Por Rondoniadinamica
Publicada em 24/07/2021 às 09h26
Porto Velho, RO – Com a desabilitação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Centro de Reabilitação de Rondônia (CERO), levando em conta, claro, a diminuição em casos de internação por Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2), é possível ver no horizonte um mundo pós-pandemia.
Não é uma realidade sacramentada, pois, como se sabe, o vírus detém capacidades ligeiras de transmutação trazendo rapidamente à tona variáveis cada vez mais agressivas, estas que, muitas vezes, colocam à prova até mesmo a imunidade adquirida através das vacinas.
São casos excepcionalíssimos, porém toda vida esvaída tem de ser tratada como tal, não apenas na condição de número abstrato no quadro geral do mortuário.
Nacionalmente, 548 mil pessoas faleceram em pouco mais de um ano desde que a enfermidade aportou no Brasil; já em solo rondoniense, a doença abalroou de maneira permanente 6,3 mil cidadãos e cidadãs.
Muito se discutiu, discute e discutirá sobre questão de responsabilidades envoltas aos representantes da política tupiniquim dentre todas as esferas.
E é necessário deixar claro que, seja através de CPI no Congresso Nacional ou via atuação dos órgãos de fiscalização e controle nas unidades da federação e municípios, quem for culpado por negligência ou ações deliberadas relacionadas a malversação dos recursos públicos relacionados ao combate à COVID-19 deve pagar.
Acima de qualquer coisa, precisa ser denunciado, julgado, e, se, condenado, sentenciado à prisão e também a devolver valores eventualmente surrupiados.
É bem verdade que este é um panorama difícil de vislumbrar em paragens tupiniquins, mas acontece: exemplos existem a despeito de certamente não representarem absolutamente nada diante de tantos quadros acintosos ligados à corrupção.
O resultado da equação é essa crônica sensação de impunidade que vige desde sempre, desde que o (a) leitor (a) se entende por gente.
Paralelamente, é preciso se reencontrar com o passado recente. No início de tudo dizia-se, especialmente nas redes sociais e com quadros recheados de frases de efeito, que as pessoas sairiam mais fortes enquanto Humanidade.
O que se viu, no entanto, foi o individual prevalecer sobre o coletivo em diversas ocasiões.
Nos picos do Coronavírus houve quem quis sair porque o direito à liberdade irrestrita deveria, em tese, atropelar qualquer concepção sanitária.
Aí “pipocaram” aglomerações, farras, festas clandestinas e daí por diante. Para preservar a mente sã e distante de autojulgamento, essas pessoas certamente se convenceram de que a situação não era tão catastrófica e compraram teses negacionistas sobre medicamentos sem eficácia e daí por diante.
À ala específica, sempre foi mais fácil terceirizar a responsabilidade: o inferno são os outros, afinal.
No fundo, quem a compõe tem ideia de que contribuiu para o morticínio mesmo que em vida, na seara dos fóruns corpóreos, não veja o malhete da Justiça pesar contra si.
Essa postura oligofrênica é a herança destinada às próximas gerações caso o comportamento não seja combatido por quem sempre defendeu a ciência e as recomendações sanitárias advindas das hostes conscientes em todas as instituições.