mordisco estava em meio a uma feroz disputa pelas rotas do narcotráfico com outra facção dissidente chamada Segunda Marquetalia, liderada pelo ex-chefe das Farc Iván Márquez. Este último fez parte do acordo antes de voltar a pegar em armas em 2019.
A Colômbia afirma que Márquez foi, recentemente, alvo de um ataque na Venezuela e está ferido, internado em um hospital desse país vizinho. Caracas garante que esta versão é uma "especulação".
"Hoje, na Colômbia não tem mais nenhum dos cabeças, dos grandes chefões, que as Farc tinham (...) é um golpe fundamental nos planos de refundação que eles tinham", frisou Molano.
Sem um comando unificado, as dissidências somam cerca de 5.200 militantes distribuídos em diferentes regiões do país, segundo a ONG Indepaz, e se financiam, principalmente, do tráfico de drogas e da exploração ilegal de ouro e de outros minerais.
A maioria (85%) é composta de novos recrutas que nunca estiveram na extinta organização rebelde, segundo a mesma fonte.

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