Publicada em 05/12/2025 às 15h33
Nicolás Maduro pediu apoio ao povo brasileiro nesta quinta-feira (4) durante um programa de televisão ao vivo. O ditador venezuelano recebeu um boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e disse: "A vitória nos pertence. Viva a unidade do povo do Brasil, viva a unidade com o povo venezuelano".
Com o boné vermelho em mãos, Maduro saudou o movimento e pediu que os brasileiros apoiem seu regime. "Povo do Brasil, saiam às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e soberania. Digo-lhes toda a verdade: temos o direito à paz com soberania. Viva o Brasil", exclamou o ditador.
O pedido faz alusão ao momento de tensão entre a nação venezuelana e os Estados Unidos. Ainda nesta quinta (4), um novo ataque americano contra uma lancha no oceano Pacífico matou mais quatro pessoas, segundo autoridades dos EUA, fazendo o número de mortos ao longo da ofensiva na região subir para 87.
Sob Donald Trump, os EUA realizam a maior mobilização militar na América Latina em décadas, no que o republicano afirma ser uma "guerra às drogas". Membros linha-dura do governo Trump, como o secretário de Estado, Marco Rubio, defendem uma intervenção militar com o objetivo de derrubar do poder o ditador Nicolás Maduro. Os EUA já deslocaram imenso poder de fogo para as águas ao redor da Venezuela.
Maduro confirmou nesta semana que conversou com o presidente americano no dia 23 de novembro. A ligação havia sido reportada pela imprensa americana e foi confirmada por Trump no último domingo (30).
"Conversei com o presidente dos EUA, Donald Trump. Posso dizer que a conversa foi em tom de respeito", disse Maduro. "Inclusive, posso dizer que foi um diálogo cordial entre o presidente dos EUA e o presidente da Venezuela."
"Se essa chamada significa que estamos dando passos em direção a um diálogo respeitoso, Estado a Estado, país a país, que seja bem-vindo o diálogo, a diplomacia, porque sempre buscamos a paz", disse o ditador venezuelano.
Nos bastidores, Rubio vem pressionando Trump a abandonar o diálogo e aprovar o uso da força militar para derrubar o regime venezuelano, de acordo com a imprensa americana.
Já outras vozes na Casa Branca pedem que o presidente reconsidere a proposta supostamente feita por Maduro: uma participação significativa do governo americano na indústria de petróleo da Venezuela em troca de permanecer no poder.
As forças americanas que hoje estão próximas da Venezuela incluem o porta-aviões USS Gerald Ford, o maior navio de guerra do mundo. Ao mesmo tempo em que deixa aberta a possibilidade de negociar com Maduro, Trump também vem dizendo que, em breve, pode ordenar ataques aéreos contra alvos em solo na Venezuela -uma ação que seria, na prática, uma declaração de guerra.



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